*Cesar Vanucci
“O mundo entrou em um caos
imprevisível” (Antônio Guterres, Sec. Geral da ONU)
Os
“Senhores da Guerra” notabilizam-se pela arrogância, crueldade e embriagadora
autossuficiência.
O tzar da Rússia, Vladimir Putin declara-se
favorável a um cessar-fogo na Ucrânia desde que o país invadido – vejam só o descarado
cinismo - concorde com a anexação dos 20 por cento do território ocupados pelas
tropas russas. De outra parte, dispõem-se, “condescendente e magnanimamente”
a devolver 10 das 400 crianças ucranianas sequestradas no começo da guerra.
Quão macabro isto soa. santo Deus!
Já
Benjamin Netanyahu, 1º Ministro de
Israel, tanto quanto Putin enquadrado pela Corte Internacional de Haia em crime
de lesa humanidade, continua a responder com imperturbável insensibilidade ás
criticas e condenações que no mundo inteiro são feitas á forma com que se
conduz na guerra travada em Gaza. Dentro
de seu próprio país, lideranças políticas, militares e religiosas, com respaldo
da opinião pública e imprensa, expressam acerba reprovação aos desatinos diuturnamente
praticados. O mal tratado território palestino transformou-se numa terra de
famintos que circulam por vasto cemitério e pilhas de ruínas, onde ajuda humanitária
sofre severas restrições, sendo por vezes até escorraçadas. Tréguas, libertação
de reféns, saídas de moradores acuados dos lugares conflagrados, nada disso é permitido
pelos implacáveis “Senhores da Guerra”. A amarga sensação que paira no ar é de impiedosa
punição coletiva.
Na sempre convulsionada Síria, o jihadista Ahmed
Hussein al-Shar’a assumiu o poder após a
deposição do ditador Bashar al-Assad, exilado na Rússia. Egresso dos famigerados
Estado Islâmico e Al Qaeda, ele foi elogiado por Donald Trump num encontro que
ambos mantiveram nos Emirados Árabes. Extravasando seu instinto violento,
colocou em marcha feroz perseguição a
grupos e etnias que não rezam pela sua cartilha de radical religioso, promoveu
ataque silencioso e sectário, conforme descrição de analistas confiáveis, ás
comunidades alauítas e cristãos, debaixo da indiferença das grandes lideranças
políticas mundiais.
Na África esquecida dos homes
e até dos próprios Deuses, o Sudão vive crise de fome e deslocamento de
populações, considerada a mais catastrófica da história contemporânea. A guerra
civil, que está entrando no terceiro ano, já produziu dezenas de milhares de
mortes e quatro milhões de refugiados. De um lado, o exército. Do outro, grupo
de paramilitares. As duas forças enfrentam-se
em conflitos marcados pela barbárie, provocando tensões regionais fortíssimas,
devido, sobre tudo, ao êxodo dos sudaneses em fuga.
Etiópia, Iêmen, Mianmar, Armênia,
Azerbaijão, Afeganistão, entre outros são palcos de contendas virulentas produzidas
pelos Senhores da Guerra. Desde a 2º Guerra Mundial nunca houve tanta guerra a um
só tempo.