sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Concluímos hoje a série de comentários
sobre o grande enigma dos OVNIS.
Volto a dizer que apreciaria muito conhecer a
opinião dos leitores a respeito do assunto.



Mais de 500 fotos



Cesar Vanucci *


 “E para que fui dizer isso, naquela noite?”
(Coronel Uyrangé Hollanda)


A história da “Operação Prato”, trazida aos leitores deste impoluto espaço, foi interrompida no capítulo anterior quando o coronel Uyrangé Hollanda - no histórico depoimento que quebrou um silêncio sepulcral de mais de vinte anos – relembrava o momento emocionante em que se deu conta, para todo o sempre, de que o problema do “disco voador” era realmente assunto merecedor de seriedade.

Retomemos o “ping-pong” dos jornalistas–ufólogos e o militar que resultou no extraordinário registro documental das ocorrências apuradas pela FAB.

Pergunta – Os agentes do grupo-tarefa deram início à operação antes do senhor e tinham visto mais coisas: Mas e aí, o que aconteceu?
Coronel Uyrangé – Eles avistaram mais coisas e acreditavam mais do que eu. E me pressionavam:- Como pode você não acreditar? Um desses agentes era o suboficial João Flávio de Freitas Costa (...) que até brincava comigo dizendo que eu era cético enquanto uma dessas coisas não viesse parar em cima de minha cabeça. “Quando isso acontecer e uma nave acender uma luz sobre o senhor, aí eu quero ver”, dizia ele, sempre gozando (...). E eu retrucava que era isso mesmo, tinha que ser uma nave grande, bem visível, se não, não levaria em conta. E para que fui dizer isso naquela noite? Acabávamos de fazer essas brincadeiras quando, de repente, algo inesperado aconteceu. Apareceu uma luz, vinda do norte, em nossa direção. (...) Ela se deteve por instantes, fez um círculo em torno de onde estávamos e depois foi embora. Era impressionante: a prova cabal que eu não podia mais contestar. Eu pedi e ali estava ela. Foi então que levei uma gozada da turma. E agora? – os soldados me perguntaram.

P. – Quando foi isso, exatamente?
R. – Em novembro de 1977 (...) O objeto tinha uma luz que se parecia com solda de metal (...) uma luz azul, forte, de brilho intenso. Mas não vi a forma do ufo, só a luz que emanava o tempo todo.

P. – Vocês conseguiram fotografar esse objeto brilhante e sua emanação de luz?
R. – Fotografávamos tudo o que aparecia, mas levamos um baile durante uns dois meses com as fotos, pois nelas não saia nada. Sempre tínhamos os objetos bem focalizados, preenchendo todo o quadro da máquina, mas quando revelávamos os negativos, nada aparecia. (...) Isso aconteceu com frequência, até que ocorreu um fato inusitado. Eu estava analisando os positivos, muito chateado por não conseguir imprimir as imagens que víamos (...), quando peguei uma lanterna que usava em operações de selva, e fiz uma experiência. Foi a sorte (...). A lanterna tinha uma luz normal e forte numa extremidade e uma capa vermelha na outra, que servia para sinalização na selva. Era de um material semitransparente de plástico, tipo luz traseira de carro. Tirando-se a tal capa vermelha, havia um vidro fosco. Eu olhei para aquilo e me lembrei que os médicos examinam as radiografias num aparelho que tem um quadro opaco com luz por trás (radioscópio). Esse equipamento ajuda a fazer contraste de luz e sombra numa chapa de raio X. Assim, tive a idéia de pegar um filme já revelado e contrapô-lo ao vidro fosco da lanterna de selva. Pude ver então um ponto que não conseguia enxergar antes. Eu não estava procurando marca ou objeto algum, e sim uma luz, pois foi isso o que vimos (...) ao bater as fotos. Só que a tal luz não aparecia, e sim o objeto por trás dela. No caso do rolo que estava analisando vi um cilindro que aparecia em todos os demais fotogramas. Ficou claro, então, que não conseguia imprimir a luz do objeto na foto, mas sim a parte sólida dele, talvez por uma questão de comprimento de onda, não sei. Não entendi por que a luz do ufo não impressionava aquele filme, somente a parte sólida.

P. – Vocês fizeram muitas fotos de ufos como essas?
R. – E como! Fizemos mais de 500. Eram dezenas de rolos de filmes.(...)

P. – Depois de sua descoberta vocês fizeram novas fotos?
R. – Conseguimos fotografar objetos grandes e com formatos que a gente nem imaginava.”

Como já disse, a disposição da Aeronáutica em abrir seus arquivos sigilosos sobre óvnis vai permitir o conhecimento em profundidade de toda essa fantástica aventura vivida pelo Coronel Uyrangé Hollanda.


* Jornalista (cantonius@click21.com.br)



Realidade fantástica




“Tudo foi muito bem documentado.”
(Coronel Uyrangé Hollanda)


A revista “Ufo” descreve o coronel Uyrangé Hollanda, dirigente do grupo que conduziu a célebre “Operação Prato”, como um militar impar. “Homem de fibra e resolução, que talvez tenha sido o único do mundo a passar pelas experiências que viveu na floresta amazônica – justamente no comando de um programa oficial, e não de uma aventura qualquer.” E que experiências mais extraordinárias, santo Deus!

Algumas passagens de seu histórico depoimento, repassadas vinte anos depois dos enigmáticos acontecimentos vivenciados na Amazônia, só podem ser mesmo absorvidas por quem esteja capacitado a compartilhar dos conceitos revolucionários de um pensador da envergadura de Teilhard de Chardin. Pois não foi esse sacerdote, dotado de incomum sabedoria, que andou proclamando a tese de que, na escala cósmica, “só o fantástico tem probabilidade de ser real” e que, nessa escala transcendente, as coisas costumam não ser apenas tão fantásticas quanto a gente imagina, “mas muito mais fantásticas do que a gente jamais conseguirá imaginar”?

O coronel da Aeronáutica, ao relembrar ocorrências desnorteantes documentadas pelo grupo-tarefa, enfatiza a existência de “objetos cilíndricos do tamanho de prédios de 30 andares que se aproximavam a não mais de cem metros de onde estávamos.” Sublinha, ainda, que as naves se interessavam pelas atividades dos pesquisadores militares. Conta, a propósito: “Sabiam o que estávamos fazendo. Por exemplo, no caso da Baia do Sol, aconteceu algo peculiar. Naquela época, já estava terminando o ano letivo e muita gente ficava na praia à noite. Tinha pelo menos umas 100 mil pessoas na orla, naquele fim de semana. No entanto, uma sonda veio para cima de nós, num lugar todo escuro, onde não havia mais ninguém. Ora, por que veio ao nosso encontro, na escuridão, se tanta gente estava ali perto, na praia?”

Recordando uma outra aparição testemunhada também, além dos militares, por integrantes do antigo SNI (Serviço Nacional de Informações), ali presentes a convite como espectadores, o coronel Uyrangé oferece, em seu depoimento, intrigantes pormenores, anotados na sequência. “O pessoal do SNI não chegava. Tínhamos combinado 18 horas. Ficamos aguardando-os para que acompanhassem nessa vigília. (...) Finalmente, chegaram e perguntaram se tinha acontecido algo. Eu brinquei, dizendo ter marcado para as 18 horas e eles só apareceram às 19 horas (...). Um deles fez então uma pergunta: - a que horas passa outro? Respondi que não sabia e que aquilo não era bonde para ter horário. Nesse momento, (...) um deles disse: - Olha aqui em cima, agora, olha para o alto. (..) Tinha um negócio enorme bem em cima da gente. (...) Um disco escuro, parado a não mais que 150 metros de altura (...). Fazia um barulho como o de ar condicionado. Parecia com o ruído de uma catraca de bicicleta. (...) Era grande, talvez com uns 30 metros de diâmetro. (...) Todo mundo ficou espantado. (...) Só nos restava ficar olhando, assustados, para aquela coisa que iluminava tudo com uma luz amarela, que ora apagava, ora acendia.”

Hollanda garante, em seu depoimento, que o aparecimento de óvnis nas áreas da Amazônia pesquisadas pela FAB era diário. O grupo chegou a classificar nove formas diferentes de objetos. Alguns eram sondas. Outros, naves grandes, das quais saiam objetos menores. “Filmamos tudo isso. (...) Tudo foi muito bem documentado.”

Outra constatação feita na investigação: “Histórias bizarras, como ataques de ufos a seres humanos, eram muito comuns durante a execução do trabalho. Isso nos assustava, deixando-nos preocupados e curiosos ao mesmo tempo.”

O depoimento, como demonstrado, é extenso e rico em detalhes. Fala também de estranhos seres luminosos e de abduções.

A disposição recente da Aeronáutica em liberar material de seus arquivos aos ufólogos civis vai permitir, sem dúvida, uma avaliação mais aprofundada de toda a extraordinária história transmitida pelo coronel, já falecido.


* Jornalista (cantonius@click21.com.br)


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