Intelectuais, políticos, autoridades municipais, dirigentes classistas, empresários, educadores e universitários assinalaram presença no evento que foi promovido pela Academia de Letras do Triangulo Mineiro e Fundação Cultural de Uberaba, com o apoio de outras instituições culturais.
O ex-ministro de Estado Patrus Ananias, membro da Academia Mineira de Letras, proferiu na ocasião aplaudida palestra sobre a vida e obra de José Alencar.
O autor do livro, Cesar Vanucci, relatou passagens marcantes da atuação do saudoso vice-presidente à frente do Sistema Fiemg e nas atividades desenvolvidas como empresário e como político.
Foi lida na oportunidade uma mensagem de Josué Christiano Gomes da Silva, presidente da Coteminas felicitando e agradecendo em nome dos familiares de José Alencar, o autor do livro e o palestrante.
O presidente da Academia de Letras do Triangulo Mineiro, escritor José Humberto Henriques e o presidente da Fundação Cultural Fábio Macciotti, também fizeram uso da palavra.
A programação abrangeu números artísticos do folclore brasileiro. Os autógrafos se estenderam até a madrugada.
Cesar Vanucci apresenta o livro
Mesa dirigente dos trabalhos
O autor distribui autógrafos
Patrus Ananias e d. Linda Beatriz de Oliveira Carneiro Leão
Patrus Ananias e vice-Prefeito Paulo Mesquita
Coral e o deputado Adelmo Leão
Público presente no teatro
Malfeitos encachoeirados
Cesar Vanucci *
“O moralista da boca pra fora apavora-me
tanto quanto o assaltante de arma em punho.”
(Antônio Luiz da Costa, sem saber que sua frase
viria a calhar para o Senador Demóstenes Torres)
Tanto quanto dá pra sentir, mantidos os aparelhos da percepção pessoal devidamente sintonizados nos acontecimentos em curso, muita água promete ainda rolar nessa encachoeirada história (trocadilho inevitável) do promíscuo relacionamento do dadivoso banqueiro de bicho com cidadãos considerados acima de qualquer suspeita, de seu seleto rol de comparsas.
No incandescente tititi das rodas brasilienses tem-se como certo que, além das já tempestuosas revelações vindas a furo nas investigações oficiais, muitas outras informações bombásticas, talvez até mesmo liberadas (como sonante recado dirigido a possíveis aliados desejosos de abandonarem o navio) pelo próprio poderoso chefão recolhido ao xilindró de Mossoró, poderão explodir a qualquer instante, comprometendo outros viventes de grande projeção. Aquele tremendo cara de pau, que posava, o tempo todo, no Senado, como Catão da República, fazendo gênero de vestal de templo sagrado, não seria, ao que tudo faz crer, o único figurão com frequência comprovada no esquema bilionário montado por Cachoeira pra azeitar as engrenagens da corrupção em Goiás e adjacências. Outros graudões – é o que se propala à boca pequena – figuram na alça de mira das autoridades incumbidas das apurações. Comenta-se abertamente que as provas já recolhidas ou em vias de serem coletadas acenam com pagamentos de propinas vultosas carreadas pelo desenvolto chefe do clã mafioso a um punhado de outros elementos bem situados no cenário político e empresarial. O homem, tanto quanto aquele outro célebre banqueiro apanhado nas malhas da operação “Satiagraha”, este, por sinal, no inexplicável desfrute de tranquila liberdade de movimentos cá fora depois de curta experiência como presidiário, parece dispor de munição farta pra disparar por aí. Isso, na hipótese das circunstâncias se mostrarem desfavoráveis às suas pretensões de escapar ileso da tormenta... Pelo que já se tem como constatado, ao longo de sua movimentada carreira, Carlos Cachoeira andou indicando um montão de pessoas, de sua estrita confiança, para cargos importantes no governo do Estado de Goiás. De outra parte, são fortes e consistentes as suspeitas de que a mufunfa por ele repassada a comparsas não seria fruto exclusivo dos negócios ilícitos por ele operados com singular desenvoltura, na barba das autoridades goianas, como banqueiro de bicho. Parte dos volumosos recursos procederia de outro gênero de maracutaia. A exemplo do notório Marcos Valério, coordenador dos dois mensalões à espera de julgamento, Carlos Cachoeira atuou como prestimoso intermediário, dando conta eficientemente do recado, de um bando de empreiteiros mergulhados a fundo em múltiplos esquemas de corrupção.
Aguardar o que está pra vir.
E, por último. Nessa história toda, há - como não? - algo positivo a comemorar. O combate aos crimes de colarinho branco ganhou, em tempos recentes, notável e salutar impulso. Seguir em frente.
As clareiras abertas por Daniken
“Em tempos passados e primordiais, a Terra recebeu
visitas de seres desconhecidos, procedentes do Cosmo.”
(Erich von Daniken)
Erich von Daniken rodou pelo Brasil, sem o alarde, pelo menos na etapa cumprida em Beagá, que uma presença tão ilustre fizesse por merecer. A esplêndida palestra dada no Centro de Cultura Nansen Araújo do Sesiminas deixou-nos robustecidos na convicção de que as linhas basilares das idéias vanguardeiras que defende a respeito da suposta visita de astronautas, em tempos remotos, ao nosso planeta permanecem extremamente atuais.
As afirmações instigantes de seu primeiro livro – Eram os deuses astronautas? – que alcançou vendagens só sobrepujadas pela Bíblia, conservam o frescor primaveril de uma tese novidadeira, que todo mundo intui, naturalmente, possa vir a ser, a qualquer hora, confirmada. Suas declarações, ao contrário do que se imagina em redutos fundamentalistas, contêm inequívoco apelo místico. Acercam-se, de algum modo, daquilo que José Gabriel Fuentes, diretor do Observatório do Vaticano, arguido acerca da viabilidade da vida extraterrena, comenta: “Da mesma maneira que existe uma grande quantidade de criaturas na Terra, também podem existir outras formas de vida – até inteligentes – que também foram criadas por Deus.” Daniken vem se consagrando, uma vida inteira, à estóica, muitas vezes, ridicularizada tarefa de tentar provar a viabilidade da existência de vida inteligente fora desta minúscula ilhota perdida, chamada Terra, nesse oceano interminável de inexplicabilidades denominado Cosmos. Seus mais de trinta livros, traduzidos em 25 idiomas, com 63 milhões de cópias, documentam com argumentos poderosos e imagens desnorteantes, muitos deles interpretados de registros sagrados, a possibilidade deste nosso mundo, antes dos tempos de hoje, já haver abrigado outras formas de vida inteligente providas de avançados recursos tecnológicos.
O jornalista Rafael Cury, dirigente do Instituto Galileo Galilei, de Santa Catarina, órgão que patrocinou a vinda de Daniken ao Brasil (Brasília, Rio, São Paulo, Blumenau e Belo Horizonte), incumbiu-me, desvanecedoramente, da apresentação do famoso pensador à seleta platéia que participou do evento no Sesi.
Em breve fala, expliquei que a apresentação de um personagem desse gabarito seria, na verdade, dispensável. Disse sentir-me no papel de um locutor que, num estádio de futebol, houvesse sido designado, antes do espetáculo programado, pra fazer uma apresentação de Pelé. Mas como o protocolo apontava a conveniência daquela palavra introdutória, esforçando-me por torná-la breve, iria valer-me de informações a respeito do personagem, posto que fascinantes, óbvias por demais.
Daniken – acentuei – é o que se pode chamar de um contemporâneo do futuro. Alguém que enveredou, com empenho e desassombro, mata densa adentro, com espírito desbravador, abrindo picadas e formando clareiras na busca do conhecimento, de forma a permitir ao ser humano o exercício da curiosidade e da visão ilimitada para descobrir o por quê das coisas. Mostrou-nos que, pra enxergar mais longe, temos que olhar por cima dos muros que nos rodeiam. Proceder como aqueles navegadores do desbravamento marítimo: olhar as estrelas pra dar rumo ao navio. Brindou-nos com interpretação mítica deslumbrante do futuro, estimulando-nos a repensar o papel do homem no contexto do Universo. Aguçou nossa sede de conhecimento no sentido de entender melhor os prodígios da vida e pra formular perguntas, muitas perguntas, mesmo sabedores de que sempre nos defrontaremos com novas e mais perturbadoras perguntas do que com respostas. Lembrei, também, que nos sítios arqueológicos espalhados pelo mundo – alguns já por mim prazerosamente percorridos – os guias passam aos turistas as informações constantes da cartilha que lhes é dada, mas costumeiramente acrescentam informações a respeito de teorias bastante diferentes sobre o que realmente teria acontecido naqueles lugares, mencionando aí, sempre, o que se conta nos livros de von Daniken. Ou seja, a participação de seres inteligentes de outras civilizações em momentos significativos da construção humana. Concluí afirmando que as assertivas do escritor suíço colocam-no, no vasto cenário da inteligência humana, num patamar que acena com a mudança de paradigmas culturais engessados, visando a assimilação de conceitos descortinadores nos horizontes do conhecimento.
* Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)
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