Torcida única
Cesar Vanucci *
“O esquema de torcida única me faz sentir baita saudade
do Stanislau Ponte Preta, com seu saboroso Febeapá.”
(Antônio Luiz da Costa)
Considero pueris e de aberrante inconsistência as alegações contrapostas à luminosa idéia da torcida única nos estádios em dias de clássicos. É do dever das autoridades coibir, preventivamente, com todo rigor de que sejam capazes, as aprontações baderneiras que possam, eventualmente, ser cometidas pela dúzia e meia de desordeiros presentes a jogos com o propósito de bagunçar o coreto.
O criativo esquema de segurança montado em Belo Horizonte vai, com certeira certeza, levar a FIFA a examinar a possibilidade de sua adoção nas competições que patrocina, incluídas a Copa das Confederações em 2013 e a Copa do Mundo em 2014.
Ponho-me a antever os extraordinários benefícios, do ponto de vista da paz e tranquilidade públicas, que advirão de medida tão sensata. Imaginem só uma disputa entre as seleções da Inglaterra e da Argentina no Mineirão! Mesmo que não seja suscitada a candente pendência em torno das Malvinas, as barulhentas torcidas dos países do confronto esportivo poderão – como não? - se engalfinhar nas cadeiras, arquibancadas, corredores e gerais do acolhedor estádio, ainda recentemente quase que demolido por inteiro para receber estruturas ditas modernosas. A saudável precaução de liberar ingressos apenas para uma das partes teria o mérito de evitar o temido conflito. É certo que ficaria restando para resolver um problema complicado. Com quem ficaria mesmo o direito de marcar presença no local do prélio? Simples, muito simples de resolver. Recorreremos ao tradicional par ou impar, ou ao cara ou coroa da moedinha lançada ao ar, como já se faz nos gramados. Evidente que o sorteio,por qualquer das modalidades, teria que ser acompanhado por representantes das partes, com elaboração de ata das definições, devidamente assinada, rubricada e com firma reconhecida por um respeitável notário da comarca, de forma a não dar vaza a dúvidas quanto a legitimidade do processo. A questão de alojar confortavelmente a torcida impedida de entrar no estádio seria, igualmente, de simples solução. O Independência ficaria aberto para mostrar o jogo em telões, com preço de ingresso promocional.
Analisemos, na sequência, a repercussão da genial decisão sobre torcida única no âmbito estrito da cidade beneficiada pela modelar e acauteladora medida. Alguém andou levantando por aí a hipótese de que os contumazes desordeiros que todos almejamos ver pelas costas nos estádios, com ou sem uniformes de identificação, promoverão estripulias noutras freguesias. Isso pode realmente suceder. Mas até para essa outra possibilidade de quebra do sossego comunitário, existe eficaz remédio. Os órgãos competentes, mirando no mesmo prudente e irrepreensível critério de acesso restrito ao campo de futebol, poderão estabelecer normas que garantam a separação geográfica dos torcedores adversários por bairros, ruas, bares e locais outros de afluência popular. Despontaria, aí, de cara, o risco de se destinar para uma torcida a ocupação de região onde predominasse simpatia pelas cores e emblemas adversários. O empecilho se desvaneceria com uma pesquisa de opinião domiciliar, por amostragem, que apurasse as tendências clubisticas dos moradores. Tem-se como certo que essa titica de probleminha seria, também, nesses moldes, fácil de ser contornada.
Nos desdobramentos de tão salutares ações preventivas, aportaríamos mais adiante – quem sabe? -, o ideal da efetivação de jogo sem torcida alguma. Os portões do estádio permaneceriam, nesse caso, hermeticamente cerrados. O direito de presença nas quatro linhas e imediações seria reservado apenas aos paredros esportivos, atletas, treineiros, auxiliares e integrantes do aparato logístico necessário para que o evento se consumasse. A televisão exibiria imagens das partidas para quem quisesse, cobrando módicas taxas. Se ocorresse, ainda assim, de algum distúrbio pipocar em bar onde os aparelhos estivessem ligados durante as transmissões, seria baixado, incontinentemente, em nome da moral e dos bons costumes, ordem expressa para que naquele recinto não mais se sintonizassem receptores, durante clássicos futebolísticos. Isso aí!
O asilo concedido a Assange
“O Equador mostrou ser um Estado soberano.”
(Ricardo Aroca, ministro equatoriano das Relações Exteriores)
A Grã Bretanha, que indaoutrodia encantava o mundo com impecáveis Jogos Olímpicos, volta a assumir posição de realce no noticiário nosso de cada dia, mas, já agora, em decorrência de desastradas intervenções – impregnadas de intolerância e desafeição a valores democráticos – de sua chancelaria.
O que vem rolando diz respeito à célebre contenda do Wikileaks. Encampando ostensivamente as manobras solertes, de características inquisitoriais, dos infatigáveis perseguidores do jornalista australiano Julian Assange, fundador e editor-chefe de um sitio eletrônico que bagunçou o coreto do poder político em vários cantos do planeta, os dirigentes do Reino Unido lidam com a momentosa questão do asilo concedido pelo Equador como um símio solto em loja de louça. Reduzindo a estilhaços a alegada fleugma para o diálogo, de que tanto se ufana a diplomacia do país, os ingleses apelam para ameaças e intimidações que evocam atitudes de truculência comumente adotadas em regime de características despóticas. O que não é bem o caso da nação de Sua Majestade, com sua reconhecida inclinação para as práticas do jogo democrático. A verdade, porém, é que, no afã de satisfazer o pedido de extradição do governo sueco, inocultavelmente a serviço do desejo de vingança da Casa Branca, interessada em aplicar severa punição no jornalista responsável pelo vazamento de estarrecedoras revelações sigilosas, a Inglaterra nega-se a acatar o asilo assegurado a Assange pelo Presidente Rafael Correa, do Equador. E o que soa ainda pior: arrotando prepotência inquietante, reminiscência talvez dos tempos das aventuras imperiais, ameaça até quebrar a inviolabilidade territorial da Embaixada equatoriana em Londres, retirando dali, na marra, o incômodo jornalista responsável pelas comprometedoras revelações trazidas ao conhecimento público.
O Wikileaks teve acesso a informações confidenciais acerca de episódios estarrecedores envolvendo líderes importantes. Apoderados de ira, os personagens e instituições expostos resolveram promover uma “caça as bruxas”, com o propósito de enquadrar nos devidos conformes o mentor do sitio. Contam para tanto com a prestimosa cumplicidade do governo sueco. A peça de acusação contra Assange chega a ser hilária pela indigência das provas. A acusação de estupro, “ocorrido” tempos atrás em solo sueco, valeu ao jornalista, debaixo de compreensível onda de protestos em todos os rincões do planeta, ordem de prisão emitida pela Justiça inglesa. Colocado em liberdade provisória, a vítima da torpe conspiração não teve como deixar de recorrer a asilo político na Missão do Equador, ao perceber que se avizinhava o momento de sua mais do que certa extradição para a Suécia. A extradição, no ver de respeitados observadores, nada mais representaria do que manobra de fachada para colocar o jornalista sob a custódia dos Estados Unidos, de modo a que seja processado pela divulgação de milhares de telegramas extraídos de arquivos secretos. O material foi repassado, obviamente, por elementos da intimidade palaciana estadunidense. A possibilidade de que, convertida em realidade a transferência, Assange venha a responder, nos moldes dos tribunais de Guantânamo, por “traição” e ser até condenado à prisão perpétua, não é nada desprezável nas avaliações de experientes analistas políticos.
O Equador tem sido muito elogiado pela postura desassombrada que tomou, ao considerar verossímeis os temores de Julian Assange a respeito da perseguição política que lhe é movida. Ricardo Patino Aroca, ministro equatoriano das Relações Exteriores, afiançou dia desses, em entrevista, que “frente à prepotência, à agressão, à intimidação e ao desrespeito aos direitos humanos”, sua nação “não cessará no empenho em promover as relações entre Estados baseadas no respeito mútuo, no respeito à soberania e no respeito aos direitos humanos.”
A posição equatoriana, objeto – repita-se – de louvação no mundo todo, contrasta com o comportamento britânico e de seus parceiros, todos sob foco, neste instante, de inflamadas críticas. Por razões copiosas, acrescente-se.
Adelmo, o Prefeito ideal para Uberaba
Adelmo Carneiro Leão, Deputado Estadual (PT-MG) por seis mandatos consecutivos, médico, educador e agricultor, dono de impecável currículo em sua trajetória política, é o meu candidato a Prefeito de Uberaba.
Por sua atuação na defesa das causas sociais, pela dignidade com que encara a missão vocacional que lhe foi outorgada na vida pública, pela luta incessante sustentada em favor da melhoria das condições da saúde e da educação públicas, pelos projetos e realizações de sua autoria voltados para o propósito da construção humana e de um país mais justo e mais fraterno, pelo seu enraizado sentimento democrático e republicano, Adelmo tornou-se personagem de inconfundível realce no cenário político das Gerais. Reúne todas as qualificações desejadas para exercer com brilhantismo o cargo a que se candidata.
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