Os desejos dos tucanos paulistas
Cesar Vanucci *
“Os tucanos paulistas, com raras
exceções, pensam que o PSDB é só deles.”
(Marluce Fialho, consultora política)
O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso tem dado provas concretas de apoio resoluto à candidatura do Senador Aécio Neves em 2014. Mas seus correligionários da paulicéia, com ramificações no Paraná, não estão fazendo muita questão em esconder que a opção de seu especial agrado é diferente. Desejam alguém vindo das fileiras, chamemo-las assim, regionais. Deixam evidente, nesta altura do jogo, a disposição em insistir, enquanto fôlego existir, na busca de um nome afinado, em tudo por tudo, com as forças que representam, tanto as político-partidárias como as chamadas elites do empreendedorismo quatrocentão. Setores fissurados na manutenção de seus anseios ou prerrogativas hegemônicos.
Fernando Henrique, com a ajuda de Sérgio Guerra, presidente da sigla, vai ter que esparramar na mesa todas as fichas na aposta feita em torno do nome do ex-governador das Gerais. Geraldo Alckmin, com sua proverbial incapacidade intelectual para análise de fatos políticos, sociais e econômicos que exijam grande esforço de concentração, espera ardentemente pela chance de concorrer mais uma vez ao Palácio do Planalto. O próprio José Serra não pensa noutra coisa. Sente-se uma espécie de herdeiro natural, sagrado pelos deuses, dos votos das correntes que se antepõem a Lula e/ou Dilma. Andou lançando, indoutrodia, botando pra fora seu inconformismo com os rumos das tratativas feitas por FHC, alguns balões de ensaio, em clara provocação à própria companheirada. Ameaçou deixar o barco partidário, na suposição de que a “extremada decisão” pusesse todo mundo desarvorado com a perspectiva de estar embarcando numa nau sem rumo. Mandou espalhar, com o solícito concurso dos jornais paulistas, engajados nesse esquema político danado de provinciano, noticias sobre seu “provável ingresso” noutra legenda e sobre a possibilidade de achar-se enfronhado, com outras lideranças, em debates para a criação de mais uma agremiação partidária. O recado que se procura passar é o de que ele, José Serra, dispõe-se ao “supremo sacrifício” de enfrentar novamente, as urnas, daqui dois anos, confrontando o candidato, qualquer que seja ele, a ser lançado pela situação.
Analistas políticos traquejados não deixam por menos. Consideram essa obstinação pelo poder de Serra, bem como a notória resistência de próceres do tucanato paulista à idéia da candidatura de um correligionário, mesmo contando com receptividade popular (hipótese aplicável a Aécio), mas não pertencente à sua grei corporativista, uma tremenda mancada política. A mancada, por sinal, dos ardentes sonhos dos estrategistas eleitoreiros empenhados em criarem ambiência propicia à reeleição de dona Dilma Rousseff.
Marildinha, de novo. Essa adolescente espevitada, moradora do São Benedito, na divisa de BH com Santa Luzia, como sabido dos leitores que frequentam este espaço, é danada de xereteira. Pergunta desconcertante, às vezes impertinente, é com ela mesma. Ela é siderada em futebol, confessando-se torcedora do América, um modo que encontrou de evitar as emoções fortes que o chamado esporte bretão provoca.
Ainda na semana passada andou discando para a Federação Mineira de Futebol à cata de informação sobre o campeonato que está pra começar. “Já que o Mineirão ficou pronto e, segundo dizem, muito bem apetrechado para clássicos, vancê pode me explicar qual a razão de alguns dirigentes esportivos haverem insistido tanto na idéia de que o próximo confronto Atlético–Cruzeiro devesse ser realizado no estádio do Sete? Os autores dessa idéia de jerico serão os mesmo que inventaram a risível história das competições com “torcida única?” Consta que a pessoa consultada desligou o telefone.
“Ho’oponopono”, o nome da oração
“O Ho’oponopono libera as energias tóxicas (...) permitindo que a
inspiração divina tenha efeito impactante nos pensamentos e palavras.”
(Ihaleakala Hew Len, médico havaiano)
Julieta Correia Fialho, que se confessa, gentilmente, leitora assídua das elucubrações produzidas por este desajeitado escriba, “apreciando a diversidade dos temas abordados”, adiciona àquele trabalho enriquecedora contribuição. Explica, em mensagem via Internet, que a oração, contendo diversificadas versões, estribada no desejo de libertação pessoal de situações de desconforto enclausuradas na mente, utiliza como expressões-chave para exprimir o sentimento as frases “Sinto muito”, “Me perdoe”, “Te amo”, “Sou grato”. Esses dizeres, inspirados na súplica do perdão, estão harmonizados com o que se convencionou denominar de “Ho’oponopono”, uma manifestação religiosa espalhada por dezenas de lugares. Ao fazer o “Ho’oponopono”, implora-se da Divindade Suprema que limpe, purifique, transmute em energia positiva a carga negativa de problemas armazenados na mente.
O nome do artista plástico Al Mc Allister, gaúcho de Porto Alegre, com trabalhos sobre o tema amplamente divulgados, inclusive no exterior, é especialmente citado na mensagem da leitora. As palavras vindas a seguir são de autoria do mesmo: “Em 2007 tive a grata satisfação de conhecer a prática do “Ho’oponopono”, conforme ensinado pelo dr. Ihaleakala Hew Len (médico havaiano). É assim que ele define o processo: o “Ho’oponopono” libera as energias tóxicas internas, permitindo que a inspiração divina tenha efeito impactante nos pensamentos, palavras, feitos e ações.”
E em que ocasiões a prática se faz aconselhável? Naqueles momentos em que nos damos conta de algum incômodo ou desconforto em relação a alguém, a alguma situação ou coisa. Em horas assim, na tentativa de neutralizar a energia associada aos fatos desagradáveis, promove-se o processo da limpeza energética. O alvo a ser alcançado com a oração é a transmutação da energia negativa, emanada das recordações desconfortáveis, em pura luz. O pedido de perdão é para que o problema se desvaneça dentro do coração e da mente. As palavras-chave sublinhadas são repetidas com firmeza e fervor para que se possa operar o desbloqueio energético.
Constato, prazenteiramente, amparado nas informações passadas pela leitora, que o comentário por mim lançado, repetindo de memória, numa espécie de versão livre, a oração, guardou fidelidade à sua essência filosófica. O texto de uma das muitas versões dessa prece, que também me foi encaminhado, confirma o que estou dizendo. Cuidemos de reproduzi-lo: “Essa oração deve ser feita para harmonizar todas as áreas da sua vida. "Divino criador, pai, mãe, filho em Um... Se eu, minha família, meus parentes e ancestrais lhe ofendemos, à sua família, parentes e ancestrais em pensamentos, palavras e ações, do início da nossa criação até o presente, nós pedimos seu perdão. Faço isso na intenção amorosa de limpar, purificar, liberar, cortar todas as recordações, bloqueios, energias e vibrações negativas e transmutar estas energias indesejáveis em pura luz... Assim está feito. Eu sinto muito. Eu peço perdão. Eu te amo. Eu sou grato.”
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