Rir, um santo remédio
Cesar Vanucci *
“Pela risada de um homem podemos classificá-lo;
se nos for dado simpatizar com um desconhecido por causa da risada,
podemos garantir tranquilamente que se trata de um homem bom.”
(Dostoievski)
Cientistas de Oxford acabam de reinventar a roda. O riso – asseveram eles, botando a maior panca doutoral – faz muito bem à saúde. Chegaram a tal conclusão depois de prolongadas e consistentes pesquisas. Constataram que a gargalhada libera endorfina. Proporciona supremo prazer, amplia a resistência à dor, fortalece o sistema imunológico. E por aí vai...
A “descoberta” comprova, outra vez mais, que a sabedoria popular costuma se antecipar, num bocado de situações às provas da ciência. Casos típicos em que, reportando-nos à saborosa linguagem das ruas, a gente surpreende a técnica humana toda compenetrada na tarefa de levar o milho quando a intuição humana já lá vem voltando com o fubá.
Afianço, com conhecimento de causa, que os respeitados peagadês da afamada instituição acadêmica do Reino Unido teriam como enriquecer substancialmente sua interessante pesquisa caso se lhes tivesse chegado às mãos, no curso das investigações, um livro precioso, de formato delgado, refulgente na forma, cativante pelo colorido humano extravasado de suas quase cem páginas. O tal livro é de autoria de alguém informado de um bocado de coisas relativas a arte da vida. Humanista na acepção completa do termo, agrega ainda a esse tantão de dons a invejável condição de haver se tornado personagem legendário na história do movimento leonístico. Refiro-me, com prazer, senhoras e senhores, ao médico, acadêmico, jornalista, historiador, advogado Áureo Rodrigues. O livro “Rir e sorrir – para viver mais e melhor”, de sua lavra, alinha importantes recomendações terapêuticas, informações de grande utilidade prática. Os capítulos falam do significado do sorriso na convivência humana, das conexões saudáveis do sorriso com o trabalho, relatam lances históricos concernentes ao riso, demonstram a extrema eficácia da terapia do riso.
O lirismo aflora no texto em citações poéticas, na apresentação do retrato falado de um artista gigantesco do sorriso, no caso Charlie Chaplin. O riso e o sorriso nas artes e na ciência são também projetados de maneira didática e com o intuito de valorização humana, dentro da idéia motriz de que “o sorriso representa o próprio encanto de viver.” Áureo relaciona no livro exemplos de risos positivos e negativos, ensina técnicas que, estimulando o sorriso e o riso, afugentam a depressão e o baixo astral.
O trecho em que se ocupa dos risos positivos vale a pena ser reproduzido. Os risos positivos provocam bons sentimentos e reações que nos fazem felizes, em alto astral, otimistas, garante o autor.
O riso aberto – acentua ele – é próprio de pessoas extrovertidas, amigas e leais. É claramente exteriorizado, franco. O riso verdadeiro é demorado e simétrico. Provoca rugas nas pálpebras, se instala gradualmente e vai lentamente despertando sinceridade e confiança. O riso constante é próprio da pessoa que está sempre contente e otimista, demonstrando força de caráter. O riso contagiante ou vibrante é próprio de pessoa otimista. Desperta nos outros a vontade de rir também.
No ensaio sobre o riso e o sorriso, Áureo explica que o primeiro é extroversão e o segundo, desvendando delicadamente o interior de quem sorri, é introversão. O riso – acrescenta – é algo que irrompe num estrondo e vai retumbando como o trovão da montanha, num eco que, no entanto, não chega ao infinito.
Já o sorriso, anota, é silencioso como a chuva mansa que cai e fertiliza a terra, como a brisa suave que acaricia e refresca o rosto.
Resumindo toda história: “O riso é um santo remédio.”
Menor, mas ainda lucro e tanto
“O lucro líquido da Vale caiu 74%”
(Dos jornais)
Os plantonistas do catastrofismo continuam apostando todas as fichas na debacle. Obstinados, empenham-se em transportar para a realidade brasileira situações adversas vividas noutros países, como se por aqui não estivéssemos desfrutando, de tempos a esta parte, uma condição econômica diferenciada (para melhor), traduzida em razoáveis ofertas de emprego e em perspectivas alentadoras de investimento, com destaque para empreendimentos sociais. Os indicativos são de que o país passa por momento de estabilidade com ligeira ascensão, sem prenúncios, apesar de algumas chuvas e trovoadas, de declínio a médio e longo prazos.
As interpretações dos resultados dos balanços empresariais, por parte de certos elementos com presença marcante na mídia, “especializados” na propagação de teses derrotistas quando se ocupam da análise das coisas brasileiras, laboram sempre em equívocos e exageros.
Tomemos por exemplo as contas da Vale, maior empresa privada brasileira. Confrontados com os dados de 2011, os resultados de 2012 anotaram queda. Foi o quanto bastou para alguns proclamarem que a situação não anda assim tão favorável quanto se fala. “Viram só? O lucro da Vale – logo da Vale! - caiu 74,3% em 2012. Isso é muito sério.” Mas não há nada de grave, em ciência econômica, no fato de uma empresa industrial, comercial, agropastoril, de serviços não conseguir lucros iguais ou superiores de um exercício para outro. Mesmo com a redução assinalada, os números da Vale em 2012 foram satisfatórios. Esse negócio de recordes sucessivos em lucratividade parece ser privilégio apenas das instituições que compõem o intocável sistema financeiro. Privilégio e intocabilidade assegurados por razões desconhecidas. Ou conhecidas até demais da conta.
O lucro líquido da Vale chegou – vamos lá - a quase 10 bilhões (R$ 9.734 bilhões). Para os desmemoriados faz-se oportuno citar certos fatos relevantes: essa empresa, ao longo de sua existência, mostrou-se sempre lucrativa, graças a gestões e equipes operacionais altamente capacitadas. O número agora atingido merece ser até classificado de invejável. Isso ganha didática configuração quando se tem presente a esclarecedora informação de que o lucro apurado no balanço do ano passado chega a ser bem superior ao valor do lance que o grupo controlador da Vale ofereceu, no leilão da controversa privatização de anos atrás, quando ficou definida a passagem da empresa, de estatal bem sucedida, para a iniciativa privada. Noutras singelas palavras: neste único resultado operacional anual, inferior, como se pôde ver, ao resultado do ano anterior, deparamo-nos com um ganho acima do custo de aquisição da empresa toda. Menor, sem dúvida, mas ainda assim um lucro e tanto.
E, então, gente boa?
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C O N V I T E
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