CONVITE AOS LEITORES DO BLOG
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Reflexões em torno da espionagem
"Desafios e perspectivas da saúde pública no Brasil" é o tema de uma palestra a ser proferida, no próximo dia 25 (vinte e cinco) de novembro, às 19h30m (dezenove horas e trinta minutos) pelo deputado Adelmo Carneiro Leão, vice-presidente da Assembleia Legislativa, no "XVIII Encontro Cultural da Academia".
O ato, promovido pela Academia Mineira de Leonismo e Lions Clube BH Mangabeiras, será realizado no auditório do Sesiminas, rua Álvares Maciel, 59, Centro de Cultura "Nansen Araujo".
Convido os leitores do "Blog do Vanucci" a comparecerem.
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Reflexões em torno da espionagem
Cesar Vanucci *
“Tudo isso é
ilegal como obviamente nada tem a
ver com proteger
os EUA e o mundo do terrorismo.”
(Jornalista
Antônio Luiz M.C. Costa, da “CartaCapital”)
· Por razões mais
do que óbvias, a política externa da Casa Branca vem sendo amplamente
criticada, inclusive nos Estados Unidos. O mundo inteiro já se deu conta, a
esta altura, que as semelhanças do governo republicano de Bush e do governo
democrata de Barack Obama, na forma de conduzir as questões no plano internacional,
são bastante acentuadas.
Mas
não era isso que a opinião pública esperava acontecesse por ocasião da chegada
ao poder do atual presidente estadunidense. A aposta global na efetividade das
mudanças era de tal ordem que bem poucos ousaram, à época, questionar a açodada
outorga do Nobel da Paz ao recém-chegado. Tratava-se apenas – esta a crença
generalizada – de uma mera antecipação do crédito em esperança e confiança das
multidões depositado na atuação de um personagem carregado de ideias novas,
carismático, bom de fala, que entrava em cena com a firme disposição de alterar
o enredo na desgastada convivência politica internacional. Demorou um pouco
para que essa alvissareira expectativa se esboroasse e a frustração se instalasse,
irremediavelmente, no espírito popular. A convicção agora dominante é de que a
diferença no modo de agir de um e de outro, em termos de política externa, é a
mesma que se percebe no sabor da Coca e da Pepsi, as mais famosas marcas do
mercado mundial de refrigerantes, ambas de origem norte-americana.
· Por mais que
alguns veículos de comunicação da mídia tupiniquim procurem minimizar a importância
do fato, o posicionamento de Dilma Rousseff na condenação ao esquema de
espionagem cibernética patrocinado pelos Estados Unidos tornou-se ponto de
referência para uma decisão global no sentido de se criar um sistema de
proteção eficaz contra essas agressões à soberania dos países e violações, com
fitos políticos e comerciais, da intimidade das pessoas e instituições.
A
declaração conjunta levada pelo Brasil e Alemanha à ONU, em favor da
implantação de um marco regulatório estabelecendo controle das ações da
internet, recebida com total simpatia pela quase totalidade dos países membros
da instituição, é prova mais do que provada do acerto da atitude tomada pela
Presidenta.
· E se fosse
levada realmente a sério a argumentação dos paranoicos porta-vozes das agências
de espionagem norte-americanas, a respeito de que a arapongagem eletrônica
praticada em alta escala é voltada, exclusivamente, para o monitoramento de
dirigentes das redes terroristas espalhadas por várias partes deste mundo velho
de guerra? Seríamos todos forçados a passar, daqui pra frente, pelo
constrangimento de ter que enxergar no Papa Francisco gloriosamente reinante e na
garbosa Guarda Suíça do Vaticano, alvos da bisbilhotice cibernética, perigosos agentes da subversão, engajados em
tenebrosa conspiração contra a concórdia e a paz entre os homens. Dá procês?
· O acesso livre
e desembaraçado pela ação criminosa da espionagem estadunidense às mensagens
propagadas pelo Google e o Yahoo, coloca-nos, todos usuários da internet, na incômoda
sensação de vivenciar um pouco o clima asfixiante dos personagens do livro
“1984”, de George Orwell, criado pelo “Grande Irmão” com seus tentáculos de
dominação sobre as mentes.
· Essa história
da espionagem cibernética gerou uma estupefação, pode-se dizer, extra. O técnico
em informática Snowden, responsável pela veiculação do repulsivo esquema, era um
mero funcionário terceirizado das “agências de inteligência” encarregadas de
conduzir o processo. Ao apoderar-se das estarrecedoras informações vindas a
lume expôs a extrema vulnerabilidade do sistema de segurança dos referidos
órgãos. E, de certo modo, também, a suprema arrogância que os norteia, ao se
arvorarem em organizações situadas acima do bem e do mal. Descompromissadas do dever
de oferecer satisfações dos malfeitos praticados a quem quer que seja. Mesmo
que seus nefandos atos cheguem, por qualquer acidente de percurso, como, aliás,
acabou acontecendo, ao conhecimento da opinião pública.
· Comparar uma ou
outra diligência promovida pela Agência Brasileira de Informação (ABIN), dentro
de suas estritas atribuições institucionais, com o formidando aparato de
espionagem mundial da CIA e NSA – como andam querendo irrefletidamente alguns
parlamentares oposicionistas – é uma forma de subestimar a inteligência das
pessoas, sem deixar de ser um sinal eloquente de imaturidade politica e de
indigência cívica.
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