Pingos
nos iis
“A imprensa coloca o lado do copo meio vazio.”
(Empresária Luiza Trajano)
A
vitoriosa empresária Luiza Trajano, do “Magazine Luiza”, numa performance
impecável, bateu de frente com comentaristas do programa “Manhattan
Connection”, da Globo News, mostrando a irrealidade do quadro pessimista
pintado nas intervenções dos interlocutores, entre eles o Diogo Mainardi,
conhecido por sua fala invariavelmente rançosa. Na troca de opiniões registrada
um representante altivo da atividade produtiva brasileira pingou os devidos
pontos nos iis nas observações derrotistas e palpites infelizes de alguns
partidários da tese de que o Brasil vai (sempre) de mal a pior.
O
episódio televisivo veio a calhar como ilustração nas considerações que venho
fazendo a respeito de certas análises despropositadas da realidade econômica e
social brasileira.
A
propósito deste mesmo assunto, andei alinhando pratrazmente mais dados e
números sugestivos para a série de artigos lançados sobre nossa situação
econômica e social. Nos comentários aludidos – como sabido - discordo das
profecias apocalípticas de parte da mídia, agências de classificação de riscos
e de setores despojados de sentimento nacional que, com intuitos os mais variados,
demonstram incomum agilidade em acionar a três por quatro a tecla do “quanto
pior, melhor”.
Faço
a divulgação dos dados coletados, na certeza de que constituem manifestações vigorosas
de uma saudável atividade produtiva levada avante pelas forças vivas da Nação
na busca do progresso social.
Esses
outros indicadores da econômicos positivos foram anunciados por porta-vozes dos
próprios ramos de negócios citados:
O capital privado para saneamento/obras de infraestrutura registrou forte alta
no ano transcorrido. Os valores expressivos alcançados resultaram de concessões
assinadas ao longo do período. Tais concessões deram origem a elevação
significativa no patamar dos investimentos. As cinco maiores concessões
totalizaram 8 bilhões e 600 milhões de investimentos contratados. O montante
foi superior em tão somente 240 por cento aos valores de 2012: Outro recorde: o número de participantes ativos do
sistema de consórcios. Os créditos comercializados aumentaram em cerca de 56
por cento com relação ao total movimentado há cinco anos passados: O sistema bancário, como de praxe, acumulou em 12
meses resultados positivos de 61 bilhões 300 milhões no terceiro trimestre, com
alta de 12 por cento na comparação anual de 2012. É o melhor da história. Outra
vez. Já o setor
farmacêutico preconiza incremento para este ano de 12 a 13 por cento; Foi superior a 71 bilhões, constituindo novo
recorde, a captação líquida da poupança. Só em dezembro os números totalizaram
mais de 11 bilhões, o maior já anotado em todos os meses da série histórica do
Banco Central;
Pesquisa do Ibope/You Pix assinala que o Brasil emerge como uma “potencia” no
campo das redes sociais. O tempo gasto na rede garantiu-nos segunda colocação
no ranking de passes do Facebook, ultrapassando a Índia, que congrega número
bem maior de usuários. Nosso país é também o segundo classificado em usuários
no Facebook e no Twitter, atrás apenas dos Estados Unidos. Esses resultados
derivam, na avaliação dos pesquisadores, da acentuada melhoria das condições
socioeconômicas nacionais. O
setor de “outlets” sublinha que vai passar das seis unidades, hoje em operação,
para 14.
Em 2013 entraram em operação mais 10 milhões de celulares. O país dispõe hoje
de 211 milhões 580 mil de linhas a acessos pré-pagos e 103 milhões 110 mil de
linhas relativas a serviços pós-pagos; A arrecadação
fiscal federal em 2013, a mais alta da história, foi de R$ 1 trilhão 130
bilhões.
Os
ataques neoliberais ao Pontífice
“O
dinheiro deve servir e não governar.”
(Papa
Chico)
O
núcleo mais radical do neoliberalismo colocou sob a mira furibunda de exaltados
porta-vozes a figura suave, austera e carismática do Papa Francisco.
Insurgiu-se contra os “erros” que o Santo Padre “vem cometendo” com suas críticas
às desigualdades sociais deste mundo de Deus onde o diabo aprecia fixar
chamejantes enclaves.
O
“Financial Times”, da Inglaterra, publicação que reflete melhor do que qualquer
outra o sentimento das ideologias extremadas que defendem escancaradamente autonomia
sem restrições ao chamado mercado e à especulação financeira, escolheu
simbolicamente a celebração natalina para descarregar, no dia 25 de dezembro
passado, suas baterias contra as “incômodas” posições pontifícias. Escalou time
titular de articulistas para cuidar com capricho da questão.
Os
conceitos sobre a ordem social e econômica expendidos por Francisco no
“Evangeli Gaudium” (Gaudio do Evangelho), divulgado no final de novembro de
2013, são criticados com azeda veemência. “O Papa está errado!”, garante
enfaticamente a publicação britânica, revelando baita inconformismo com relação
às ponderações constantes da “Exortação Apostólica” onde se deplora a
“idolatria do dinheiro” incentivada pelo sistema econômico. Idolatria essa
responsável por situações que agridem incessantemente a dignidade das pessoas.
“Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente os da maioria situam-se
cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz”, diz o Papa. Para
acrescentar em seguida: “Tal desequilíbrio provem de ideologias que defendem a
autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira”. Avançando um pouco
mais, o documento da Santa Sé acusa o sistema financeiro de negar “o direito de
controle dos Estados, encarregados de velar pela tutela do bem comum”.
Um
outro “braço armado” da neoliberalice botou também a cara pra fora, por sinal de
maneira bem agressiva, na exprobração à palavra sábia do Papa. Trata-se do célebre
“Tea Party”, agrupamento ultraconservador estadunidense com atuação destacada
nas fileiras políticas republicanas. Esses extremistas, tal como acontece no
combate sem tréguas movido a Barack Obama “por suas ideias subversivas”,
consideram Chico nada mais, nada menos que um perigoso bolchevista.
Sua
conduta “herética” foge ao padrão, quando martela com firmeza, apoderado de
certeza evangélica derivada de sua apostólica missão, alguns pontos essenciais
da avassaladora crise de comportamento destes convulsionados tempos. Chico “ousa”
propalar coisas que soam imensamente desagradáveis em círculos dominados pela
ganancia sem limites e por despudorada insensibilidade social. Coisas “absurdas”
desse teor: “Para apoiar um estilo de vida que exclui os outros ou mesmo
entusiasmar-se com esse ideal egoísta, desenvolveu-se uma globalização da
indiferença. Quase sem nos darmos conta, tornamo-nos incapazes de nos
compadecer ao ouvir os clamores alheios, já não choramos à vista do drama dos
outros nem nos interessamos por cuidar deles, como se tudo fosse
responsabilidade de outrem, que não nos compete. A cultura do bem-estar
anestesia-nos a ponto de perdermos a serenidade se o mercado oferece algo que
ainda não compramos, enquanto todas essas vidas ceifadas por falta de
possibilidades nos parecem mero espetáculo, que não nos incomoda de forma
alguma”.
Dá,
sim, perfeitamente, “pra entender” o mal-estar espalhado nos redutos
neoliberais por esse Papa vindo dos confins do mundo, quando ele chama a
atenção das elites para a necessidade de se encontrar saída justa, solidária e
fraternal para a humanidade. Quando ensina que “o dinheiro deve servir e não
governar”. Quando acentua “que numa reforma financeira que levasse em conta a
ética” deveria surgir “vigorosa mudança de atitudes por parte dos dirigentes
políticos”, de modo a enfrentarem com disposição o “jogo da competitividade e
da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais fraco.” Ou ainda quando
mostra que a situação caminha para desembocar inexoravelmente “num beco sem
saída”, com “grandes massas da população excluídas e marginalizadas”.
Isso
ai, gente boa e bem intencionada. É preciso reconhecer sem vacilações que o
verbo de Francisco tem mesmo o dom de estremecer os alicerces de um sistema
econômico injusto e de despertar consciências entre viventes acomodados.
Os
ataques neoliberais ao Pontífice
“O
dinheiro deve servir e não governar.”
(Papa
Chico)
O
núcleo mais radical do neoliberalismo colocou sob a mira furibunda de exaltados
porta-vozes a figura suave, austera e carismática do Papa Francisco.
Insurgiu-se contra os “erros” que o Santo Padre “vem cometendo” com suas críticas
às desigualdades sociais deste mundo de Deus onde o diabo aprecia fixar
chamejantes enclaves.
O
“Financial Times”, da Inglaterra, publicação que reflete melhor do que qualquer
outra o sentimento das ideologias extremadas que defendem escancaradamente autonomia
sem restrições ao chamado mercado e à especulação financeira, escolheu
simbolicamente a celebração natalina para descarregar, no dia 25 de dezembro
passado, suas baterias contra as “incômodas” posições pontifícias. Escalou time
titular de articulistas para cuidar com capricho da questão.
Os
conceitos sobre a ordem social e econômica expendidos por Francisco no
“Evangeli Gaudium” (Gaudio do Evangelho), divulgado no final de novembro de
2013, são criticados com azeda veemência. “O Papa está errado!”, garante
enfaticamente a publicação britânica, revelando baita inconformismo com relação
às ponderações constantes da “Exortação Apostólica” onde se deplora a
“idolatria do dinheiro” incentivada pelo sistema econômico. Idolatria essa
responsável por situações que agridem incessantemente a dignidade das pessoas.
“Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente os da maioria situam-se
cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz”, diz o Papa. Para
acrescentar em seguida: “Tal desequilíbrio provem de ideologias que defendem a
autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira”. Avançando um pouco
mais, o documento da Santa Sé acusa o sistema financeiro de negar “o direito de
controle dos Estados, encarregados de velar pela tutela do bem comum”.
Um
outro “braço armado” da neoliberalice botou também a cara pra fora, por sinal de
maneira bem agressiva, na exprobração à palavra sábia do Papa. Trata-se do célebre
“Tea Party”, agrupamento ultraconservador estadunidense com atuação destacada
nas fileiras políticas republicanas. Esses extremistas, tal como acontece no
combate sem tréguas movido a Barack Obama “por suas ideias subversivas”,
consideram Chico nada mais, nada menos que um perigoso bolchevista.
Sua
conduta “herética” foge ao padrão, quando martela com firmeza, apoderado de
certeza evangélica derivada de sua apostólica missão, alguns pontos essenciais
da avassaladora crise de comportamento destes convulsionados tempos. Chico “ousa”
propalar coisas que soam imensamente desagradáveis em círculos dominados pela
ganancia sem limites e por despudorada insensibilidade social. Coisas “absurdas”
desse teor: “Para apoiar um estilo de vida que exclui os outros ou mesmo
entusiasmar-se com esse ideal egoísta, desenvolveu-se uma globalização da
indiferença. Quase sem nos darmos conta, tornamo-nos incapazes de nos
compadecer ao ouvir os clamores alheios, já não choramos à vista do drama dos
outros nem nos interessamos por cuidar deles, como se tudo fosse
responsabilidade de outrem, que não nos compete. A cultura do bem-estar
anestesia-nos a ponto de perdermos a serenidade se o mercado oferece algo que
ainda não compramos, enquanto todas essas vidas ceifadas por falta de
possibilidades nos parecem mero espetáculo, que não nos incomoda de forma
alguma”.
Dá,
sim, perfeitamente, “pra entender” o mal-estar espalhado nos redutos
neoliberais por esse Papa vindo dos confins do mundo, quando ele chama a
atenção das elites para a necessidade de se encontrar saída justa, solidária e
fraternal para a humanidade. Quando ensina que “o dinheiro deve servir e não
governar”. Quando acentua “que numa reforma financeira que levasse em conta a
ética” deveria surgir “vigorosa mudança de atitudes por parte dos dirigentes
políticos”, de modo a enfrentarem com disposição o “jogo da competitividade e
da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais fraco.” Ou ainda quando
mostra que a situação caminha para desembocar inexoravelmente “num beco sem
saída”, com “grandes massas da população excluídas e marginalizadas”.
Isso
ai, gente boa e bem intencionada. É preciso reconhecer sem vacilações que o
verbo de Francisco tem mesmo o dom de estremecer os alicerces de um sistema
econômico injusto e de despertar consciências entre viventes acomodados.
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