quinta-feira, 22 de maio de 2014



"O principal papel do escrete é o de profeta do grande Brasil!” 
(Nelson Rodrigues, em 1962)



           
 A Copa é nossa!
Cesar Vanucci

Tela de João Cândido da Silva.      

Parar logo com isso! Com esse papo irreal produzido pelas minorias barulhentas, por desconhecimento de causa ou má fé, desvinculadas do verdadeiro sentimento nacional. Fazer cessar os ruídos do desalento, que nada tem a ver com a índole popular. Tirar do ar os brados retumbantes do pessimismo mórbido, com seus efeitos contaminantes parecidos com os da gripe aviária. A Nação se amofina com esse tipo de reação.

Parar com esse chororô anêmico, desnutrido, tão despojado de brasilidade! Derrotismo forjado em fantasias é algo que roça as fimbrias do delírio esquizofrênico. O Brasil inteiro, todos sabemos, esconjura a estridência baderneira volta e meia infiltrada em manifestações populares de cunho pacifico e compreensivelmente reivindicatório. Recomenda enfaticamente que as manifestações genuínas, fruto saudável da pujança democrática, mercê de Deus reinante, não se estiolem em passeatas sem rumo, sem objetivo certo, sem senso de oportunidade. Não existe crise alguma capaz de se sobrepor ao Brasil. Nem que ela tivesse irrompido por aqui com a mesma impetuosidade e turbulência com que se manifestou noutros países nos diversos continentes.

Parar, repetimos, com esse papo desagregador! O Brasil é que nem o mar. Contemplando-o, não há como descrevê-lo com palavras alusivas apenas a ligeiros enjoos de alguma travessia de curta duração.

Chegou a hora, nesta véspera da grande festa mundial do futebol, de substituir esses ruídos desarmoniosos! Fazer soar, no lugar, clarins festivos de alvorada. Providenciar ruflar majestático de tambores. Botar pra fora todo clangor de emoções de que sejamos capazes. Despejar nas ruas batucada de escola de samba em pleno apogeu carnavalesco, coro cadenciado de arquibancadas para anunciar que a Copa chegou! E que a Copa é nossa!

A proclamação – tá na cara – reflete, naturalmente, antes de tudo mais, generoso anseio da alma das ruas. A conquista do titulo é sonho acariciado  por milhões.

Que os deuses do futebol, que compõem de certa maneira uma espécie de torcida organizada de nosso escrete, possam dizer, na hora em que a bola estiver rolando nos gramados, amém às nossas preces!

Mas é preciso entender também que a Copa não nos pertence tão somente por conta do hexa. O País assumiu, perante o mundo, a responsabilidade de criar as condições necessárias, do ponto de vista político, econômico, turístico, psicológico, de promover uma competição eletrizante, de brilhantismo sem similar na história dessa paixão universal denominada futebol. Com a colaboração de todos, os brasileiros vamos ter que honrar esse compromisso. Esmerando na organização dos grandes espetáculos programados. Acolhendo com carinho e hospitalidade as levas de turistas. Contribuindo para que a imagem autêntica, verdadeira do País, de sua gente, de suas potencialidades e virtudes, possa ser projetada lá fora em todo esplendor, revelando ao mundo a certeza de que somos uma Nação com clara vocação de grandeza, com inequívoca vocação conquistadora em relação ao futuro. Uma Nação que cultiva a esperança, o humanismo como dogmas de fé no enorme esforço despendido em favor da construção humana e de um mundo mais fraterno e igualitário.

Chegada a hora!

A Copa é nossa! Vamos mostrar orgulhosamente, a todos, que cada brasileiro entende muito bem ser o futebol, como lembrado na palavra de José Lins do Rego, um soberbo “agente de confraternidade”. E, também, alardear, com justa ufania, os motivos pelos quais nos fizemos conhecidos, nos olhares do mundo, como o “país do futebol”!    




Capa do livro de  Andre Rocha e Michel Costa








Ditos preciosos
Cesar Vanucci


“A aspersão da água simboliza o orvalho da graça”.
(Teólogo João Batista Libânio)

                 Queda d'água no Rio Columbia



A revista “Ecológico”, como sabido, é um esplêndido espaço consagrado à divulgação de propostas comprometidas com o ideal da construção do bem estar social. O criativo e infatigável Hiram Firmino, à frente de um time de craques, compõe a cada lua cheia uma ode impecável à vida.
Na edição de março, comemorativa do “dia mundial da água”, a publicação fez jorrar caudaloso volume de informações valiosas com o saudável propósito de fortalecer a consciência comunitária quanto ao papel vital da Natureza no processo da evolução humana.
Colecionador há tempos de mensagens que contribuam para reconectar o mundo com sua humanidade, deleitei-me com a abundância de ditos preciosos, traduzindo naturalmente feitos edificante dos autores, estampados nas páginas da revista.
Vejam se tenho ou não razão em recolher para arquivo as frases lidas.
“Louco demais!” Turistas do mundo inteiro pagam caro para ir ao Pantanal brasileiro e o que mais eles veem ali (...) além de jacarés? As mesmas capivaras que, sob argumentos urbanoides, tanto nos apavoram aqui. (...) A pergunta central e ecológica que não se faz é: o que devemos fazer (e é tão pouco, cercar os jardins do Museu de Arte (...) etc.) para ter as Capivaras conosco numa convivência sadia?”(Hiram Firmino, na “Carta do editor”).
“Meu recado é que governantes e empresários busquem e aceitem a visão de que a Natureza é vida, abundancia e sabedoria” (Osvaldo Aleixo, mestre em Saneamento e Meio Ambiente pela UFMG).
“Quando alguém provocar irritações, pegue um copo de água, beba um pouco e conserve o resto na boca. Não ponha fora nem a engula. Enquanto durar a tentação de responder, deixe a água banhando a língua. Esta é a água da paz” (Chico Xavier).
“Homem – água. É aquele fácil e comunicativo. Corrente, abordável, servidor e humano (...). É como a água corrente e ofertante, encontradiça nos descampados de uma viagem. Despoluída, límpida e mansa” (Cora Coralina)
“Muita gente acha que a água brota na torneira e desaparece no ralo, como mágica. Ninguém pensa no trabalho que é fazer chegar às casas água limpinha e recolhê-la para que seja novamente tratada...” (Tales Heliodoro Viana, superintendente de Meio Ambiente da Copasa).
“A água me ensinou a delicadeza da alma humana e o impacto que sentimentos positivos podem ter sobre o mundo” (Masaru Emoto, autor do livro “Mensagens ocultas da água”).

  “Haverá ainda no mundo coisas tão simples e tão puras como a água bebida na concha das mãos”? (Mario Quintana)

“Ainda há esperança. Ela se chama informação e educação ambiental. É isso que pretendo: fotografar e divulgar uma amostragem de realidade do planeta, onde mais da metade (54%) da paisagem e vida natural foi destruída. Mas ainda restam (46%) do que ele era antes (...) desde a criação” (Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro de fama mundial).

“Não podemos sacrificar a vida no altar do capital”. (...) “A vida não se prende no egoísmo de só viver dos outros. Mostra a face generosa de ser para os outros. O planeta está a exigir que cuidemos das pedras, das camadas geológicas, das plantas, dos animais e dos irmãos e irmãs humanos. Sem tal cuidado, estaremos todos fadados à morte”  (Padre João Batista Libânio, de saudosa memória,  um dos maiores teólogos brasileiros).

“Emerge a consciência de que caminhamos para situações pesadamente inviáveis. (...) três magnos desafios se impõem: o desequilíbrio mundial no referente às condições de vida dos continentes e países, a instabilidade climática e a impossibilidade de manter recursos imprescindíveis da Terra” (Padre João Batista Libânio)

“Com um olhar tecnológico, percebemos na água uma série maravilhosa de símbolos. (...) A aspersão da água simboliza o orvalho da graça a tocar as pessoas compungidas” (Padre João Batista Libânio).




Água da Paz (Ilustração extraída do Portal Crônicas Serra )


Um comentário:

Ana disse...

Adorei o artigo " A Copa é nossa!". Super pra cima,pontual e nos devolve um pouco da alegria´de curtir o que sempre curtimos, Nossa Seleção ! mas sem culpa. Agora é hora do hexa!
parabéns! vc é incrível!

A SAGA LANDELL MOURA

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