Discurso de posse
No dia 27 de maio, na sede da Associação do Ministério Público, ocorreu a posse da diretoria da Academia Mineira de Leonismo para o biênio 2014/1016. Assumi, na ocasião, mais uma vez, o cargo de presidente da instituição. Durante a assembléia festiva realizada, que reuniu representantes de vários órgãos culturais, foram homenageados pela Academia o governador do Lions, José Leroy da Silva e Companheira Sandra Cury, bem como elementos destacados de seu gabinete.
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“Precisa dessa torrente publicitária oficial toda
para falar dos notáveis
feitos de nossos diligentes administradores
públicos, precisa?”
(Antônio Luiz da Costa, professor)
- Os que vivem se queixando das condições caóticas do trânsito de BH; da violência solta nas ruas; da assistência insatisfatória nos postos de atendimento à saúde; da insuficiência de planos de proteção às crianças, jovens e idosos andam certeiramente mal informados, pelo que nos é dado a observar, com relação a todas as questões acima colocadas. Se se dessem ao mínimo esforço de acompanhar, como é de nosso habito fazer, os sedutores reclames publicitários divulgados pelas administrações públicas nas esferas municipal, estadual e federal, na frenética disputa travada por espaço nos intervalos televisivos com o “Ricardo Eletro” e a “Casas Bahia”, esses exigentes reclamantes estariam devidamente inteirados de que as coisas, em todas as áreas citadas, ao contrário de suas insistentes alegações, correm às mil maravilhas, sim senhor! Ipso facto, como era de costume dizer-se em tempos passados, todo esse queixume choramingador carece de fundamento, não é mesmo, gente boa?
O “Manhattan Connection”, da “Globo
News”, chamou para entrevista o correspondente do “Financial Time” no Brasil.
Pelo que se revelou na introdução, a
atenção do programa pelo depoimento do jornalista inglês focava-se numa
alegação sua a respeito do suposto declínio registrado, de dois anos pra cá, na
situação econômica brasileira. Com notória dificuldade para se expressar no
idioma falado no Brasil, o entrevistado permaneceu o tempo todo sob o fogo
cruzado dos entrevistadores, que deixaram expressamente demonstrado interesse maior
em divulgar suas próprias opiniões pessoais sobre a conjuntura econômica,
carregando pesado nas críticas ao governo, do que em saber, na verdade, o que o
colega estrangeiro realmente estaria matutando. Se algum dia, nalgum curso de
jornalismo, alguém se dispuser a exibir um exemplo lapidar de uma “anti-entrevista”
na televisão é só recorrer aos arquivos do “Manhattan Connection” e projetar a
matéria então levada ao ar.
·
A louvação, em verso e prosa, da
“excelência incomparável” do futebol praticado em gramados europeus, promovida
com entusiástica insistência por alguns nomes exponenciais da crônica esportiva
brasileira, animou-nos a acompanhar, pela televisão, do primeiro minuto ao
derradeiro momento da prorrogação, o confronto entre as boas equipes do Real
Madrid e do Atlético de Madrid. Esta foi a primeira vez que este desajeitado
escriba se dispôs a assistir por inteiro a um jogo de futebol não envolvendo
seleção ou clube brasileiros. Confessamos, em lisa verdade, haver apreciado bastante
o que contemplamos, mas sem essa de achar que estaríamos presenciando o suprassumo
em matéria futebolística. Algo fantástico, de qualidade infinitamente superior àquilo
que, centenas de vezes, anos a fio, vimos acompanhando nas arenas de futebol do
Brasil, ou em estádios de outros países, onde a seleção e clubes brasileiros
desfilam sua arte. Alguns atores do espetáculo de Lisboa podem ser apontados,
no máximo, como tão bons quanto numerosos atletas brasileiros que habitualmente
atuam por aqui. Esta, nossa sincera opinião. Supomos, então, à vista destas
impressões pessoais, que as chances do escrete de vir a arrebatar a Copa são bastante
promissoras. Esperar, pra ver, né?
Queremos ainda dizer, a respeito da interessante disputa
que concedeu ao Real Madrid mais um titulo na versão europeia da “Libertadores”,
que deixaram forte pressão as cenas mostradas referentes ao
grau de vibração da torcida espanhola. Foram bem demonstrativas de que o
futebol, no duro da batatolina, é mesmo paixão universal. A ansiedade geral, a
alegria pela vitória e a desolação pela derrota, estampadas nos semblantes dos
adeptos dos times contendores, tiveram sabor bastante familiar. Tudo se revelou
demasiadamente parecido com aquilo que os torcedores brasileiros costumam
aprontar por ocasião dos nossos (frequentes) clássicos.
A tevê que a gente vê (2)
Cesar Vanucci*
"Não são poucos os entrevistadores de televisão que conduzem o trabalho como se estivessem se auto entrevistando”
(Domingos Justino, educador).
A
“Globo News” ganhou e a TV Cultura perdeu um excepcional comunicador. Roberto
D’ Ávila é um senhor entrevistador. Bota no chinelo muitos colegas de oficio.
Contrapõe-se com classe ao que parece ser, em numerosos casos, uma “regra” em
matéria de diálogos televisivos. Deixa o entrevistado no sossego para falar. Não
interrompe abruptamente sua linha de raciocínio. Conduz com argucia as
perguntas, arrancando respostas que garantem ao telespectador chances de realmente
se inteirar das ideias dos personagens arguidos. Uma baita diferença de estilo,
santo Deus, no confronto com a forma de agir, diante de microfones e câmeras,
de um tantão de entrevistadores que se esmeram em fazer dos bate-papos exercício
enervante mode sobrepor as próprias opiniões às opiniões dos interlocutores.
A
entrevista que marcou a estreia de D’Ávila na “Globo News”, com o Ministro
Joaquim Barbosa, presidente do Supremo, foi muito elucidativa. Graças ao modelo
que adota nas abordagens, o jornalista permitiu ao telespectador a oportunidade
de poder fazer uma avaliação mais aprofundada do jeito de ser do entrevistado,
hoje por obvias razões figura de proa no panorama politico e jurídico nacional.
Eu, particularmente, bastante atento às respostas do Ministro, fiquei deveras
desapontado com o que anotei. Falar verdade, supunha que o cabedal de
conhecimentos do Presidente do Supremo estivesse situado num patamar bem mais
elevado daquilo que foi demonstrado. Imaginava-o próximo dos ideais
humanísticos propagados, por exemplo, pelo seu antecessor no comando da Corte,
Ministro Ayres de Brito. Ledo engano! A sensação passada foi a de que léguas de
distancia separam, sob tal aspecto, os dois ilustres togados.
Impressão
diametralmente oposta foi a que deixou, também em entrevista ao mesmo canal,
concedida ao jornalista Mario Sérgio Ponti, outro integrante da Corte Suprema, Luís
Roberto Barroso. O magistrado esbanjou cultura humanística e jurídica.
Revelou-se conhecedor em profundidade das demandas sociais destes nossos
conturbados tempos. Ofereceu interpretação bastante lucida da realidade nacional.
Cesar Vanucci*
“Nada como um bom espetáculo musical para encher
os olhos do telespectador numa pachorrenta tarde dominical.”
(Antônio Luiz
da Costa, professor)
Numa sequência afortunada para os telespectadores, três canais brindaram o distinto público, num fim de semana desses, em horários sincronizados, com espetáculos musicais supimpas, como era de habito dizer-se em antigos tempos. Tudo nos devidos trinques em matéria de qualidade. Há muito não via nada, no gênero, que pudesse se ombrear com os programas assistidos.
No Canal Brasil, a vida
e obra de Tom Jobim foi foco de extensos depoimentos, ricos em colorido humano,
dados pela irmã, escritora Helena Jobim, antigas companheiras e amigos do
genial compositor. O cenário escolhido para as entrevistas, de repousante
beleza, com árvores, riachos, gramados e exemplares silvestres, constituiu uma irretocável
moldura poética. As inesquecíveis canções tocadas e cantadas se encaixaram à
perfeição nas cenas projetadas.
O outro show, também
arrebatante, com o talentoso Roberto Menescal à testa de esplendido elenco de
instrumentistas e vocalistas, foi levado ao ar pelo “Box Music Brazil”,
emissora que se propõe, louvavelmente
(apesar da falta de inspiração no nome de batismo), a funcionar como um grande
“palco da música brasileira”. Peças emblemáticas da bossa nova, evidentemente
com um punhado de composições dos magníficos Jobim e parceiros, encheram de
sons harmoniosos a telinha.
Na Rede Minas, numa
tocante homenagem de saudade, repetiu-se espetáculo de 1998 da TV Cultura onde
Jair Rodrigues, com aquele seu inconfundível estilo de interpretação, aparece
contando deliciosos causos e cantando maravilhosos sucessos de sua cintilante
carreira artística. As melodias que celebrizaram o dueto composto com a
fabulosa Elis Regina foram revividas em performances magistrais.
Os que tiveram a chance
de sintonizar os aparelhos de televisão nas horas das apresentações mencionadas
inebriaram-se com momentos de pura e contagiante magia, proporcionados por um
desfile inesquecível de canções do incomparável repertório brasileiro.
Estas maldatilografadas
já haviam sido desovadas quando, na semana posterior aos eventos narrados,
pudemos novamente nos deleitar, graças ao Multshow, com as imagens e acordes
vibrantes de outro musical pra nego nenhum botar defeito. Os notáveis intérpretes
Alcione, Martinho da Vila, Diogo Nogueira e Roberta, contando com o suporte de exímios
percussionistas e instrumentistas de cordas, comandaram em São Paulo o
eletrizante show de encerramento de um projeto que percorreu várias capitais
brasileiras. “Viva o samba” acabou tornando-se o ponto alto da grade domingueira.
Clássicos de nossos maiores compositores, em impecáveis interpretações,
carregadas de ginga bem brasileira, puseram o telespectador na roda a
cantarolar, tamborilar os dedos e a marcar compasso com os pés. Bacana demais.
Potal Viéis
2 comentários:
Parabéns Dr. César
Estive viajando mas recebi seu convite.
Tenho certeza que sua presença na condução da Academia terá significado de progresso e modernidade.
Boa sorte.
Ivan Kallas
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