E por falar em Copa
Cesar Vanucci*
“O mundo tem uma visão bem positiva do
Brasil”.
(Mike Lee, marqueteiro inglês)
Já
são muitos, a perder de vista, os que, dentro e fora do Brasil, não nutrem
duvida alguma quanto ao fato da Copa Mundial de Futebol em curso haver se
tornado a maior da história. A de melhor
padrão técnico, com lances memoráveis em matéria de quebras de recordes; a de
maior média de gols; a menos violenta dos últimos anos; a de público maior e
mais vibrante nos estádios e espaços públicos reservados para grandes
concentrações de torcedores. As previsões de que o país mergulharia no caos com
a efetivação do evento, insistente
e irresponsavelmente alardeadas por parte da mídia, se desmoronaram diante dos fatos. Mike Lee, considerado
figura exponencial da marquetagem esportiva no mundo, acusou em palpitante
depoimento a “IstoÉ” suas impressões do Mundial no Brasil. Suas as frases vindas
na sequência: “ Acho que o mundo agora conhece o Brasil como uma verdadeira
democracia” (...) “Brasil deveria se orgulhar muito de sediar os dois maiores
eventos esportivos do mundo em sequência, a Copa e Olimpíada de 2016. Poucos
países são capazes disso” (...) “Pelo
que era divulgado na imprensa antes da Copa do Mundo, você acreditava que o
Brasil estava imerso no caos. Eles diziam que nenhuma das instalações estaria
pronta a tempo, que o transporte não funcionaria, que os aeroportos eram
verdadeiros canteiros de obra. Minha experiência tem mostrado o contrário disso.
Tudo está funcionando. O que é incrível, especialmente para um país tão grande
quanto o Brasil. Os turistas estão viajando de um lado para o outro com
tranquilidade”(...) “A meu ver, a economia brasileira continua, em sua
essência, forte”. (...) “O Brasil ainda tem uma grande economia, muito diversa
e moderna. Acho que a estima do Brasil no cenário internacional é muito alta”.
(...) “O mundo tem uma visão bem positiva do Brasil”.
Parto
de ouriço. O pênalti que o juiz não deu, o gol legítimo
anulado, os dois chutes chilenos explodindo na trave, o equilíbrio nas ações em
campo, a disposição de luta do adversário, os 30 minutos tensos da prorrogação,
a decisão por penalidade máxima, a pontaria descalibrada em duas cobranças, as defesas
miraculosas do goleiro, ufa! Que baita sufoco! A tirada bem humorada do
comentarista Milton Neves, da Band, resumiu magistralmente o que aconteceu: “parto
de ouriço”. Não me recordo, desde que me entendo por gente, de situação alguma
em cotejos futebolísticos, tão manifestamente propicia a provocar atendimentos
de emergência em clinicas cardiológicas.
Empurrando
com a barriga. Os erros nas arbitragens desta Copa são
tantos que nem já mais sei quantos. Diante de tão desastrosa constatação, a
FIFA não tem mais como continuar a “empurrar com a barriga” a mudança das
regras. Vai ter que inserir, sim, com urgência urgentíssima, na agenda, uma
discussão em profundidade acerca da conveniência de adoção dos recursos
eletrônicos como instrumento complementar das decisões “intocáveis” tomadas nos
gramados pelos juízes.
Contrafação
da greve. Vamos e venhamos. O direito de greve - assim reza
a cartilha democrática - é sagrado. Possui plena legitimidade. Mas proceder,
como fizeram aeroviários no Rio e metroviários em São Paulo, prevalecendo-se de
tão saudável prerrogativa, para paralisar durante a Copa (mesmo que só por
alguns momentos) as atividades, afigura-se uma contrafação da greve. Cheira
mais a chantagem.
Dacnomania. Não vi nem ouvi até
aqui qualquer explicação razoável de psicanalista ou psicólogo acerca do
estranho hábito cultivado pelo craque Soares, da aguerrida seleção uruguaia, em
aplicar dentadas nos adversários durante as partidas. Uma conhecida, adepta de
práticas exotéricas hinduístas, lança com fervorosa convicção uma tese capaz,
segundo ela, de esclarecer os fatos. Se alguém convencer o moço a deitar-se num
divã para uma hipnose regressiva é certo que descubra ter ele sido morcego em
vida pretérita, numa caverna de Mar del Plata.
A propósito, segundo o
dicionário, dacnomania é um tipo de distúrbio que faz com que o indivíduo
queira morder alguém ou a si próprio. Mas, cá pra nós, seja como for, a punição
da FIFA foi severa demais da conta.
Expansão da
consciência
Cesar Vanucci*
“O espirito humano é que nem o paraquedas. Só
funciona aberto”.
(Jacques Bergier
e Louis Pauwells, autores de “O despertar
dos mágicos”)
Assumi,
dias atrás, pelo segundo mandato consecutivo, a presidência da Academia Mineira
de Leonismo, numa concorrida assembleia festiva prestigiada, além de dirigentes
do Lions Clube, por representantes de instituições politicas, culturais e
classistas. Na ocasião, a Academia prestou carinhosa homenagem ao governador do
distrito leonístico de Minas, José Leroy da Silva e principais integrantes de
sua equipe administrativa, em razão da fecunda atuação desenvolvida na gestão
que se finda. O acadêmico Sebastião Braga, orador oficial da instituição,
saudou os homenageados com palavras impregnadas de emoção, arrancando vibrantes
aplausos do publico presente.
No
discurso de posse destaquei itens relevantes do trabalho empreendido pela
Academia, lembrando as 24 jornadas culturais promovidas no curso do período administrativo
de dois anos, as conferencias e audições de arte levadas avante, as publicações
culturais lançadas e a participação ativa dos acadêmicos em eventos artísticos
e culturais expressivos da vida mineira.
Entreguei
à reflexão dos acadêmicos e convidados algumas ideias singelas nascidas de uma
interpretação muito pessoal que conservo da fascinante aventura humana.
Mencionei,
antes de tudo mais, minha crença na expansão permanente da consciência, lembrando
que o espirito humano é que nem o paraquedas. Só funciona aberto, como propõem
os pensadores Jacques Bergier e Louis Pauwells.
Expliquei
que o jogo da vida comporta toda sorte de inquirições. O que nos remete a reconhecer que todas as
hipóteses suscitadas pela indomável curiosidade humana são suscetíveis de
avaliação quanto ao mérito. A resposta negativa automática às indagações,
implicando em defesa de conceitos estratificados, avessos a ideias renovadoras,
“incômodas”, agride a inteligência e o bom senso. Cria obstáculos na caminhada
pelas trilhas do saber.
Em
face disso a economia, a ciência, a tecnologia, a educação, bem como a
religião, ou outra qualquer manifestação do engenho humano, precisam se mostrar
receptivas a exercícios de autocorreção. Isso faz todo sentido face às complexidades
do processo de evolução do conhecimento. É assim que se constrói o patrimônio
do saber humano.
Falei
também da importância social da palavra.
Reconhecendo
que a palavra deve revestir-se sempre de preocupação social, anotei a quão
importantes se revelam na construção humana os objetivos sociais. O homem,
princípio, meio e fim no processo civilizatório, representa a medida correta
pra tudo.
A palavra social
ajuda na reformulação das estruturas econômicas injustas, geradoras de bolsões
de miséria que afrontam a dignidade humana.
Cobra ética na
vida publica e nas relações mundanas, o culto do sentimento nacional, posturas
em defesa da cultura brasileira, do idioma falado no Brasil, do patrimônio da
Nação.
A palavra social
precisa também ser empregada numa interpretação justa, adequada, daquilo que retrata
verdadeiramente estes nossos pagos abençoados por Deus e bonitos pela própria Natureza.
Algo, por sinal, bastante diferenciado do que é estridentemente propagado por
certas minorias barulhentas, desvinculadas do sentimento nacional, que pregam, em
termos esquizofrênicos, o desalento, o derrotismo, a catástrofe irremediável,
Utilizada como
instrumento de construção civilizatória, a palavra social projeta a história de
uma Nação que sabe cultivar a esperança e que, apegada com fervorosa convicção
a valores humanísticos e espirituais, tem pressa em consolidar a vocação de
grandeza do Brasil na invasão do futuro.
A implacável ironia da Historia
Bebê 'ariano ideal' em capa de revista nazista era judia
Revelação foi feita pela própria modelo, Hessy Taft, que doou material ao Museu do Holocausto de Israel.
Hessy Taft na capa da revista e hoje: sua família fugiu dos nazistas na Alemanha e se estabeleceu nos EUA (Foto: Museu do Holocausto / Via BBC)
A mulher doou uma cópia da revista ao Museu do Holocausto, em Jerusalém, como parte da campanha Recolhendo Fragmentos, lançada em 2011 para estimular pessoas a doarem materiais ligados ao holocausto para que sejam protegidos pela posteridade.
Hessy Taft, cujo sobrenome de solteira é Levinson, nasceu em Berlim em 1934, filha de pais judeus originários da Letônia. Ambos músicos, eles haviam chegado à Alemanha em 1928 para trabalhar como cantores de ópera.
Em depoimento a funcionários do museu, Taft contou que o contrato de seu pai foi cancelado imediatamente assim que suas origens judias foram descobertas.
Concurso
Em 1935, a mãe de Hessy e sua tia a levaram para ser fotografada por Hans Ballin, um renomado fotógrafo em Berlim.
Sete meses mais tarde, a empregada dos Levinson disse ter visto a foto da pequena Hessy na capa da revista nazista Sonnie ins Haus (Raio de Sol na casa, em tradução livre).
A fotografia havia sido escolhida em um concurso promovido pelo Departamento de Propaganda Nazista, chefiado por Joseph Goebbels.
A melhor entre cem imagens clicadas pelos melhores fotógrafos alemães representaria o "bebê alemão ariano ideal" e seria capa da revista.
Sem saber das origens da família Levinson, Ballin submeteu a foto de Hessy e de outros dez bebês. A ironia de a fotografia trazer uma bebê judia foi motivo de piada durante muito tempo na família.
A foto da menina também foi redistribuída em cartões postais em todo o país e até na Lituânia.
Quando perguntada o que diria para o fotógrafo hoje, Hessy respondeu: "Eu diria: 'Que bom você teve coragem'".
Fuga
Após fugir da Alemanha para Paris em 1938, a família escapou da ocupação nazista no norte da França em 1941, emigrando para Espanha e Portugal até conseguir embarcar em um navio para Cuba.
Em 1949, os Levinson se estabeleceram nos Estados Unidos, onde Hessy se formou em química na Universidade de Columbia e se casou, em 1959, com Earl Taft. O casal tem dois filhos e quatro netos. Ele ainda leciona química na Universidade de St. John's.
Apesar de sua família mais próxima ter sobrevivido ao holocausto, a maioria de seus parentes na Letônia foram mortos pelos nazistas e seus colaboradores.
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