Campanha
eletrizante
“Quero
dizer ao povo que é muito importante o direito
de
votar e que tudo está ocorrendo na maior
tranquilidade.”
(Ministro José Antônio
Dias Toffoli, presidente do Tribunal Superior Eleitoral)
Alinhamos abaixo lances marcantes dessa
campanha eleitoral memorável, carregada de vibração, que nos acena neste
momento com epilogo eletrizante.
Soberbo, magnifico, fabuloso! Qualquer
desses vocábulos, bem como outros de tom equivalente, pode ser empregado com precisão
para definir o desempenho da Justiça Eleitoral. O aparato institucional montado
para a coleta de votos e a apuração em tempo recorde dos resultados da colossal
consulta popular de cinco de outubro alça-nos a uma condição invejável no panorama
internacional. Nenhum país do mundo realiza, em tempos de hoje, processo
eleitoral comparável. Em que pese o escasso noticiário a respeito,
representantes de numerosas nações acompanharam de perto o competente trabalho
executado, recolhendo subsídios para a implantação de algo assemelhado.
Temos aqui outro bom motivo para exercitar
nossa ufania: a sociedade brasileira deu, uma vez mais, no comparecimento tranquilo
e ordeiro às seções eleitorais, provas exuberantes de fervor cívico e de
vitalidade democrática.
A comoção nacional provocada pela
retirada da disputa, de maneira trágica, do candidato Eduardo Campos deu origem,
ao que tudo faz crer, à ascensão meteórica de Marina Silva nas intenções de
votos. Não saberíamos dizer com convicção se o declínio na caminhada da
candidata teve a ver com propostas consideradas inconsistentes, ou com ausência
de um suporte partidário adequado. Apontada repetidamente como favorita a concorrer
ao segundo turno, Marina acabou, na hora do “vamos ver” eleitoral, deslocada
para terceiro lugar na tábua de classificação. Acumulou, apesar disso, votação
expressiva.
Pela vontade soberana das urnas, a
competição presidencial voltou a ficar polarizada entre PT e PSDB. Aécio Neves conseguiu,
nos derradeiros instantes da primeira etapa da corrida, assenhorear-se de votos
que pareciam destinados à candidata do PSB e da REDE.
O triunfo de Dilma Rousseff em termos
nacionais foi significativo, com destaque para os números alcançados em Minas
Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Norte e Nordeste. Em São
Paulo, Paraná, Distrito Federal, Espirito Santo, o desempenho de Aécio Neves
foi também muito bom.
Para quem tem olhos pra enxergar e
ouvidos pra escutar, não passa despercebida, a esta altura do campeonato, a
opção da grande mídia pela candidatura oposicionista. O “Jornal das 10” e o
“Manhattan Connection”, da “Globo News” no domingo da eleição traduziram
emblematicamente essa tendência nas falas preconceituosas, crivadas de deboche
e chacota, de parte dos comentaristas encarregados de analisar a marcha das apurações.
As falhas dos institutos de pesquisa
recolocam a urgência de um debate em torno dos métodos de consulta
tradicionalmente empregados nesse valioso trabalho informativo. Nenhum setor
comprometido com o processo eleitoral pode mais se furtar a avaliações e reflexões
concernentes ao momentoso tema.
São perfeitamente compreensíveis as
especulações que partidários dos candidatos fazem, nesta reta final, a respeito
de para quem convergirão, majoritariamente, os votos atribuídos no primeiro
turno aos candidatos derrotados. Revela-se também bastante lógico o grande esforço
que as forças promovem com vistas a atrair a simpatia dos que se abstiveram de
votar no primeiro turno, 27 milhões em todo o país, 3 milhões só em Minas. Bem como dos 4,4 milhões
(mais de 1 milhão em Minas), que votaram em branco; e dos 6,6 milhões (em Minas
também acima de 1 milhão) que anularam o voto. São números pra sacudir qualquer
eleição.
Nesta fase final da campanha, a opinião
pública não esconde o receio de que o passionalismo político possa alimentar
uma indesejável onda de baixarias e de denuncismos inconsequentes. Como, aliás,
já aconteceu em outras jornadas eleitorais. Mas, nada obstante, resoluta na sua
aversão às interpretações pessimistas da realidade nacional, a mesma opinião
pública conserva acesa a esperança de que as propostas, ideias e palavras de
caráter construtivo acabem se sobrepondo, no frigir dos ovos, às ocasionais
desavenças, de modo a orientarem a soberana decisão popular no dia 26. O que a
Nação realmente almeja é assegurar-se de que o Brasil venha a incorporar, no
futuro, mais avanços sociais, econômicos, educacionais, tecnológicos no
cumprimento de seu indesviável destino de progresso.
Dados dignos de atenção
“Os
avanços são significativos,
mas
há muitos avanços ainda por fazer.”
(Antônio
Luiz da Costa, professor).
Nem tanto a terra, nem tanto ao mar. O
barco, na rota econômica, pode não estar navegando num mar de rosas. Mas, nem
tampouco em águas encapeladas. Os “boletins meteorológicos” emitidos por
manjados “catastrofistas de plantão” divulgam um mundaréu de informes
equivocados e conclusões precipitadas. Dados abundantes apontam para realidade
diferente.
O cientista politico e historiador Luiz
Alberto de Vianna Moniz Bandeira andou coletando elementos que colocam em realce aspectos sugestivos da atualidade
social, econômica e cultural brasileira. As revelações se contrapõem
ruidosamente a diagnósticos e analises costumeiramente publicados na grande
mídia. As fontes utilizadas desfrutam de conceito técnico. Ei-las: ONU, OMS,
UNCF, Banco Mundial, IBGE, Ministério da Educação, “Washington Post”, Índice de
GIN.
O PIB brasileiro era em 2002 de R$1,48
trilhões. Saltou para R$ 4,84 trilhões em 2013. Tal avanço alçou-nos a sétima
posição entre as economias nacionais mais pujantes. Já o PIB “per capita” pulou
de R$7,6mil em 2002 para R$ 24,1 mil no ano passado. Em 2013, a dívida liquida
do setor público correspondia a 34 por cento do PIB. Houve melhora acentuada
também nesse item, uma vez que o valor da divida de 2002 equivalia a 60 por
cento do PIB.
O Banco do Brasil, a Caixa Econômica
Federal e o BNDES, instituições oficiais com destacada participação no processo
de desenvolvimento, elevaram expressivamente a lucratividade nos períodos
cotejados (2002 e 2013). Aqui estão os resultados registrados nos balanços
anuais de cada um deles: BB – R$ 2 bilhões e R$ 18,8 bilhões; Caixa Econômica
Federal – R$ 1,1 bilhões e R$ 6,7 bilhões; BNDES – R$ 540 milhões e R$ 8,15
bilhões.
Mercado sempre atraente para
investimentos estrangeiros diretos, o Brasil acusou em anos recentes
extraordinário avanço nessa modalidade de captação de recursos. Em 2002, o
dinheiro aplicado por investidores externos atingiu a cifra de 16,6 bilhões de
dólares. Em 2013, o montante apurado foi de 64 bilhões de dólares. Também no
tocante às reservas internacionais nossos indicadores são formidáveis.
Chegaram, no final do ano passado, a 375,8 bilhões de dólares. É oportuno saber
que tais números mostram-se superiores aos Produtos Internos Brutos de vários
países importantes em diferentes continentes. É bom não perder de vista também
que essas reservas giravam em torno de 37 bilhões de dólares há 12 anos. “O
índice Bovespa”, volta e meia lembrado nas avaliações econômicas, fechou em
2013 com 51.507 pontos. A pontuação no final de 2002 era de 11.868. A dívida
externa em relação às reservas, calculada em 557 por cento ante de 2003, é
estimada agora em 81 por cento.
O volume da safra agrícola brasileira
colhida em 2013 (180 milhões de toneladas) praticamente dobrou em relação à
safra de 2002 (97 milhões de toneladas).
Em matéria de produção de veículos,
atentemos para esses números: 1,8 milhões de unidades em 2002; 3,7 milhões de
unidades em 2013.
Maior empresa do Brasil e da América Latina,
a Petrobras alcançava em 2002 valores de mercado estimados em R$ 15,5 bilhões.
As estimativas atuais colocam-na no patamar dos R$ 104,9 bilhões. De outra
parte, o lucro médio anual auferido pela estatal petrolífera chegava até 2002 a
R$ 4,2 bilhões. De lá pra cá passou a ser de R$ 25,6 bilhões.
Nossas exportações somavam, em 2002,
60,3 bilhões de dólares. Em 2013, os valores atingidos com exportações foram de
242 bilhões de dólares. A taxa SELIC era de 18,9 por cento em 2002. Ainda bastante
elevada, é hoje de 10,90 por cento.
O notável incremento do transporte aéreo
registrado no Brasil de alguns anos para cá, vem traduzido nestes números: 33
milhões de passagens aéreas vendidas em 2002; 100 milhões, em 2013.
No artigo vindouro, iremos nos reportar
aos dados de inclusão social levantados no trabalho do cientista social acima
mencionado.
Avanços sociais
respeitáveis
“As
politicas sociais (...) possuem uma magnitude histórica cujo significado ainda
não acabamos de avaliar.”
( Leonardo Boff,
filosofo)
Carradas de razão assistem ao teólogo e
filósofo Leonardo Boff num registro em artigo recente onde se reporta ao
momento político, social e econômico. É quando assevera que se, por um lado, a
sociedade não pode se privar de criticas ao governo por falhas cometidas, por
outro lado, estaríamos todos nós omitindo a verdade caso não dispuséssemos
reconhecer os avanços sociais significativos derivados da ação governamental nesses
últimos anos. Suas as palavras: “A inclusão social realizada e as politicas sociais
benéficas para aqueles milhões que sempre estiveram à margem possuem uma
magnitude histórica cujo significado ainda não acabamos de avaliar.”
O trabalho do cientista social Luiz
Alberto de Vianna Moniz Bandeira, mencionado em nosso artigo anterior,
corrobora essa avaliação de Leonardo Boff, apontando dados eloquentes. Os
indicadores sociais mostrados no estudo, tanto quanto os informes econômicos já
divulgados, fazem jus a toda atenção. Pedem reflexão. São reveladores de uma
conjugação poderosa de esforços que desembocou, auspiciosamente, em conquistas
dignas de comemoração.
Segundo a ONU, o Brasil, por força de politicas
sociais inclusivas, deixou recentemente de fazer parte do “Mapa da fome”.
Milhões de patrícios ascenderam a patamares mais elevados na pirâmide social,
passando a desfrutar de condições mais propícias ao acesso a bens de consumo. As
estimativas são de que, num período de 12 anos, 42 milhões de pessoas saíram da
miséria extrema. Boa parte delas passou a compor a chamada “classe C”.
Os indicadores coletados no estudo com
respeito à “taxa de extrema pobreza” dizem o seguinte: 2002 - 34 por cento; 2012
- 5,2 por cento. Os “índices de
desenvolvimento humano” oferecem os números abaixo alinhados: ano 2000 – 0,669;
ano 2005 – 0,699; ano 2012 – 0,730.
A mortalidade infantil acusava antes de
2003 o índice de 25,3 para mil crianças nascidas. Em 2012, a proporção passou a
ser de 12,9 por mil. Os gastos púbicos com a Saúde somaram 106 bilhões em 2013.
Em 2002, eram de 28 bilhões. Com a Educação, os gastos públicos elevaram-se de
17 bilhões em 2002 para 94 bilhões em 2013.
Outra revelação interessante no estudo
citado: até 2003 funcionavam no país 100 Varas da Justiça Federal. O numero de
Varas em 2010 era 513.
O salário mínimo de hoje, de 724 reais corresponde
ao valor de 2,24 cestas básicas. Antes de 2003, fixado em 200 reais, dava para
adquirir 1,42 cestas básicas. O piso salarial de hoje corresponde a mais ou
menos 300 dólares. Por volta de 2002 era de 86,21 dólares.
O programa “Minha Casa, Minha Vida”
beneficiou, nos últimos anos, 1,5 milhões de famílias. O “Luz para Todos”
favoreceu 8,5 milhões de pessoas, a um só tempo que a capacidade de produção
energética do país elevou-se de 74.800 MW em 2001 para 122.900 MW em 2013.
O PRONATEC beneficiou 6 milhões de
pessoas e o FIES garantiu em anos recentes financiamento universitário a 1,3
milhões de estudantes. O numero de estudantes matriculados no ensino superior,
que era de 583.800 em 2003, chegou a 1.087.400 em 2012. Nos últimos 12 anos
foram criadas 18 novas Universidades Federais e 214 novas Escolas Técnicas.
Seja anotado que até o ano de 1994 funcionavam no Brasil 144 instituições
semelhantes, e que, até 2002, foram implantadas outras 11. Enquanto isso, o
programa “Ciência sem Fronteiras” proporcionou bolsas no exterior a 100 mil
pessoas. O “PROUNI”, a seu turno, concedeu 1,2 milhões de bolsas. A implantação
de creches, num projeto que prevê 6.427 unidades das quais mais de 2 mil já em
operação, representa junto com o programa “Mais Médicos para o Brasil”, outro
indicador positivo no plano das políticas sociais. A proposito desse último
item, o Ministério da Saúde deslocou para áreas desprovidas de assistência
médica 14 mil profissionais.
Isso aí...
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