CONVITE ESPECIAL PARA
OS AMIGOS DO BLOG DO VANUCCI
No próximo dia 30 (trinta) de
julho, quinta-feira, em reunião solene programada para o auditório da
Associação Comercial de Minas, estarei tomando posse no cargo de Presidente da
Academia Mineira de Leonismo, braço cultural da Associação Internacional de Lions
Clubes.
Ficarei sumamente honrado com
a presença dos amigos.
A solenidade está marcada para
as 19h30m (dezenove horas e trinta minutos).
O auditório da ACMinas está
localizado à avenida Afonso Pena, nº 372, 4º andar, Centro, Belo Horizonte.
A xeretagem eletrônica
não para
Cesar Vanucci
“A
França não tolera nenhum ato que questione sua segurança.”
(François Hollande sobre o esquema de espionagem
estadunidense)
A reação indignada do governo francês à
espionagem praticada em seus domínios pelos Estados Unidos escancara, outra
vez, a arrogância imperial que a Casa Branca esmera em fazer prevalecer nas
relações com o resto do mundo.
A França é apontada como um aliado preferencial
dos norte-americanos, pode-se dizer. Ned Proce, porta-voz do Conselho de
Segurança Nacional, apareceu em cena, depois do protesto francês, para afirmar,
tom compungido na fala, que “trabalhamos estreitamente com a França em todos os
assuntos de preocupação internacional” e que “os franceses são sócios
indispensáveis”. Dá pra imaginar o que não poderia estar ocorrendo de mais
grave, caso não fossem “tão indispensáveis” assim?
A verdade verdadeira é que os governantes
estadunidenses não param de se enroscar em demonstrações consecutivas de
inconfiabilidade perante os aliados, desde que esse processo tentacular de
xeretagem eletrônica, espalhado pelo mundo por obra e graça de seus organismos
de segurança, veio a ser descoberto como grave ameaça à soberania dos países e
aos direitos de privacidade dos cidadãos. As revelações volta e meia vindas a
furo, vazadas por ex-integrantes dos esquemas de espionagem, todos cidadãos de
nacionalidade norte-americana inconformados com a sordidez das ações
desencadeadas, revelam que, no modo de ver dos dirigentes da mais poderosa
nação do planeta, “o mundo se divide em inimigos e servos”, como assinala Alain
Chonet, ex-chefe dos serviços de inteligência franceses.
O pedido de explicações formais do “Champs-Élysées” a respeito dos atos de espionagem objeto neste
instante de veementes condenações tanto do governo francês quanto da oposição,
irá por certo, como sói acontecer na esfera diplomática, definir regras capazes
de amortecerem os impactos da aparente ruptura registrada no “pacto de
confiança” entre os dois antigos aliados. O que argutos observadores da cena
mundial, agora, se perguntam é quando e onde outro incidente assemelhado
ganhará novamente as manchetes. Ninguém coloca em dúvida, diante dos
precedentes históricos, que, em breve, um pouco mais na frente, a este clamor
atual da França, que secundou o clamor da Alemanha e o clamor do Brasil em dias
ainda recentes, quando os dois países foram alvejados também pelos serviços de
espionagem do “leal aliado”, venha se juntar mais os protestos de algum outro
país, igualmente surpreendido, em dado instante, na incômoda mira desse sistema
ousado e petulante. Um sistema que ambiciona, à maneira do “Grande Irmão”,
estabelecer o controle mundial da comunicação eletrônica e que tem sido
praticado ostensivamente, em vasta escala, pelo governo americano. Antes e
agora.
Na mira do
Echelon
Cesar
Vanucci
“A
xeretagem eletrônica não perdoou nem o avião presidencial, minha nossa!”
(Antônio
Luiz da Costa, educador)
Aconteceu
pouco depois da manifestação de protesto do governo francês diante da
constatação de que os serviços de inteligência estadunidenses andaram, na
moita, monitorando ações de líderes políticos do país. A Presidenta Dilma
Rousseff voltava da visita oficial aos Estados Unidos, onde foi recebida com todas
as honras de estilo pelo Presidente Barack Obama, participando de negociações
consideradas esperançosas e fundamentais para o aprimoramento das relações
entre as duas nações irmãs.
Pela “Wikileaks”,
organização especializada em postagens de documentos contendo informações
confidenciais vazadas de qualificadas fontes que se mostram em desacordo com a
política da Casa Branca em sua relação com países aliados dos Estados Unidos, fomos
todos inteirados de detalhes atordoantes acerca daquele esquema montado, tempos
atrás, pela Embaixada Americana visando espionar autoridades brasileiras.
As
revelações vindas a furo reportaram-se a ocorrências – repita-se – já
transcorridas. Segundo a divulgação feita, além da chefe do governo brasileiro,
outros numerosos personagens da cena nacional estiveram por algum tempo sob a
mira da parafernália de xeretagem eletrônica implantada nas nossas barbas. Pra
se ter uma ideia da tremenda ousadia praticada, nem o avião presidencial
escapou da monitoração! E, sintomaticamente, numerosos funcionários graduados
do Itamaraty “entraram também na dança”. Por ocuparem posições estratégicas na
política diplomática figuraram, ao lado de outros elementos de realce público,
na lista dos cidadãos nacionais que tiveram a intimidade devassada pela
arapongagem do “Echelon”. A expressão “Echelon” designa, como explicam alguns,
o complexo tentacular que, à maneira do “Grande Irmão” configurado na história orwelliana,
cuida com esmero e rigor de levantar dados políticos, econômicos, sociais e
comerciais, por esse mundo afora, que possam favorecer os respeitáveis
interesses norte-americanos...
Pode ser -,
como não? -, mesmo que muita gente duvide disso, que as tais operações de
espionagem de tempos atrás, no tocante ao Brasil, como oficialmente anunciado,
hajam cessado. Pode ser. Mas que é difícil pacas abrir crédito de confiança
incondicional a “aliado” de humor tão instável, como os Estados Unidos,
flagrados aqui e noutros cantos do mundo em procedimentos que não distinguem
amigos de inimigos, ah! falar verdade, lá isso é mesmo...
Cantar e
cantar e cantar...
Arahilda Gomes Alves *
Se Gonzaguinha, ainda, estivesse
entre nós, comemoraria a vida com a canção de exaltação a ela através do canto.
Porque o Canto expressa momentos de felicidade. Provoca sentimentos e
realizações buscadas no dia a dia. Forma de arte em que a palavra se atrela ao
som. A palavra é som, mas não traz a flexibilidade da palavra cantada. Já
dizia meu saudoso mestre Sergio Magnani: A palavra falada consegue estender-se
para até quatro sons acima ou abaixo do seu registro vocal e a voz cantada pode
percorrer uma gama sonora de três a cinco oitavas, ou sejam uns quarenta sons
sendo tal atingimento, proeza canora. Gravações nos mostram dois cantores raros
como o alemão Ivan Rebbroff, que emitia frases cantantes que iam de sons de um
baixo-qualidade vocal do cantor de voz grave ao mais agudo som de tenor ou
soprano.
A inca Ima Sumac era também fenômeno musical percorrendo quase sete oitavas. A maioria dos cantores populares canta no registro médio, voz acomodada e sem esforço. Já os cantores líricos, que trabalham a voz para aplicá-la nos recitais eruditos podem se dar ao luxo de mostrar uma performance onde o canto desliza através de caprichada estrutura musical provocando admiração e outros sentimentos nobres. A emoção se entrelaça ao virtuosismo do cantor. Nos séculos dezesseis e dezessete, culminando com o dezoito, as vozes se renderam aos espetáculos do “teatro musical” chamados posteriormente, de ópera. Árias eram compostas a determinadas vozes conhecidas, que às vezes, extrapolavam a linha melódica exibindo dotes vocais. Diz-se que a ópera foi criada para a voz humana com todos seus absurdos, extravagâncias carecendo de disciplina.
Do seu surgimento ao apogeu do século XVIII, época de ouro dessa forma erudita, papéis importantes eram dados aos castrados, de canto forte emprestando suas vozes a papéis destinados às mulheres. Mas, contrários à própria natureza, em que se sacrificavam como homens para adorno de vozes excepcionais foram, paulatinamente, perdendo sua glória. As escolas de canto em ascensão, no século seguinte, científica e artisticamente amparadas por técnicas e atendendo à fisiologia para saúde vocal do aparelho fonador, trouxeram menos esforço e mais rendimento vocal, sem que se precisasse, assistir ao canto através de sacrifícios e contorcionismos dos cantores. Se a ópera ainda é produto caro atendendo a grande público até século passado, reveste-se de conhecimento para popularizá-la. Foi o que conseguimos, há alguns anos formando plateia, que se juntasse ao gênero chamado elitista com a ópera de Mozart “As bodas de Fígaro”, sintetizada, traduzida e com cantores da terrinha.
O Brasil em sua pluralidade de raças, berço de grandes criações rítmicas, é manancial inesgotável de um canto puro, embora miscigenado despontando artistas carismáticos indo das massas ao mais exigente apreciador.
Eis nosso grito de BRAVO ao dia do Cantor, a 13 de julho deste.
A inca Ima Sumac era também fenômeno musical percorrendo quase sete oitavas. A maioria dos cantores populares canta no registro médio, voz acomodada e sem esforço. Já os cantores líricos, que trabalham a voz para aplicá-la nos recitais eruditos podem se dar ao luxo de mostrar uma performance onde o canto desliza através de caprichada estrutura musical provocando admiração e outros sentimentos nobres. A emoção se entrelaça ao virtuosismo do cantor. Nos séculos dezesseis e dezessete, culminando com o dezoito, as vozes se renderam aos espetáculos do “teatro musical” chamados posteriormente, de ópera. Árias eram compostas a determinadas vozes conhecidas, que às vezes, extrapolavam a linha melódica exibindo dotes vocais. Diz-se que a ópera foi criada para a voz humana com todos seus absurdos, extravagâncias carecendo de disciplina.
Do seu surgimento ao apogeu do século XVIII, época de ouro dessa forma erudita, papéis importantes eram dados aos castrados, de canto forte emprestando suas vozes a papéis destinados às mulheres. Mas, contrários à própria natureza, em que se sacrificavam como homens para adorno de vozes excepcionais foram, paulatinamente, perdendo sua glória. As escolas de canto em ascensão, no século seguinte, científica e artisticamente amparadas por técnicas e atendendo à fisiologia para saúde vocal do aparelho fonador, trouxeram menos esforço e mais rendimento vocal, sem que se precisasse, assistir ao canto através de sacrifícios e contorcionismos dos cantores. Se a ópera ainda é produto caro atendendo a grande público até século passado, reveste-se de conhecimento para popularizá-la. Foi o que conseguimos, há alguns anos formando plateia, que se juntasse ao gênero chamado elitista com a ópera de Mozart “As bodas de Fígaro”, sintetizada, traduzida e com cantores da terrinha.
O Brasil em sua pluralidade de raças, berço de grandes criações rítmicas, é manancial inesgotável de um canto puro, embora miscigenado despontando artistas carismáticos indo das massas ao mais exigente apreciador.
Eis nosso grito de BRAVO ao dia do Cantor, a 13 de julho deste.
* Arahilda Gomes Alves
é diretora/ co-fundadora Fórum Articulistas de Uberaba e Região, Cônsul Poetas
Del Mundo, Membro Clube Brasileiro da L. Portuguesa (B.H), Membro Revista
Eletrônica ZAP, Membro da A.L Teófilo Otoni - ALTO, cadeira 33 ALTM
Um comentário:
Prezado amigo Cesar Vanucci. Irei à sua posse na presidência da Academia Mineira de Leonismo com muito gosto e prazer. Seu artigo sobre a xeretagem na França e Estados Unidos, como sempre, foi muito lúcido. E este artigo sobre música é realmente excepcional. Grande abraço. Sou seu leitor atento.
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