O Califado e sua sinistra proposta
Cesar Vanucci
“Usar o nome de Deus para
justificar
a violência e o ódio é
uma blasfêmia".
(Papa Francisco)
O
chamado “Califado Islâmico”, autor de sinistra proposta de destruição
implacável dos valores humanísticos que conferem dignidade à aventura humana,
continua a espalhar o horror por onde consegue implantar núcleos operacionais acionados
por fanáticos militantes. Ocupando áreas
no oeste da Síria, norte do Iraque e frações territoriais da Líbia, estimadas
em até 250 mil quilômetros quadrados – um Reino Unido inteiro –, ramificou-se
em regiões da África e de outras partes do Oriente Médio, além de criar células
atuantes em lugares incertos e não sabidos de países do continente europeu.
As
pretensões dessa organização terrorista, que se nutre ideologicamente de
rançosas e distorcidas interpretações dos textos sagrados islâmicos para atos
hediondos volta e meia cometidos, é transformar-se num movimento de abrangência
global. Com vistas a consolidar tal objetivo empenha-se em conquistar mentes sectárias
receptivas à nefanda ideia de disseminação de retrógrados conceitos
fundamentalistas de vida por tudo quanto é canto do planeta.
A
origem do “Califado” remonta às manobras guerrilheiras constituídas no Afeganistão
com base nas “madastras talebãs” para combater a invasão russa. Tal qual aconteceu
com componentes da Al Qaeda, os extremados partidários do Al-Tawhid wa al
Jihad, durante largo período aliados dos ferozes seguidores de Osama bin Laden,
fizeram parte das fileiras dos combatentes afegãos favorecidos pela
incrementada ajuda militar e financeira do Ocidente, sobretudo dos Estados
Unidos. Com a retirada dos russos do território afegão, eles passaram a
considerar o governo americano o principal inimigo, igualzinho fez a Al Qaeda, organização
da qual se desligaram mais adiante.
Considerados
ainda mais extremados que os antigos companheiros da ainda bastante atuante Al
Qaeda, os integrantes do “Estado Islâmico” cultuam a imagem de seu fundador, o
jordaniano Abu Musab al-Zarqawi,
morto em 2006 num bombardeio. O herdeiro
de Zarqawi nos dias atuais é Abu Bakr al-Baghdadi.
Ele sucede bin Laden no topo da lista dos “inimigos públicos”. Proclamou-se, em
ato realizado numa mesquita iraquiana, “califa de todos os muçulmanos”. Invocou
na ocasião uma palavra basilar do fundador do movimento: “A fagulha foi acesa
aqui no Iraque e seu calor irá intensificar-se, se Alá assim o permitir”.
Comandando verdadeiro exército intoxicado pelo fanatismo, com participação
majoritária árabe, mas formado também, segundo algumas estimativas, por mais de
30 mil europeus, boa parte deles recrutados em regiões marcadas pela exclusão
social, o sanguinário Califa ameaça o mundo inteiro com “guerra santa” sem
quartel.
Pouco
importa a esse tresloucado dirigente da amedrontadora falange, ou aos seus
belicosos comparsas, o que o resto do mundo pensa a respeito de suas
horripilantes ideias. Pouco lhes importa a repulsa que as ações do Califado provocam
na consciência internacional e, de modo particularizado, na comunidade
muçulmana. Comunidade muçulmana essa que nega, peremptoriamente, legitimidade
às descabidas versões introduzidas pelo EI em trechos do Alcorão. Contra tudo e
contra todos, o Califado acena com o desvario terrorista como “instrumento
eficaz” na derrubada dos valores e conceitos celebrados por homens e mulheres
de boa vontade em todas as latitudes, pertencentes a todas as culturas
religiosas, etnias e nacionalidades, como conquistas definitivas da civilização
humana.
Os
aterrorizantes atentados na França, os de agora e os de janeiro passado, os
brutais atentados na Nigéria, a derrubada criminosa do avião russo de
passageiros no Sinai, as explosões mortíferas em Beirute, episódios mais
recentes nessa escalada de ódio solto, levantam previsões arrepiantes. Na
conclamação de líderes qualificados em prol da necessidade de se montar uma
estratégia mundial eficiente no enfrentamento das ameaças do EI, há quem
identifique, nos acontecimentos de agora, perturbadores sinais de gestação de
um conflito bélico de proporções inimagináveis. Chega-se até a falar em III
Guerra Mundial. Deus nos livre e nos guarde dessa calamitosa perspectiva!
Como é que o Chico soube?
Cesar Vanucci
“Estou boquiaberto. Chico Xavier
anteviu este nosso encontro.”
(Augusto Cesar Vanucci, setembro de 80)
A comemoração do Dia
Nacional do Combate ao Câncer, nesta sexta-feira, 27 de novembro, tem por
objetivo conscientizar a população sobre práticas preventivas no combate à
enfermidade que a cada ano, só no Brasil, registra cerca de meio milhão de
novos pacientes. O diagnóstico precoce é apontado pelos especialistas como fator
primordial no processo de cura. Em Minas operam numerosas instituições benemerentes
constituídas com o propósito de assistir as pessoas nessa área da saúde
pública. Várias são reconhecidas, no apreço comunitário, como referências importantes,
em razão dos serviços prestados. Caso, para ficar num exemplo, do Mário Penna,
com seu bem aparelhado complexo médico-hospitalar e eficiente estrutura de
assistência social.
A menção dessa
organização estimula-me a contar aqui um instigante episódio, conhecido de
pouquíssimas pessoas. Um registro especial recuado, de conotações mágicas, na
trajetória de realizações do hoje Instituto Mário Penna.
Atendendo a convite do
Lions Clube Inconfidência, à época presidido pelo engenheiro Reginaldo Sólon
Santos, Augusto Cesar Vanucci esteve em Belo Horizonte, em setembro de 1980,
para uma palestra na Casa da Indústria.
O então diretor do
núcleo de programas musicais e humorísticos da Rede Globo fez uma exposição,
para plateia numerosa, sobre as infinitas perspectivas que se abririam, no
futuro, na comunicação social, em consequência dos velozes avanços tecnológicos
da era eletrônica.
Na recepção no
aeroporto, Augusto Cesar, que acabara de conquistar o cobiçado “Emmy” nos
Estados Unidos pelo programa “Arca de Noé - Vinicius para crianças”, aludiu ao
fato de haver estado, horas antes, em São Paulo, com seu grande amigo Chico
Xavier, cujo nome estava lançando, numa campanha nacional, ao Prêmio Nobel da
Paz.
Antes da assembleia do
Lions, os dirigentes do Inconfidência foram procurados pelo casal Adalberto e
Beatriz Ferraz, ambos de saudosa memória. Os dois expressaram o desejo de
contato especial com Augusto, a fim de inteirá-lo de um problema social
aflitivo e de verificar a possibilidade do mesmo se engajar, com outras pessoas
de boa vontade, na busca de solução para o assunto. Ficou acertado que, após a
palestra, o encontro seria promovido. Ato contínuo, na secretaria da Fiemg, foi
elaborado um ofício, assinado por mim, por Beatriz, Adalberto, Reginaldo e
esposa Julinha, narrando o caso. Augusto só veio a tomar conhecimento dos fatos
depois de levantada a assembleia e, aí sim, ser convidado para uma reunião,
numa pequena sala, com o grupo reduzido dos signatários do oficio.
Na reunião, o casal
Ferraz - valorosos voluntários da obra – reportou-se à situação extremamente
dramática vivida pelo Mário Penna, hospital criado na base do idealismo e
abnegação por um punhado de pessoas abrasadas pelo sentimento da solidariedade
social. Concluído o relato concernente ao aflitivo drama enfrentado pela
instituição, Augusto Cesar, possuído de grande emoção, fez uma revelação que
deixou todo mundo estupefato.
Começou dizendo
desconhecer, até aquele momento, a existência do Mário Penna. Informou, na sequência,
que em São Paulo Chico Xavier lhe
pedira, com empenho, com aquele tom suave de voz todo seu, que não deixasse,
jeito maneira, de atender a um apelo angustiado que lhe seria feito, em Belo
Horizonte, no sentido de prestar ajuda a uma organização dedicada a assistir
cancerosos carentes. “Estou boquiaberto”, asseverou. “O Chico anteviu este
nosso encontro”.
Os desdobramentos dessa
incrível história podem ser assim sintetizados. Augusto colocou-se, com ardor e
entusiasmo, a serviço da causa. Tornou-se um de seus benfeitores. O
“Fantástico”, programa que criou e dirigia, reservou espaço, em edições
sucessivas, ao problema das dificuldades do Mário Penna em sustentar-se
financeiramente. A organização foi inserida entre as beneficiárias do “Criança
Esperança.” No Palácio das Artes e no Mineirinho foram realizados, um atrás do
outro, espetáculos de artistas famosos, inclusive do exterior, com renda
exclusivamente destinada à assistência oncológica prestada pelo Mário Penna aos
menos favorecidos. As reportagens na televisão estimularam o governo federal a
carrear recursos para a obra. O hospital Luxemburgo surgiu dentro desse
contexto.
Desnecessário, a esta
altura, enfatizar que, em hora alguma, Chico Xavier foi procurado, por qualquer
dos elementos que conduziram o papo com Augusto Cesar naquela noite, para atuar
como intermediário na busca do generoso auxílio concedido. A misteriosa
intercessão do ilustre personagem correu por conta de desígnios situados muito
além dos parâmetros aceitos pela lógica comum nas rotinas da convivência humana.
OS EMMYS CONQUISTADOS PELA ARTE BRASILEIRA
No artigo acima publicado,
“Como é que o Chico soube?” aludo ao
fato de que o mano Augusto Cesar Vanucci foi o primeiro brasileiro a conquistar
o Emmy em Hollywood. A partir dali, até nossos dias, artistas brasileiros,
integrantes das equipes da Rede Globo, arrebataram outras treze estatuetas. O
Emmy é o mais cobiçado troféu da televisão mundial.
Vejam abaixo um registro
dessas conquistas, na reprodução de reportagem divulgada no “Bom Dia Brasil”,
edição do dia 24 de novembro.
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/videos/t/edicoes/v/tv-globo-ganha-dois-premios-emmy-internacional-que-e-o-oscar-da-tv-mundial/4629766/
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