Celebração do Centenário do Lions
Cesar Vanucci
“Um
rompimento da barragem das mais autênticas emoções.”
(Definição de Aloisio José Fidalgo a
respeito dos atos cívicos e culturais realizados no Teatro Francisco Nunes)
Um
turbilhão de emoções marcou o tríduo dos atos cívicos e culturais alusivos à
celebração do centenário do Lions Clube. A Governadoria do Distrito LC-4, sediada
em Belo Horizonte com jurisdição estendida a boa parte do território mineiro, a
Academia Mineira de Leonismo, braço cultural do Lions, e os clubes da área
esmeraram na estruturação do programa das comemorações.
Entre
os dias 22 e 24 de fevereiro, o majestoso Teatro Francisco Nunes, Belo
Horizonte, acolheu plateias entusiásticas, que praticamente lotaram as
dependências reservadas aos espectadores, nos espetáculos de elevado conteúdo
cívico e cultural e de requintado padrão artístico levados a cena.
Inspirada
no Tema “O Brasil de todos nós – o papel do Imigrante no esforço de construção
nacional”, a efeméride histórica festejada pelo maior clube de prestação de
serviços do mundo contou com o apoio de organizações públicas e privadas de
relevante presença na paisagem comunitária. Entre elas, a Assembleia
Legislativa de Minas Gerais, Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais,
Sistema Fiemg/Sesi, Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, Associação
Comercial e Empresarial de Minas, Sindicato dos Jornalistas de MG, Sindicato
dos Artistas de Minas, Rede Minas de Televisão, Diário do Comércio, Rádio
Inconfidência, Associação Mineira de Cultura Nipo-brasileira, Associação
Cultura Ítalo-brasileira de Minas Gerais, Centro da Comunidade Ítalo-brasileira,
Conselho de Residentes Espanhóis e Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos.
O
Festival de Arte preparado para a ocasião abrangeu, nas três noites,
apresentações artísticas arrebatantes. O Coral Lírico de Minas Gerais abriu a
sequência de atrações. O Grupo Folclórico Gil Vicente, de dança, e o Coral Luís
de Camões representaram a cultura artística portuguesa. Mamour Ba representou a
cultura africana. A demonstração da arte musical italiana esteve a cargo do
grupo folclórico “La Sereníssima”. O “Studio Brigitte Bacha” encarregou-se das
representações coreográficas árabes, bem como do espetáculo intitulado “Dança
da Paz”, na sessão de encerramento. A dança espanhola foi mostrada pelo grupo
“Flamenco Gadir”. Os grupos Sumiré, Arte Marcial Kendó e Raiki Daiko (tambores)
responderam pelas manifestações de arte japonesas. O saxofonista Fabiano
Martins e o pianista Frederico Natalino interpretaram peças da MPB, enquanto o
Coral do Sesiminas, no último recital do programa, apresentou repertório
composto de melodias típicas de diferentes culturas.
A
parte cultural consistiu em aplaudidas palestras do Secretário da Cultura
Ângelo Oswaldo, discorrendo sobre o tema “O Imigrante no processo de construção
nacional”, e da diretora da ACMinas Mônica Cordeiro, que lançou projeto, sob sua coordenação, referente à internacionalização de BH.
Tradicional nas assembleias do Lions, a “Invocação a Deus” foi proferida por Nancy Maura Couto Konstantin, Beatriz
Carvalho Capelão e Carmem Lúcia Redoan, governadora do
LC-4, nas sessões dos dias 22, 23 e 24.
O
ex-Diretor Internacional do Lions Sebastião Braga e o presidente da Academia
Mineira de Leonismo, coordenador geral da programação do Centenário, Cesar Vanucci,
fizeram pronunciamentos, no evento de encerramento. Representando o deputado Adalclever
Lopes, presidente da Assembleia Legislativa de MG, o deputado Agostinho Patrus
Filho também fez uso da palavra na ocasião. Decano entre os homenageados, com
seus 93 anos de idade, o Imigrante lusitano Virgolino Pereira Vilhena agradeceu
em nome dos companheiros agraciados. Com marcantes desempenhos, os “companheiros
leões” Leandro Raphael Alves Nascimento e Juliana Clemente Furtado, Márcio dos Santos Gomes e Maria Inês Pereira de Almeida, atuaram
como Mestres de Cerimônia nas festividades da segunda e terça feiras. A
condução dos trabalhos na quarta-feira foi atribuída a duas figuras
representativas da cultura artística e da comunicação social, a famosa
apresentadora de televisão Roberta Zampetti, da RedeMinas, e a consagrada atriz
teatral Magdalena Rodrigues, presidente do Sindicato dos Artistas.
As
pessoas que compareceram às assembleias se deleitaram com o que viram e
ouviram. Uma delas confessando-se encantada com as atrações ricas em colorido e
ritmos exibidas no festival de arte, resumiu em sugestiva frase a vigorosa impressão
gravada no espírito do público: “Os aplausos e brados da plateia mostraram que
houve, de fato, um desbordamento de júbilo e entusiasmo. Um rompimento da
barragem das emoções mais autênticas.” Acrescentou, aparentemente sem intenção
de trocadilho: “Este (rompimento de barragem), vale...”
Lions homenageia 50 Imigrantes
Cesar Vanucci
“O
exemplo é escola viva.”
(Antônio Luiz da Costa, educador)
Na
empolgante sequência de atos cívicos e culturais que assinalou o início das
comemorações de seu centenário, tão fecundo em realizações, o Lions Clube homenageou
em Minas Gerais 50 Imigrantes de 14 diferentes nacionalidades. Dos troféus
instituídos em razão dessa carinhosa manifestação de apreço, oito se destinaram
a festejar a memória de cidadãos que “partiram primeiro”, deixando as pegadas
impressas nos caminhos percorridos pela comunidade, ao longo dos anos, na
construção do desenvolvimento cultural, social e econômico.
Os
agraciados na condição acima sublinhada, todos com relevantes serviços em
diferentes áreas de atuação no Estado, foram os saudosos Valentin Bahillo
Cuadrado, espanhol, filósofo, antigo professor do Colégio Santo Agostinho;
George Chalmers, inglês, que dirigiu por 40 anos a Mina de Morro Velho em Nova
Lima; Lion Cohen, israelense, rabino e educador; Francisco Gaetani, italiano,
empresário; Akio Yokoyama, japonês, introdutor do karatê no Brasil e em outros
países da América; Eliazs Ishac Joukhadar, libanês, empresário; João Pereira da
Silva, português, ex-integrante da Academia Municipalista de Letras de Minas;
Antônio Cadar, antigo Cônsul da Síria em Minas, cujo nome figura em placas de
rua e de estabelecimentos educacionais.
Outros
42 homenageados, representando legião numerosa de personagens nascidos em
outras plagas que se radicaram em Minas e se incorporaram com seus feitos à
história do nosso desenvolvimento econômico e social, foram indicados, a
exemplo dos já citados, pelos Clubes de Lions e por associações representativas
da cultura de diferentes nacionalidades. A lista, por país, abrangeu ilustres
nomes. A saber: Argentina - Betina Belomo e Orlando Orube, ambos do meio
artístico; Áustria - Gunter Bammer, do setor de equipamentos têxteis; Bolívia -
Felipe Fernandez Riveroz, profissional da odontologia; Chile - Juan Antônio
Fuentes Parede e Lillian Alicia Geoffroy Bugmann, ele engenheiro mecânico, ela
dirigente da Apae; Espanha - Antônio Cardiel Luna, técnico mecânico, Aurea Piñon
Bouzas, presidente do Grêmio Espanhol, Claudio Alvarez Lourenço, administrador de
empresas, Júlia Roca Domingues, profissional de alta costura, Maria Imaculada
Cardiel Roca, educadora, Miguel Gamallo Monteagudo, dirigente do Grêmio
Espanhol; Estados Unidos - Maxiné T. McClellan, especialista em treinamento
corporativo intercultural, Robert Thomas Colombo, engenheiro; Inglaterra -
Judith Robbe, líder comunitária; Israel - Henry Katina, nascido na Romênia,
empresário, sobrevivente do holocausto; Itália - Anselmo Marcelo Vallerotonda,
técnico em eletricidade, Mario Araldi, engenheiro (foi assistente do prêmio
Nobel Giulio Natta) e empresário, Pietro Sportelli, dirigente de onze empresas
no ramo industrial, Raffaele Peano, administrador de empresas e presidente da
Associação Cultural Italo-brasileira, Tommaso Raso, especialista em estudos
linguísticos, Umberto Cerri, fotografo; Japão - Akihide Takane, empresário no
setor da floricultura, Eiko Oshiko Massanaga, profissional no ramo da estética,
Takasuke Esaki, hortigranjeiro, Tomi Oshiko, também do setor hortigranjeiro,
Yuji Yamada, prefeito de Janaúba, maior produtor individual de banana no mundo;
Líbano - Brigitte Boutros Bacha, regente de grupo artístico árabe; Filomena
Hajjard Haddad, especialista em gastronomia, Michel Bittar, pároco da Igreja
Maronita, Souad Daoud Mitri, empresária; Portugal – Adalberto Augusto Ferreira
Capelão, empresário, Álvaro Alves Nunes Fernandes, empresário, Antônio Andrade
Mendes, advogado e empresário, Antônio Augusto dos Santos Nunes, químico
industrial, Maria José Gonçalves da Silva, divulgadora da arte musical lusa, Virgolino
Pereira Vilhena, escritor, poeta, preso político na ditadura salazarista;
Senegal - Ibrahima Gaye, diretor do Centro Cultural Casa África, Mamour Ba,
divulgador da arte musical africana; Síria - Habsen Adul Latife, especialista
em arte culinária; Jaber Barakat, empresário, Najwa Seif Safar, especialista no
ensino de árabe.
A
leitura, debaixo de fortes aplausos, dos mini currículos de cada um deles na
festa de entrega dos troféus do Lions proporcionou ao enorme público reunido no
Chico Nunes oportunidade especial para conhecer uma sucessão de histórias
pessoais edificantes, lições de vida admiráveis.
As certezas de uma comemoração
histórica
Cesar Vanucci
“No
entanto, não há nada mais brasileiro que um brasileiro.”
(Fernando Sabino)
No
dia 24 de fevereiro de 2016, no Teatro Francisco Nunes, em Belo Horizonte, por
ocasião da festa de celebração do Centenário do Lions, falando em nome dos
promotores do evento, pronunciei as palavras abaixo registradas.
“Festa
solene de celebração da vida, esta feérica sequência de atos cívicos e
culturais promovida pelo Lions Clube é repleta de reconfortantes certezas. E
isso se reveste de singular significado neste momento humano esfomeado e
sedento de amor, marcado por tantas incongruências, indefinições e descomunais
incertezas.
Estas
revigorantes certezas advêm de nossas crenças nos valores humanísticos e espirituais
que permeiam as ações do Movimento Leonistico ao longo de sua fecunda
trajetória centenária. São valores que bebem inspirações na mensagem de serena
e eterna beleza que chega do fundo e do alto dos tempos. Conferem sentido e
dignidade à fascinante, posto que perturbadora, aventura humana.
O
que aqui fazemos questão de proclamar, baseados nas lições de vida contempladas
na galeria dos homenageados, Imigrantes provindos de tantas plagas diferentes;
no labor criativo de homens e mulheres de boa vontade engajados no esforço de
construção humana, é a certeza de que sem a prática ardente da solidariedade
social; fora do ideal da confraternização universal, do respeito aos direitos
fundamentais, não haverá jamais salvação para este nosso mundo velho de guerra
sem porteira.
Acreditamos
na Democracia como um regime de saudável convivência e não de execrável
exclusão. Reconhecemos no Ecumenismo proposta insubstituível de garantir a
pluralidade das ideias, instrumento eficaz no combate às intolerâncias, aos
ódios fratricidas nascidos das divergências de opiniões. Abominamos as guerras
do terror e o terror das guerras. Condenamos o racismo e todas as outras
modalidades odiosas de discriminação que tanta infelicidade propagam.
Criticamos as farsas geopolíticas ditadas pelas ambições hegemônicas de alguns
governantes de países poderosos. Comungamos do anseio universal de que a
humanidade possa encontrar, algum dia próximo de nós, formulação mais justa no
partilhamento das riquezas universais, de maneira a reduzir as gritantes
desigualdades sociais destes confusos tempos.
Falamos,
na verdade, a mesma linguagem das multidões aglutinadas em tudo quanto é canto
em torno dos ideais da paz, multidões ávidas por transformações que alterem para
melhor os padrões do bem estar social vigentes.
Aqui
estamos, por conseguinte, expressando confiança e fé no futuro de nosso
planeta; desta nossa pátria terrena que se nos é concedida como morada
provisória de todos nós, seres providos de alma revestida de indumentária
física. Manifestamos, igualmente, confiança e fé no futuro do país em que
nascemos, no qual vivemos; no país que alguns de nós aqui presentes resolvemos
adotar como segunda pátria.
Este
Brasil das utopias positivas é de todos nós! Este nosso Brasil oferece ao mundo
eloquentes exemplos de boa convivência e boa vizinhança. Este Brasil sabe
acolher com espírito fraternal Imigrantes de todas as latitudes.
Este
Brasil negro, mulato, amarelo, caboclo, branco, de idioma único, de assimilação
cultural fácil, bonito pela própria natureza, como diz a canção popular,
aprendeu a cultivar concepção poética e solidária da vida; sabe vislumbrar, com
seu jeitinho especial de ver as coisas do mundo, ocasiões de esperança, mesmo
em instantes de adversidade.
O
que aqui estamos celebrando, Senhores e Senhoras, é a certeza contida na
sabedoria poética de Raul de Leoni, um dos principais vultos da fala lírica
brasileira, quando explica que “o sentido da vida e o seu arcano é a aspiração
de ser divino no supremo prazer de ser humano”. Palavra de Leão!”
- PALESTRA MÁGNA DO SECRETÁRIO DE CULTURA DE MINAS GERAIS DR. ÂNGELO OSWALDO;
- FESTIVAL DE ARTE: CORAL LÍRICO DE MINAS GERAIS;
- DANÇA PORTUGUESA - GRUPO FLOCLÓRICO GIL VICENTE;
- MÚSICA PORTUGUESA - CORAL LUIS DE CAMÕES;
- MÚSICA AFRICANA - CONEXÃO TRIBAL (MAMOUR BA).
- DANÇA ITALIANA - GRUPO FOLCLÓRICO TARANTOLOTO
Festival de Arte
Dança do ventre - Studio Brigite Bacha;
Dança Espanhola - Flamenco Gadir;
Dança Folclórica Árabe - Studio Brigite Bacha;
Dança folclórica Japonesa - Grupo Sumiré;
Demonstração de Arte Marcial Kendó";
Tambores Taiko - Grupo Raiki Daiko
Homenageados de 14 nacionalidades
Imagens da memorável festa
promovida pelo Lions
São flagrantes colhidos nos atos cívicos e culturais realizados nos dias 22, 23 e 24 de fevereiro passado, no majestoso Teatro Francisco Nunes, em Belo Horizonte.
O mosaico de fotos foi organizado pelo Acadêmico Augusto Cesar Soares dos Santos.
CENTENÁRIO DO
LIONS, EVENTOS DE 22.02.16
O BRASIL DE TODOS NÓS!
- PALESTRA MÁGNA DO SECRETÁRIO DE CULTURA DE MINAS GERAIS DR. ÂNGELO OSWALDO;
- FESTIVAL DE ARTE: CORAL LÍRICO DE MINAS GERAIS;
- DANÇA PORTUGUESA - GRUPO FLOCLÓRICO GIL VICENTE;
- MÚSICA PORTUGUESA - CORAL LUIS DE CAMÕES;
- MÚSICA AFRICANA - CONEXÃO TRIBAL (MAMOUR BA).
- DANÇA ITALIANA - GRUPO FOLCLÓRICO TARANTOLOTO
CENTENÁRIO DO LIONS, EVENTOS DE 23.02.16
O BRASIL
DE TODOS NÓS!
Palestra de Diretora da ACM -
Dra. Mônica Cordeiro sobre
"Internacionalização de Belo Horizonte"
Festival de Arte
Dança do ventre - Studio Brigite Bacha;
Dança Espanhola - Flamenco Gadir;
Dança Folclórica Árabe - Studio Brigite Bacha;
Dança folclórica Japonesa - Grupo Sumiré;
Demonstração de Arte Marcial Kendó";
Tambores Taiko - Grupo Raiki Daiko
CENTENÁRIO DO
LIONS, EVENTOS DE 24.02.16
O BRASIL DE TODOS NÓS!
Homenageados de 14 nacionalidades
O Brasil de
todos nós!
O Papel do Imigrante no processo de
O Papel do Imigrante no processo de
Construção
Nacional!
Um comentário:
Os artigos estão muito bons. Parabéns!
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