Por falar em vazamentos
Cesar
Vanucci
“Transparência
é uma coisa. Vazamento de informações parciais, sabe-se lá com que intuito, é coisa
bastante diferente.”
(Antônio Luiz da Costa, educador)
Vou
logo avisando: ao contrário do que sucede com muitos colegas de profissão, não
tenho qualquer acesso às chamadas “fontes bem informadas”. De outra parte, não
mantenho contatos chegados com próceres que circulem desembaraçadamente em
domínios onde vicejam tricas e futricas de bastidores que acabam fomentando versões
as mais variadas dos acontecimentos políticos. Tampouco faço parte de qualquer
movimento de militância partidária ou ideológica, redutos sempre férteis em
informações e especulações em torno de questões momentosas que atraem os
holofotes da mídia.
O
que me impele a escrever as coisas que digo, no prazeroso desfrute de uma liberdade
de expressão que cuido de preservar em singela trajetória profissional, é
sempre fruto de meras percepções pessoais. Intuições – chamemo-las assim – brotadas
de razoável leitura dos fatos históricos e de despretensiosa busca como simples
cidadão de explicações relativas à conduta comportamental humana.
Escorado
em tais premissas é que me animo a anotar, outra vez mais, a impressão de que
esses desconcertantes vazamentos de trechos de delações feitas em segredo de
justiça, escancarando situações estarrecedoras e diálogos chocantes, vêm obedecendo
a um método encaixado em sibilinos propósitos. Mesmo que se tenha em conta –
seja sublinhado em boa verdade -, como consequência altamente positiva, a
circunstância desse tipo de divulgação proporcionar condições para
desmascaramento de conluios perversos e de conjuras mafiosas processados em “arranjos”
clandestinos de rematada politicagem.
Se
a liberação dos dados, abrangendo geralmente papos altamente comprometedores obtidos
via “arapongagem eletrônica”, obedece realmente, como tudo leva a crer, a um determinado
padrão, não fica difícil a observadores atentos concluírem revestir-se de suma
importância, para compreensão exata dos fatos, entender qual o verdadeiro propósito,
em última instância, desse singular procedimento de característica sistemática.
É lógico o pressuposto de que os
responsáveis pela condução das investigações judiciais alusivas aos malfeitos cometidos
por dirigentes políticos, agentes públicos e empresários inidôneos, condenem os
tais vazamentos. Afinal de contas, eles não se enquadram nos ditames da lei. Como
acontecem com frequência, a despeito disso, fica evidenciado que pessoas ainda
não formalmente identificadas, com acesso privilegiado aos processos sigilosos,
vêm se sentindo inteiramente à vontade para antecipar revelações escolhidas que,
a exclusivo critério delas (quem são?), produzam forte repercussão midiática.
Quais os reais intuitos desses atos de manifesta infringência institucional? Dessa
estratégica propagação de informações que, fácil deduzir, expõem mazelas, sem
dar garantias de que não estejam também, estrategicamente, a omitir coisas
desabonadoras? O que se esconde, vamos e venhamos, atrás dessa divulgação
seletiva?
A
sociedade sabe o que quer. Exige transparência absoluta nas palpitantes questões
nacionais. Caso, sem tirar nem por, das averiguações legais em curso concernentes
ao salutar combate à corrupção da hora atual. A transparência é medida de
irrecusável significado ético no regime democrático. Não pode jamais ser ignorada pelos poderes competentes
como instrumento valioso de aprimoramento institucional. Nada de confundi-la, todavia,
com esquemas de divulgação sem paternidade definida nascidos nas sombras que
respondam a propósitos difusos ou obscuros, obviamente, inquietantes.
Num passado bastante remoto
Cesar Vanucci
“Os vestígios estão aí. (...) Um desses
incríveis e misteriosos vestígios surgiu em um deserto peruano (...)
nos arredores de Ica.”
(J.J.Benitez, jornalista e escritor espanhol)
O Peru é um
espanto. E Ica, lugar rodeado pelas areias brancas e pedregosas do deserto de
Ocucaje, merece ser apontada como um espanto dentro do espanto maior. A região
adquiriu notoriedade mundial com descobertas assombrosas que ficaram conhecidas
como “as pedras gravadas de Ica”. Uma espécie de “biblioteca na pedra”, pode-se
dizer.
A capacidade
investigativa e a perseverança à toda prova de um professor chamado Javier
Cabrera Darques, peruano de inquebrantável vontade, colocaram a humanidade
inteirada de achado fantástico. Um achado que desafia a argúcia de
pesquisadores experimentados e coloca em xeque teorias e teses científicas
pacificamente assimiladas no conhecimento consolidado dos homens. Está claro
que sobrou para o desassombrado professor uma carga bastante pesada de
incompreensões e doestos, como decorrência dos arrojados conceitos que ousou
estabelecer à volta das descobertas.
A explicação
trazida para os milhares de seixos gravados, de tamanhos diferenciados, que
Cabrera conseguiu resgatar, de datação antiquíssima, consideravelmente distante
dos tempos conhecidos (há quem fale até em milhões de anos), é desnorteante.
Tudo aquilo nada mais significaria senão uma espécie de documentação deixada
por civilização tecnologicamente avançada, que pretendeu passar para os
pósteros a essência de suas experiências de vida.
E aí, como é
que ficam as coisas? As pedras estampam cenas inacreditáveis do ponto de vista
científico. Registram realizações inteligentes produzidas por alguém que
dominava saberes incomuns nas áreas da astronomia, da astronáutica, da
medicina. Falam das relações desse “alguém” com o meio ambiente, com a terra
que povoava, com sua fauna e flora. Divididas em séries, ou capítulos, as
pedras gravadas de Ica, no Peru, estão recolhidas em dois museus. Um deles
pertencente ao Estado. Outro, mais bem provido de peças, organizado pelo
próprio professor Cabrera.
Ao
contemplarem os enigmáticos registros, as pessoas experimentam emoções fortes,
que vão do deslumbramento à perplexidade. As revelações mexem com a cabeça.
Revolvem conceitos solidamente enraizados na mente coletiva. Deixam os
observadores comovidos. Por mais espantoso que possa parecer, entre as
informações assombrosas transmitidas nos seixos existem descrições
pormenorizadas acerca de transplantes de órgãos; sobre o código genético; sobre
espaçonaves utilizadas em deslocamentos pelo campo azul infinito do céu.
Como é que
haveremos de nos comportar diante desse recado fabuloso, provavelmente deixado
por uma civilização que tomou rumo ignorado, após passagem por este nosso planeta
azul? Um dos “capítulos” do documentário das pedras gravadas de Ica alude a uma
viagem cósmica de colossais proporções. Seres desconhecidos, à maneira de um
êxodo, provocado talvez pela proximidade de grande cataclisma, “anunciam” sua
partida com o destino de um ponto qualquer na constelação das Plêiades.
O professor
Javier Cabrera Darquea, num livro precioso, intitulado “As mensagens gravadas
de Ica”, considera que os seixos “explicam, racionalmente, muito mais do que,
até o momento, a humanidade atual tem considerado enigmas e fantasias em torno
da existência passada do homem.” Vale a pena ler o livro. Vale a pena visitar
Ica.
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