Transformação social é a experiência que crianças e adolescentes vivem
na ONG Orquestra Jovem das Gerais. Há dezoito anos, a Instituição desenvolve
arte, cultura e educação na vida de seus alunos, que são moradores de
localidades em situação de vulnerabilidade social em Contagem e municípios
limítrofes.
Em agosto de 2015, a Orquestra Jovem das Gerais fez uma apresentação
para a Comitiva do Vice Governador de Yamanashi (província Irma de Minas
Gerais), em visita ao estado. A delegação ficou emocionada com a
apresentação dos jovens musicistas, iniciando um dialogo para participação do
Encontro Internacional de Orquestra de Jovens naquela província. Após
verificação das possibilidades, o Governo de Yamanashi confirmou a Turnê Japão
2016 para o período de 28 de junho a 12 de julho, oferecendo a OJG o suporte
necessário para a realização dos concertos e de um curso dentro da Fundação do
Método Suzuki, em Matsumoto, a todos os músicos participantes da viagem. A OJG
utiliza o Método Suzuki em seus ensinamentos e a oportunidade de um curso
ministrado dentro da Fundação irá acrescer na formação musical de cada um dos
jovens, que irão atuar futuramente, como jovens multiplicadores do projeto
social. No total, 28 alunos atendidos pelo projeto serão contemplados com
a viagem.
Faz parte da programação da turnê, a participação nos encontros
internacionais nas demais províncias e concertos nos principais teatros
de Yamanashi com apresentação para um público em torno de
2000 pessoas.
Para ajudar na arrecadação de recursos financeiros para os custos da
viagem, estamos promovendo o “Concerto do Bem”, no Teatro
Francisco Nunes, no dia 16 de junho, quinta feira, às 19h30.
O programa do concerto é mesclado de obras eruditas e populares, além de
músicas japonesas. Contará ainda com apresentações de danças japonesas e de
taiko (tambores japoneses).
Assim, vimos convida-los para o Concerto, e contar com sua participação
para ser mais um elo nesta corrente, divulgando e convidando seus
familiares, amigos e colaboradores para assistirem o “Concerto do Bem”,
que tem como objetivo arrecadar recursos para esta incrível viagem. Em
anexo, segue o convite.
Ingressos antecipados:
- Consulado Geral Honorário do Japão em Belo Horizonte – Rua Paraíba,
1352 - Sala 1301 Savassi
- Sede da Orquestra Jovem das Gerais – Rua Dinamarca, 40 – Bairro
Gloria/Contagem
Bilheteria do Teatro –Somente no dia
16/06/2016
Av. Afonso Pena – Parque Municipal
Venham
prestigia-los!!!
Agradecemos o apoio, o empenho e a colaboração de todos. Cordial abraço,
Yukari Hamada
Escritório do Cônsul Geral Honorário do Japão em
Belo Horizonte
Mário Penna, Chico e Augusto
Cesar Vanucci
“Estou boquiaberto. Chico Xavier
anteviu este nosso encontro.”
(Augusto Cesar Vanucci,
setembro de 80)
Em recente assembleia da Academia Mineira de Leonismo, braço cultural do
Lions Clube, o Instituto Mário Penna, representado pelo diretor executivo Adair
Fraga, homenageou a memória do mano Augusto Cesar Vanucci, antigo diretor da
linha de musicais e humorísticos da Rede Globo, benfeitor da grande obra social
sustentada por aquela organização.
O público tomou conhecimento, na ocasião, dos detalhes invulgares que
tornaram o homenageado, de saudosa memória, colaborador importantíssimo, em
hora decisiva, da benemérita instituição. Conto abaixo como isso se deu.
Atendendo a
convite do Lions Inconfidência, à época presidido pelo engenheiro Reginaldo
Sólon Santos, Augusto esteve em BH, setembro de 1980, para uma palestra na
Federação das Indústrias. O então diretor do núcleo de programas musicais e
humorísticos da Globo fez uma exposição, para plateia numerosa, sobre as
infinitas perspectivas que se abririam, no futuro, na comunicação social em função
dos vertiginosos avanços tecnológicos da era eletrônica.
Na recepção
no aeroporto, Augusto Cesar, que acabara de conquistar o cobiçado “Emy” nos
Estados Unidos com o programa “Vinicius para crianças”, aludiu ao fato de que
estivera, horas antes, em São Paulo, com seu grande amigo Chico Xavier, cujo
nome acabara de lançar, numa campanha que ganhou dimensão nacional, ao Prêmio
Nobel da Paz.
Antes da
assembleia, os promotores do encontro foram procurados pelo casal Adalberto e
Beatriz Ferraz, de lembrança saudosa. Eles expressaram desejo de contato com
Augusto, a fim de colocá-lo a par de um problema social aflitivo com pedido de
que examinasse a possibilidade de se engajar, com outras pessoas de boa
vontade, na cata de solução para o assunto. Ficou acertado um papo a respeito
após a palestra. Numa máquina de escrever da secretaria da Fiemg foi elaborado ofício
postulando apoio, assinado por Beatriz, Adalberto, Reginaldo, esposa Julinha e
este escriba. O destinatário do ofício só tomou conhecimento dos fatos depois da
exposição e, aí sim, participar da reunião com os signatários do oficio.
A correspondência
entregue deu a conhecer a situação extremamente dramática vivida pelo Mário
Penna, um hospital criado na base do idealismo e abnegação por um punhado de
pessoas abrasadas pelo sentimento da solidariedade social. Concluído o relato acerca
do drama enfrentado pela instituição, Augusto, possuído de forte emoção, revelou
algo que causou estupefação geral.
Começou dizendo
desconhecer, até o momento, a existência do hospital. Informou, ainda, que no
contato em São Paulo, Chico Xavier lhe pedira, com empenho, naquele tom suave
de voz todo seu, que não deixasse, jeito maneira, de atender a um apelo
angustiado que lhe seria feito, em Belo Horizonte, no sentido de prestar ajuda
a uma organização dedicada a assistir pessoas carentes. “Estou boquiaberto”,
asseverou. “O Chico anteviu este nosso encontro”.
Os
desdobramentos da história podem ser assim sintetizados. Augusto colocou-se,
com ardor e entusiasmo, a serviço da causa. Tornou-se um de seus grandes benfeitores.
O “Fantástico”, programa que criou e dirigia, reservou espaço em edições
sucessivas ao problema das dificuldades do Mário Penna em se sustentar. A
instituição foi inserida entre os beneficiários do “Criança Esperança.” No
Palácio das Artes e no Mineirinho foram realizados, um atrás do outro,
espetáculos de artistas famosos, inclusive do exterior, com renda carreada para
a organização. A série de reportagens na televisão estimulou o governo federal
a aplicar recursos na obra. O hospital Luxemburgo surgiu dentro desse contexto.
Creio
desnecessário anotar que, em momento algum, Chico Xavier foi procurado, por
qualquer dos elementos que conduziram a conversa com Augusto Cesar naquela noite na Casa da Indústria
para atuar como intermediário na busca de
auxílio ao hospital. Sua misteriosa intercessão correu por conta de
desígnios situados bem além dos fundamentos lógicos aceitos nas relações
sociais cotidianas.
Novo retrato
de Deus
Cesar Vanucci
“Entre a
provocação da fome e a superexcitação
do ódio, a humanidade não consegue pensar no
infinito.”
(Jean Jaurés, pensador francês)
Conformamo-nos,
na rotina pachorrenta do dia-a-dia, com um desenho insuficiente de Deus. Um
desenho espantosamente acanhado, pobre, limitado. Os traços brotam de
concepções inseguras, falhas em definição, tudo no justo peso e medida das
humanas fragilidades.
Vez por
outra, uma sacudidela forte retira todos nós da acomodação, forçando reflexão
mais aprofundada a respeito do real retrato do Criador de todas as criaturas e
coisas visíveis e invisíveis.
Como
aconteceu, pouco tempo atrás, com as eletrizantes fotos captadas pelo
telescópio espacial Chandra nos confins do espaço sideral. Uma supernova - uma
das quatrilhões, sextilhões ou mais de supernovas que vagueiam pelo campo azul
celeste interminável do Cosmos - foi fotografada à distância inimaginável de
seis bilhões de anos luz.
Cabe aqui
fazer uma operação aritmética de queimar a mufa de qualquer vivente. De quantos
segundos se compõe mesmo um ano inteiro? E seis bilhões de anos? Qual é mesmo,
medida em segundos, minutos, horas, quilômetros, a distância que separa este
nosso minúsculo planeta azul, uma ilhota perdida na infinita imensidão
oceânica, pela velocidade da luz, que é de 330 mil quilômetros por segundo,
dessa colossal supernova?
Tenha-se em
vista, além de tudo isto, que o corpo celestial fotografado pelo telescópio,
conforme atestam os cientistas, possui volume e luminosidade correspondentes a
10 (dez) trilhões de uma estrela do tipo do nosso imponente sol.
Seja
considerado, também, que esses registros numéricos assombrosos são fragmentos
minúsculos da incomensurável obra da Criação.
Não será o
caso, aí, num momento tão especial de constatações fulgurantes mas óbvias, de a
gente repensar a maneira de traçar o desenho real de Deus?
Titicaca e o salto do jaguar
Cesar
Vanucci
“A quantidade de coisas que chama
a atenção
ajuda o bom senso na pista da
explicação.”
(Gotthold Ephraim
Lessing, 1729-1781)
Conhecidos
que andaram visitando recentemente a Bolívia e o Peru comentam, embevecidos, as
lembranças anotadas a respeito das deslumbrantes paragens percorridas. Seus
relatos encorajam-me a falar de minhas experiências como repórter e turista em
alguns dos locais citados. São sítios geográficos que representam, com seus
marcos indecifráveis, um testemunho vivo do passado misterioso e eletrizante
deste planeta azul.
Comecemos
pelo Titicaca. Não é apenas um gigantesco lago. É mais uma
porção de mar, de grandes proporções, que um colossal deslocamento dos
elementos naturais em tempos imemoriais inseriu na acidentada geografia andina.
A flora e fauna são típicas de água salgada. Pontilhado de ilhotas, o Titicaca
abriga vestígios de civilizações desaparecidas. As famosas fortificações
atribuídas aos incas aparecem em diversos pontos. O estilo arquitetônico é o
mesmo observado em centenas de sítios arqueológicos dos altiplanos bolivianos e
peruanos. Navios turísticos percorrem o trajeto entre um porto boliviano,
próximo a La Paz, e o porto peruano de Copacabana, num espaço de tempo estimado
em oito horas. Tempo razoável para que se possa admirar o cenário soberbo de um
recanto cravejado de lendas e enigmas.
Um dos
enigmas, provavelmente o mais atordoante, relaciona-se com a denominação dada a
esse mar suspenso. No idioma aymara, falado pelos nativos da região, “titicaca”
significa “o salto do jaguar”. Anotou aí? Vamos em frente. Nos anos 60,
satélites estadunidenses colheram, a grandes altitudes, imagens do misterioso
lago. As fotos deixaram cientistas embasbacados. A configuração do Titicaca é
inacreditavelmente, precisamente, a de um jaguar saltando. A indagação irrompe
inevitável: explique quem puder, como é que o povo aymara teve acesso a
revelação tão estonteante, transmitida desde priscas eras de geração para
geração? De quais recursos tecnológicos se teriam valido os ancestrais do
Presidente Evo Morales, aymara com muito orgulho conforme confessa, para
estabelecer essa inconcebível conexão entre o desenho geográfico, captado do
alto, e a realidade prosaica de uma cena retirada de seu cotidiano como
caçadores?
Perto
do Titicaca existe um “museu antropológico” de idade remotíssima. Tiahaunaco, a
uns 30 quilômetros de La Paz, é uma verdadeira maravilha arqueológica. Menos
procurado do que outros sítios famosos dos Andes, como Machu Picchu e todo o
conjunto fabuloso de fortificações das imediações de Cuzco (Peru), como
Sacsuyaman, Pizac, Ollantaitambo, oferece grandiosidade equivalente a todos
eles. No entender de reputados pesquisadores, a construção de Tiahaunaco se
situa numa época que antecede em muito aos outros monumentos megalíticos
bolivianos e peruanos. Acham até que as grandiosas edificações teriam surgido
antes das próprias pirâmides do Egito, do México, da Guatemala, do Camboja.
A fabulosa “Porta
do Sol”, com incríveis frisos e imagens, focalizada em numerosas obras
dedicadas à arqueologia e ao estudo de fenômenos transcendentes, é uma das manifestações
arquitetônicas impactantes do lugar. Das escavações emergiu também uma cidadela
impressionante, menos conhecida. Com a dimensão de quarteirão urbano amplo, é
constituída de pátios espaçosos e rodeada de colunatas. Na parte externa,
esculpidas na rocha, aparecem incontáveis efígies com características
anatômicas humanas. Entre uma efígie e outra há sempre uma diferenciação
morfológica. Um rosto achatado ali, um nariz pontiagudo aqui, uma orelha
abanada adiante, um terceiro olho na testa noutro desenho, tudo trabalhado com
requinte artístico. Na interpretação de alguns arqueólogos, o que vem projetado
é um culto de povos primitivos aos seus deuses... Já as lendas aymaras falam de
coisa bem diferente. A cidadela seria uma espécie de museu antropológico. As
imagens retratariam seres representativos de civilizações que, em tempos
recuados da história, povoaram aquelas bandas misteriosas de nosso planeta.
Tem mais: os
monumentos de Tiahuanaco pertenceriam, por suas características, a um instante
da arquitetura diverso de outros monumentos, nos Andes, atribuídos ao engenho e
arte da decantada civilização inca.
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