Cesar
Vanucci
“A palavra é o instrumental de um
escritor, que a
maneja na concretização de seus ideais
literários.”
(Acadêmica
Elizabeth Rennó)
O conceito e o prestígio da Academia
Municipalista de Letras de Minas Gerais ficaram exuberantemente demonstrados,
outra vez mais, com a sessão festiva de posse da diretoria que irá reger os
destinos da instituição no próximo biênio. Festividade memorável, aglutinou
personagens de alta representatividade cultural. Foram tantos a ponto de as
dependências da charmosa sede da Amulmig, localizada no Alto das Mangabeiras,
proximidades da praça do Papa, mostrarem-se até reduzidas para acolhê-los.
O
Secretário de Estado da Cultura de Minas Gerais, Ângelo Oswaldo, saudou os
membros da entidade em nome do Governador Fernando Pimentel. Integrantes de
mais de duas dezenas de órgãos culturais e artísticos, da Capital e do
interior, parlamentares, líderes classistas, dirigentes de Lions Clube,
jornalistas também marcaram presença no concorridíssimo evento.
Possuído
naturalmente de forte emoção, este escriba amigo de vocês assumiu a presidência
da casa. Registrei na ocasião e repito agora: não há como não me sentir orgulhoso,
mesmo consciente da acanhada bagagem cultural carregada, no momento em que o
bastão de comando de uma organização da relevância da Amulmig me é passado por
alguém do porte intelectual de Elizabeth Rennó. A laureada escritora e poeta
foi guindada recentemente, por indiscutíveis méritos, à presidência da Academia
Mineira de Letras. Trata-se da primeira mulher a assumir o posto na centenária
e veneranda instituição. Isso, convenhamos, não é pouco, mesmo para quem, como
ela, conseguiu escalar os cumes himalaianos da criação literária.
Em
esplêndido pronunciamento, aplaudido com entusiasmo pela plateia, Elizabeth fez
um circunstanciado apanhado histórico da entidade de que é associada desde 1990
e que dirigiu, com notável descortino, por oito anos. Enalteceu o papel
desempenhado pelos seus antecessores na solidificação e contínua expansão do
trabalho de difusão cultural executado pela Municipalista. Referiu-se, com
simpatia e reverência, a todos eles: Alfredo Marques Viana de Gois, o fundador,
Tasso Ramos de Carvalho, Jésus Trindade Barreto e Luiz Carlos Abritta.
“Procurei, com as bênçãos de São Francisco, nosso patrono, exercer o fazer
literário pela fraternidade e união entre os nossos acadêmicos, na doação da
palavra, instrumental primeiro para um labor consciente”, foi o que afirmou num
dos trechos do discurso. Mais adiante, ressaltou: “Longe de ser um organismo
apático e desinteressado pelo mundo que o rodeia, as Academias de Letras têm
como escopo, gravado no seu compromisso de posse, o pugnar pela pureza do
idioma pátrio, procurando sempre os sítios do Bem, do Belo e da Verdade. A
língua é a nossa pátria, digna em seu exato e claro desempenho, interpretada
pelo nosso trabalho literário e acadêmico, louvada em ação participativa.”
Noutro momento, lembrou que “a palavra é o instrumental de um escritor, que a
maneja na concretização de seus ideais literários” e desejou “que a nossa
palavra esteja voltada para as exigências da matéria e do espírito, na acepção
tomista de que o ser é composto de corpo e alma”. Acrescentou: “Nesta
dicotomia, é preciso separar o joio do trigo visando ao crescimento do ser.”
Também
discursaram a presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, Ilcea
Borba Marquez, e a governadora do Lions, Maria Jorge Abrão de Castro.
Junto
com a diretoria, foram também empossados os componentes dos Conselhos Superior
e Fiscal, das Comissões de Avaliação, Relações Públicas e de Artes. A
composição da diretoria da Amulmig ficou sendo a seguinte: presidente, Cesar Pereira Vanucci; ex-presidente, Elisabeth Fernandes Rennó de Castro Santos (também
presidente do Conselho Superior); primeiro vice-presidente, Maurício Braga de
Mendonça; segunda vice-presidente, Maria Auxiliadora de Carvalho e Lago;
secretária-geral, Maria Lúcia de Godoy Pereira; primeira secretária, Marilene
Guzella Martins Lemos; segundo secretário, João Quintino da Silva; primeira
tesoureira, Ângela Togeiro Ferreira; segunda tesoureira, Maria Armanda Capelão
Ferreira; primeira bibliotecária, Maria de Lourdes Rabello Villares e segunda
bibliotecária, Eva Maria Queiróz.
Pronunciamento de Cesar Vanucci na posse
como presidente da AMULMIG, em 19 de julho de
2016
Antes
de tudo mais, uma sincera palavra de agradecimento aos que aqui comparecem. São
presenças sumamente honrosas. Tornam feérico e amorável este nosso evento.
Caríssimos amigos,
Prezados confrades,
Chego
à presidência desta Academia com incontível júbilo no coração. Não há como
ocultar ainda um certo sentimento de orgulho, mesmo consciente da acanhada bagagem cultural que carrego.
Como
não desfrutar, à larga, de tão gratificantes emoções, num momento em que o
bastão de comando de uma instituição da importância cultural da Amulmig me é
passado por alguém do porte intelectual de Elizabeth Rennó? Esta laureada
escritora e poeta acaba de ser guindada, por méritos amplamente reconhecidos
pela comunidade cultural, à presidência da Academia Mineira de Letras. É a
primeira mulher a galgar o posto na centenária trajetória da veneranda
instituição. Isso não é pouco, mesmo para quem, como ela, conseguiu escalar
cumes himalaianos da criação literária.
Devo
confessar agora, em lisa e leal verdade, não saber senão muito poucas coisas.
Não ouso, em sendo assim, assegurar sejam os atributos por mim trazidos
suficientes para dar continuação, com a mesma fecundidade empreendedora, às
ações promovidas nesta confraria da inteligência, arte e cultura.
O
brilhante Acadêmico Luiz Carlos Abritta, presidente emérito, define a Amulmig
como “um oásis de confraternização, solidariedade e amizade”. Está coberto de
razão.
Pretendo,
com o concurso dos valorosos companheiros da diretoria e demais acadêmicos,
colocar todo empenho em favor da sustentação - se possível, da ampliação - do
brilhante trabalho levado avante até aqui por esta instituição, de maneira que
ela possa continuar sendo um pujante centro de irradiação cultural.
Faço
parte dos quadros da Municipalista desde 2008. Mas acompanho suas atividades há
mais tempo.
A
saudosa conterrânea Eva Reis, festejada poeta, convidou-me para saudá-la na sessão,
idos de 60, em que se deu seu ingresso nesta Casa.
Na
saudação, sustentei que a música popular brasileira oferece extraordinário
manancial poético. Recorri a uma certa fala de Manuel Bandeira em que o vate
pernambucano, craque nacional na manifestação poética, destacou o verso “tu
pisavas nos astros distraída”, de Orestes Barbosa, na linda canção “Chão de
estrelas”, em parceria com Silvio Caldas, como o mais belo da poesia
brasileira.
O
que sobreveio estava fora do enredo. Ilustre membro da Amulmig, intelectual
renomado, já não mais em nosso convívio, discordou de minhas singelas
observações. Aparteou-me com veemência, introduzindo na cerimônia, pra surpresa
geral, inusitada polêmica.
O
inesperado lance ajudou-me a compreender aquilo que, muitos anos depois, o
nosso estimado Murilo Badaró, saudoso presidente da Academia Mineira de Letras,
andou explicando em sábio pronunciamento: as academias não comportam
dissidências, mas em razão do acendrado respeito à liberdade de expressão, são
palco permanente de naturais divergências.
As
discordâncias não impedem o entendimento convergente quanto à missão
institucional, constante do compromisso ético e dever cívico de zelar pela
cultura e pelo idioma.
A
celebração da vida – proclamam humanistas e espiritualistas – é escorada nas
diversidades. Diversidade no plano das ideias, das crenças, das atitudes
comportamentais, dos hábitos e dos costumes. O todo assombroso do cosmos e da
natureza é composto de variedades e diversidades. Acatar a diversidade, respeitar as
diferenças, como fazem na plenitude do exercício democrático os órgãos
representativos da cultura, são formas de resistir às impertinências dos
radicalismos bolorentos que, na hora presente, tantos malefícios provocam na
convivência social.
Amigos diletos,
Vou
guardar desta sessão festiva imorredouras lembranças. Dessas lembranças que a
gente costuma depositar com ternura no escaninho da memória em que se alojam
anotações marcantes de nossa peregrinação pela pátria terrena.
Senhoras e senhores,
Não
resisto à tentação de uma palavrinha sobre minhas origens. Nasci em Pouso
Alegre, maravilhoso burgo do Sul de Minas. Mas despertei mesmo para a vida
consciente em Uberaba, lugar repleto de fascínios, inclusive no plano místico.
Saí
de Uberaba em 1965. Mas Uberaba não saiu, jeito maneira, de mim. Naquelas
paragens tomadas pelas ondulações verdejantes dos chapadões sem fim, delineando
exuberante fronteira agrícola, embasei minha preparação para o jogo da vida.
Por
conta do apego à leitura, incentivado pelos meus saudosos pais, Tonão e Tonica,
deixei-me enfeitiçar, meninote, pela magia da palavra.
Pela
prosa requintada de Machado.
Pelo
linguajar incomparável de Guimarães, desenhista de tipos esfuziantes na maneira
singela de agarrar as dádivas da existência, projetadas nas emoções e paixões
das multidões anônimas.
Pelo
verbo incandescente de Monteiro Lobato, para ficar em apenas três dos
escritores brasileiros de minha especial predileção. Pelo inconformismo social
jorrado do verbo de Castro Alves. Pelo lirismo impregnado de cores e sons
brasileiríssimos dos cânticos de Catulo da Paixão Cearense. Injustamente
envolto, que nem acontece também com Lobato, nas brumas do esquecimento nesses
tempos de banalização do termo celebridade, Catulo foi, com certeza, o primeiro
violão da grande sinfônica poética nacional. Júlio Verne foi um escritor
estrangeiro que frequentou, assiduamente, meus devaneios na meninice.
Engajei-me
em Uberaba num sem número de projetos culturais. Participei, “benjamim” da
turma, do time fundador da Academia de Letras do Triângulo.
Editei,
em diário local, um suplemento literário semanal. Colaborei na constituição de
clube de cinema, companhia teatral e instituição consagrada ao folclore.
Fui
professor de Técnica de Redação no primeiro curso de Jornalismo em Minas.
Integrei
o primeiro grupo de trabalho constituído pelo MEC visando a elaboração de
estudos para a criação de um sistema educativo de tevê.
Enfrentei
duras, mas reconfortantes porfias, travadas com ardor em favor dos direitos
sociais.
Fiz
em Uberaba descobertas essenciais. Aprendi que fora da solidariedade social não
há saída. Aprendi que a salvação do homem, como explicava Tristão de Athayde,
não vem do leste nem do oeste, do norte nem do sul. Não promana - acrescento prontamente
- das lateralidades ideológicas incendiárias.
Voltando a Tristão de Athayde: A salvação do homem vem do Alto.
Descobri
também que cada ser humano carrega dentro de si uma cidadania cósmica. E que,
na estonteante escala sideral, as coisas não são tão fantásticas quanto a gente
imagina, mas bem mais fantásticas do que a gente jamais conseguirá imaginar,
como propôs Pierre Teilhard de Chardin.
Advogado
do Sesi, convidado a ocupar a Superintendência Geral do Sistema Fiemg, vim de
muda para Belo Horizonte, cidade que me concedeu honroso título de cidadania,
por generosidade do ex-vereador José Domingues. Participei, na linha de frente
executiva, por quase quatro décadas, do arrojado programa de obras culturais,
educacionais e sociais levado a cabo pelas instituições da indústria.
Em
minha tenda de trabalho no Sesi nasceu, recebeu batismo, foi formatada e,
depois, espalhada a todos os pontos do País, a famosa “Ação Global”, matriz dos
programas sociais de atendimento comunitário em alta escala.
Presidi
a Universidade do Trabalho e na direção da Redeminas de Televisão criei
numerosos programas de conteúdo cultural.
No
Lions Clube, concorri para a estruturação da Academia Mineira de Leonismo,
sendo seu atual presidente.
Aprendi
a amar BH em sua vocação para práticas humanísticas e sociais, de larga
influência em meu destino espiritual e profissional.
Fortaleci,
também, em BH, minhas crenças democráticas, minha ojeriza por qualquer forma de
opressão às liberdades.
Centro
de excelência do pensamento político nacional, BH merece ser ainda admirada nas
afirmações soberbas de sua cultura e artes erudita e popular.
Senhoras e senhores,
Conferindo
dinamismo e vibração às ideias, a palavra é pura magia. Aliás, Ronsard garante
ser a única magia. E tudo porque, segundo o pensador, a alma é conduzida e
regida pela palavra e a palavra é sempre dona do coração.
Os
praticantes do ofício das letras, conscientes de que sua arte é forma sublime
de expressão dos sentimentos, usam do poder mágico da palavra para celebrar a
vida. Utilizam seu talento para espalhar beleza, expandir a consciência humana,
apontar trilhas, criar condições perenes de ascensão social.
Transformam
o ato de viver numa aventura poética. “A vida se vive e se escreve”, proclama
Pirandello.
Isso
remete à constatação de que a palavra, como acontece também com os outros dons
concedidos ao homem em sua infatigável busca do sentido das coisas, deve sempre
revestir-se de significado social.
O
valor que mais importa no processo civilizatório é o social. Reside aí a razão
pela qual os arautos da palavra, em todas as modalidades, fazem jus a
reconhecimento como ministros da palavra social.
A
honrosa condição implica em assumir posicionamentos decisivos diante das coisas
do mundo. Esse mundo de Deus, onde o tinhoso persevera em implantar enclaves.
Mundo que anda precisado demais da conta de ser reconectado com sua humanidade.
No
confuso e conturbado contexto brasileiro, a palavra social não pode deixar de
eleger a prevalência da conduta ética na vida pública como prioridade absoluta.
“Quando
eu morrer, vou contar tudo a Deus!”
Este
sofrido desabafo, estraçalhante prova dos horrores provocados pela insensatez
humana, foi ouvido outro dia na boca de um garotinho sírio de rosto
ensanguentado e olhar angustiado. Soa como sonora bofetada na cara dos “donos
do mundo”.
Ricocheteia,
com seu impacto acabrunhante, nas mentes e corações de toda a humanidade.
“Quando eu morrer, vou contar tudo a Deus!”
Na
verdade, são coisas demais a contar a Deus sobre o que anda acontecendo.
Há
o flagelo da fome, o terror das guerras e as guerras do terror, abominadas
pelas mães, conforme Horácio, e todas as calamidades delas decorrentes.
A
fileira das agressões à dignidade humana é extensa. Sinistra onda de
terrorismo, intolerâncias de cunho religioso, étnico e político no plano das
ideias e dos costumes inspiram virulências contra criaturas indefesas em
numerosos cantos do planeta.
As
levas de refugiados atingem a contagem assustadora de sessenta e cinco milhões.
Mais do que a população inteira somada da Argentina, Chile e Uruguai.
A
corrida armamentista, que consome milhares de vidas e trilhões de metal
sonante; a corrupção sistêmica, universal, corrosiva; as gritantes desigualdades
na partilha das riquezas nascidas do labor da sociedade; a escassez de
alimentos e de água; a miséria aviltante; a falta de assistência sanitária e de
recursos educacionais básicos; tudo isso tendo por origem uma ordem social e
econômica que – como não? – clama por revisão, são situações em frontal colisão
com as propostas do projeto da criação desenhado nas planilhas divinas para o
desfrute dos homens e mulheres de boa vontade.
Vamos
lá. Como entender, à luz desse projeto, que as fortunas pessoais somadas dos
oitenta caras mais ricos do mundo possam igualar-se ao patrimônio acumulado de
metade da população do planeta, conforme denúncia da ONU?
Coisas
demais a contar a Deus...
Meus diletos amigos,
Comentei
pratrazmente que uma Academia, guardiã serena de saberes acumulados,
depositária de caras tradições culturais – tradição inclusive do novo, sem que
isso possa ser encarado como contrassenso - tem por objetivo relevante
salvaguardar os valores da cultura nacional e a pureza do idioma. Monteiro
Lobato não deixa por menos: o idioma é a Pátria!
Reportando-me
aos valores citados é frustrante registrar a ocorrência, amiúde, em unidades do
sistema educacional do incremento de comemorações alheias ao sentimento
nacional, tipo halloween e quejandos, em detrimento de celebrações folclóricas
e cívicas verdadeiramente representativas de nossa história, de nossas
tradições populares.
Doutra
parte, há que se deplorar, o emprego desabrido, como tanto se vê na televisão,
na publicidade, na marquetagem de produtos, de vocábulos estrangeiros para
classificar coisas óbvias do cotidiano. Essa macdonaldização da língua sinaliza
claramente pauperismo intelectual, indigência cívica, subserviência cultural e
babaquice ampla, geral e irrestrita.
Estabeleci
em minha rotina alguns mecanismos de resistência a esse modismo desagregador.
Para quem me traz um “book” pra avaliação, peço que retorne outro dia com seu
currículo. A quem me promete dar um “feedback” costumo agradecer e perguntar se
se trata de uma nova marca de uísque escocês ou de presunto neozelandês. Não
entro em loja que anuncie queima com cartazes estampando “sale” e “off”. Em
meus tempos de televisão recomendei enfaticamente aos colaboradores que
substituíssem os tais de “breaks” por intervalo, pausa, por aí. Um amigo certa
vez confessou não ousar mandar-me ir a um “fast food” com receio da resposta...
Ilustres convidados,
Deixei
por último, nesta fala que não consegui fazer menos espichada, a reafirmação de
minha crença nos valores caros da brasilidade. Mesmo em momentos marcados pelas
adversidades é preciso aprender a cultivar o sentimento nacional.
O
Brasil é maior, infinitamente maior, do que os problemas gerados pelos
desatinos políticos e incompetência administrativa, que tanta indignação e
frustração descarregam na alma das ruas. Não temos como desacreditar das
virtualidades de nossa gente. Não temos também como desconhecer das
potencialidades incomparáveis deste País continente.
No
fundo, bem no fundo do coração, cada brasileiro transporta a esperança ardente
de que as nuvens espessas deste momento conturbado possam ser em breve
dissipadas. Poderosa egrégora energética, nascida nos corações fervorosos de
brasileiros e brasileiras de boa vontade, haverá de inundar de luminosidade
intensa os horizontes, anunciando a reavaliação de rumos na invasão do futuro.
O Brasil é que nem o mar. Não se pode descrever o mar utilizando palavras
referentes aos enjoos de travessias de curta duração.
Com
criatividade, empregando adequadamente os recursos dadivosos, mercê de Deus
disponíveis, conseguiremos certeiramente reabrir frentes de trabalho que
permitam novos avanços econômicos e sociais.
O
Brasil já deu mostras abundantes de que abomina a corrupção, os desmandos
administrativos, a politiquice rasteira. Rejeita, também, a recessão econômica,
por sentir-se credenciado a promover em alta escala, com possibilidades de
êxito bem superiores às chances de outros países, o bem estar social almejado
nas propostas do Estado, tantas vezes postergadas, e nas aspirações da sociedade.
Por
absorver convictamente os conceitos expostos, prevaleço-me deste encontro
amorável de hoje, com diletos amigos, para lançar um singelo livreto,
intitulado “O Brasil bem brasileiro de JK”.
Assinalo
no trabalho lances significativos da vida e obra do maior estadista brasileiro
de todos os tempos. O Nonô, de
Diamantina, um cidadão que amou seu país, que sabia das coisas e que sabia
também construir coisas grandiosas.
Considerei
de oportunidade escrever e editar tal publicação atento às circunstâncias de
que Juscelino Kubitschek de Oliveira foi alguém que encarnou admiravelmente o
sentimento nacional; acreditou arrebatadoramente nas virtualidades e
potencialidades deste País; projetou de forma exuberante, sem equivalência
entre seus pares, um estilo de liderança do qual nos achamos terrivelmente
carentes nesta hora de decepções e perplexidades.
É
estimulante, muito estimulante, redescobrir JK nesta quadra da vida nacional.
Isso
aí, minha gente.
As
utopias são parte indissociável da aventura humana.
“Sonho,
logo existo”, revelou alguém, algum dia, em algum lugar.
Desajeitado
propagador de ideias que costumam roçar as fimbrias da quimera, não abdico,
apesar de tudo quanto rola por aí, de minhas crenças humanísticas.
É
a maneira que encontro de compreender e explicar o sentido da vida.
Flagrantes da solenidade festiva na sede da Amulmig
Casal Sérgio Antônio Marquez, ela Ilcea, presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, Cesar Vanucci e Luiz Carlos Costa, diretor presidente do Diário do Comércio |
Jornalista Rogério Zola Santiago, acadêmicos Marcio Sampaio e Rogério Faria Tavares (ambos da Academia Mineira de Letras) e promotora cultural Alcea Romano |
Secretário de Estado da Cultura Angelo Oswaldo, acadêmicos Luiz Carlos Abritta, Ângela Togeiro e Elizabeth Rennó |
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