sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Convite aos amigos
Do Blog do Vanucci

Quinta-feira próxima, dia 18 (dezoito) de agosto, às 17 (dezessete) horas, na Academia Mineira de Letras, rua da Bahia, nº 1466, Lourdes, Belo Horizonte, haverá uma palestra sobre a vida e obra do grande escritor Mário Palmério, cujo centenário de nascimento está sendo celebrado. O Acadêmico José Humberto Silva Henriques, da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, será o palestrante. A promoção é coordenada pelo Acadêmico Rogério Faria Tavares, da AML. Convidamos os amigos do Blog a participarem desse evento.



MARCO ANTÔNIO PETIT

fez palestra no Fotrans




O Fotrans (Fórum Permanente de Estudos sobre Fenômenos Transcendentes) trouxe a Belo Horizonte o escritor Marco Antônio Petit, reconhecido nacionalmente como grande pesquisador na área ufológica.
Ele fez uma palestra para plateia numerosa no sábado, dia 6 de agosto, na Fumec.


A exposição versou sobre o intrigante “caso Varginha”. Petit autografou, na oportunidade, exemplares do livro que escreveu a respeito do assunto.



Energia bem brasileira
Cesar Vanucci 

“Como é que vocês conseguiram montar um espetáculo tão grandioso?”
(Pergunta de um belga sisudo, cara de poucos amigos, a uma jovem brasileira residente há anos em Bruxelas. Segundo a moça em depoimento para a televisão, no dia seguinte à abertura da Olimpíada o referido cidadão, vizinho que nunca lhe havia dirigido a palavra, sequer para cumprimentá-la, abriu-se num sorriso cúmplice ao fazer a pergunta)

Silêncio. Pausa prolongada e amadurecida para alentadoras reflexões. Empenho em manter sintonizados os aparelhos de percepção pessoal nos positivos eflúvios desta hora de revigorante encantamento. Tratemos de nos assenhorear com lucidez, serenos e altivos, vez pra sempre, da certeza de que nossa vocação para um destino de grandeza acha-se indesviavelmente traçada.

Nada demais repetir a comparação feita, dias atrás, neste mesmo espaço frequentado por condescendentes leitores. A repetição, como sublinhava Napoleão, é a melhor retórica. O Brasil é que nem o mar. Contemplando-se o mar não há como falar apenas dos enjoos provocados por circunstanciais travessias de curta duração.

Um país capacitado a promover manifestação cultural tão extraordinária, com o incomparável esplendor projetado naquele festivo momento da abertura dos Jogos Olímpicos, não tem como se deixar emaranhar nas teias inglórias do negativismo, da desesperança. Emudeça-se, pois, o desalento. Afugente-se a cantilena derrotista. Um poder mais alto se alevanta. O que foi mostrado ao mundo na abertura da “Rio 2016” não consistiu apenasmente num fulgurante espetáculo, numa requintada proeza, nunca dantes vista na história do entretenimento artístico. A festa que lavou a alma das ruas e encheu de orgulho cívico o coração brasileiro foi uma afirmação cultural transcendente, de conotação política em sua acepção mais nobre. Passou ao mundo, num visual deslumbrante, espetacularmente belo, alegre e musical - como reconhecido nos aplausos arrancados mundo afora -, uma poderosa mensagem social. Um recado consciente, pleno de conteúdo humanístico e espiritual, harmonizado com os mais legítimos anseios universais. A mensagem transmitida aos homens de boa vontade em todas as latitudes deste planeta azul foi a de que existe uma perfeita identificação entre as aspirações que povoam os lares brasileiros com os valores mais significativos do processo civilizatório. No deslumbrante visual mostrado na inauguração da Olimpíada, um entrelaçamento perfeito de poesia, cores e ritmos autenticamente brasileiros - que faz de nosso país a fonte matricial mais rica da musicalidade universal -, falou-se de tolerância, de respeito amplo, geral e irrestrito à Natureza, às diversidades em todos os planos das relações humanas. Falou-se de solidariedade social como instrumento indispensável na preservação da dignidade e construção do bem estar comunitário. A mensagem não deixou ainda de traduzir o sentimento positivo empregado pelo povo brasileiro ao confrontar a realidade, mesmo quando esta se revele cruel, em consequência, como ocorre agora, de gritantes descompassos políticos, clamorosos desvirtuamentos nas ações administrativas, geradas por esquemas políticos perversos.  

“São coisas que a gente não consegue encontrar em nenhum outro lugar do mundo!” Foi o comentário ouvido de um jornalista estrangeiro, revelando-se extasiado com o desfile de imagens e o simbolismo do espetáculo no Maracanã na noite de 5 de agosto. Ele se referiu com toda a certeza às imensas energias que os brasileiros carregam dentro de si, com seu inconfundível jeito de ser, superando adversidades, enfrentando vicissitudes, combatendo com firmeza a corrupção, rechaçando propostas das lateralidades ideológicas incendiárias, celebrando permanentemente a vida. Energias que ajudam explicar, por um lado, a estupenda manifestação cultural cantada em verso e prosa no mundo inteiro, e que, por outro lado, servem de inspiração a que a Nação, sempre receptiva ao progresso, possa desvencilhar-se, o mais rapidamente possível, com sabedoria, dos aflitivos problemas políticos deste momento, que tanto afetam a retomada do desenvolvimento econômico e social ardentemente almejada por todos.


A eterna comédia humana

Cesar Vanucci

“Alternância de poder só é essencial à
democracia quando meu adversário está no poder.”
(Do “Dicionário eleitoral para ingênuos”, de Nirlando Beirão)


O jornalista Nirlando Beirão, que do pai, dinâmico dirigente empresarial, herdou além do nome a inteligência vivaz, bolou tempos atrás, vésperas de eleição, um “Dicionário eleitoral (para ingênuos)”. O dicionário enfeixa saborosas interpretações da semântica predominante em campanhas políticas. O texto, de requintada mordacidade, estampado na apreciada revista “CartaCapital”, configura capítulo bem humorado  da infinita comédia humana. Cada trecho projeta personagens e situações bastante manjadas da história política escrita todos os dias. A situação política, se já não fosse pela proximidade de mais uma estimulante pugna eleitoral, confere ensancha oportunosa à divulgação de alguns conceitos e informações transmitidos no trabalho, naturalmente adaptados para o espaço desta singela crônica.

A “alternância do poder” – eis aqui frisante resumo do trabalho - só é essencial à democracia quando o adversário está no poder. Alternância só se faz necessária, por conseguinte, quando se está fora do poder. Caso contrário, atrapalha pacas o aperfeiçoamento da democracia...

A propósito do “aparelhamento do Estado”, é sublinhado que os adversários costumam nomear apaniguados. “Nós”, pelo contrário, valemo-nos sempre, num preenchimento de cargos, dos melhores quadros técnicos, gente de bem, de notório saber e reputação ilibada. Se, porventura, alguém por nós nomeado for pego com a “mão na cumbuca”, espera lá, isso não passa de equívoco a ser futuramente esclarecido. Ou caso de cooptação estimulado pelo clima corrupto instaurado, naturalmente, pelos adversários...

No tocante à “corrupção”, fica claro que são os outros que a praticam de forma perene. Trata-se de prática entranhada nos governos... dos outros. Infelizmente, a corrupção às vezes ganha fatos comprovados, nomes ilustres de gente do nosso lado. É bom ficar sabendo, nessa hipótese, que há corruptos e corruptos. Os dos partidos adversários expõem uma maquinação coletiva, um assalto aos cofres públicos. Já os nossos representam incidentes isolados, sem qualquer relação com as práticas e princípios de nossa imaculada agremiação...

No que concerne a “coligações e governabilidade”, o registro constante do dicionário pode ser assim sintetizado: seu partido, no poder ou em disputa eleitoral, consegue seduzir legendas de aluguel visando teia de alianças convenientes para garantir a governabilidade ou engrossar o tempo no horário eleitoral gratuito? Parabéns, você é uma figura de arguta sensibilidade política, negociador de fino trato. Seu adversário fez o mesmo? Ponha a boca no trombone. Denuncie a falta de escrúpulos, a atroz barganha de princípios por conveniências mesquinhas, da honradez pela ambição...

Diante das “crises internacionais”, o comportamento usual dos políticos é explicado assim, resumidamente, no estudo: as crises servem de justificativa para governos amigos. Se as coisas andam mal, a culpa deve ser imputada ao cenário externo. Inverte-se a lógica no caso dos adversários, obviamente. Se a gestão adversária vai bem, as condições internacionais a favoreceram. Caso se saia mal, é resultado exclusivo da incompetência do detentor do poder...

O assim chamado “choque de gestão” é traduzido no estudo por medidas desse teor: corte de salários, demissões em massa, diminuição do investimento público, tudo com base na marota teoria de que o Estado mínimo é Estado eficiente. O verbete nada fala do “déficit zero”, umbilicalmente ligado ao “choque de gestão” que, aqui pelas bandas das Gerais, como sabido e notório, desembocou num déficit nas contas públicas de apenas 80 bilhões...

No item sobre “marqueteiros” é enfatizado que se deve atribuir à sua ação mistificadora o sucesso do adversário em eventuais pesquisas de intenção de votos. A marquetagem praticada em nossas hostes, naturalmente dentro de princípios éticos, não utiliza técnicas artificiais de persuasão ou maquiagem mercadológica...


E, pra finalizar este artigo, mais um registro resumido de um dos itens arrolados no dicionário composto pelo talento do Beirão. “Deus”: todos os candidatos dizem ter fé. Os mais fervorosos são aqueles que não acreditam.

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