Cesar Vanucci
“A corrupção é apartidária.”
(Procurador Deltan Dallagnol)
“A
corrupção é apartidária. Não é problema do governo A ou B. A mudança do governo
não é um meio caminho andado contra a corrupção. Não basta tirar as maçãs
podres do cesto, precisamos mudar as condições que fazem elas apodrecer.”
(Procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa da operação Lava
Jato).
“A
revelação de que em 2010 a Odebrecht botou R$ 23 milhões (sem nota fiscal) na
caixa da campanha presidencial de José Serra levou a Lava Jato para a porta do
PSDB. Há pelo menos dois meses sabia-se que isso aconteceria, assim como se
sabe que a OAS repetirá a dose.” (Elio Gaspari, jornalista).
“Dilma
que, dizem, nunca teve muito gosto pelo jogo político, faz agora os movimentos
que lhe parecem mais convenientes, quando menos para defender sua biografia.
Peca, no entanto, ao continuar deixando de lado a questão central, como se não
fosse de sua alçada pelo menos tentar esclarecer como e porque não percebeu – e
assim deixou de atuar – todos os malfeitos que ocorriam à sua volta e que
vieram a lume nos últimos tempos. Se tudo não passou de uma campanha de
opositores ferozes, como ainda procura fazer crer, o primeiro objetivo de sua mensagem
deveria ser rebater, ponto por ponto, cada uma das acusações. Dizer que não
sabia ou transferir responsabilidades a terceiros, aí incluído seu próprio
partido, é pouco e não a isenta.” (Trecho de editorial, 10 de agosto, do
“Diário do Comércio”).
“Voto
‘sim’ pelo fim do aparelhamento, pela quebra da Petrobras e pela falta de vigor
renovador. O impeachment que estamos para votar não vai aplacar a raiva do
povo. Caminharemos para eleições gerais, provavelmente.” (Cristovam Buarque,
senador).
“Estamos
diante de um processo que é político, não é jurídico. E, se é político, não é
normal, legal, como tentam dizer. Digo ‘não’ ao golpe porque isso é um golpe.”
(Vanessa Grazziotin, senadora).
“Os
elementos de prova são acachapantes contra a presidente Dilma. Os fatos estão
comprovados e não são isolados. Houve ocultação deliberada, consciente das
finanças públicas para levar a essa debacle econômica.” (Miguel Reale Júnior,
jurista).
“Qual
a diferença entre Fernando Henrique e Dilma? É que ele não tinha no seu encalço
o Eduardo Cunha, que lutava pelo impeachment da presidenta Dilma.” (Katia
Abreu, senadora).
“Afastar
uma presidente honesta, eleita democraticamente, é um golpe na democracia.”
(José Pimentel, senador)
“Os
problemas do Brasil, embora possam parecer grandes, estão longe de serem os
piores do mundo ou insuperáveis.” (Kenneth Maxwell, historiador).
“O
inacreditável espetáculo de abertura dos Jogos Olímpicos no Brasil enviou
várias mensagens a público diverso. O público mais importante, atingido em
cheio pela beleza do evento, foi a população brasileira, que vive um longo
momento de perda de autoestima. O que foi mostrado representa a incrível
capacidade dos brasileiros de fazer melhor do que outros países (...), superou
em muito o que foi exibido em Olimpíadas anteriores. (...) Oferecemos um
panorama planetário universal do caráter transformador das manifestações
culturais de qualidade produzidas no país. (Murillo de Aragão, sociólogo e
cientista político).
“Será
que o ciclo de derrotas importantes, que começou em 2006 ainda não chegou ao
fim? (...) Será que existe uma tragédia técnica anunciada, um castigo, uma
maldição, uma culpa que tem que ser paga, por causa da corrupção e da
incompetência? Tudo começou com as derrotas da Copa de 2006 (o Brasil era o
grande favorito), de 2010, seguiu com o vexame do 7 a 1 em 2014, com as eliminações para Paraguai e Peru nas
duas últimas Copas América, continuaria com a desclassificação na primeira fase das Olimpíadas e terminaria
com o Brasil fora do Mundial de 2018. Não é o mais provável de acontecer, mas é
possível. Estou com medo.” (Tostão, grande craque do passado, cronista esportivo
na atualidade).
“É
preciso dar impeachment no modelo social, politico econômico que rege o país
nos dias de hoje.” (Cristovam Buarque, senador).
Vivendo e aprendendo
Cesar Vanucci
“A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização e a distribuição de numerosos
lotes de extrato e molho de tomate de marcas tradicionais, por haver detectado
nos produtos matéria estranha indicativa de risco à saúde.”
(Notícia de jornal)
Vivendo
e aprendendo, como era de costume dizer-se em tempos de antanho. Como fruto de
experiências acumuladas ao longo de numerosos agostos, experiências abastecidas
de leituras assíduas e razoável atividade cultural, estou convencidíssimo da
silva júnior que nesta nossa peregrinação pela pátria terrena, por maior que
seja o empenho despendido, a gente não consegue ficar conhecendo senão muito
poucas coisas. Um bocado de situações à nossa volta guarda segredos a serem num
dado momento desvendados. Brotam daí as muitas surpresas, quando não os muitos
espantos, que de quando em quando pintam no pedaço por onde desfilam fatos
aparentemente corriqueiros de nosso trepidante dia a dia.
Estou
tomando ciência, neste preciso momento, de uma informação que me deixou pode-se
dizer estatelado. Jamais me passou pelo bestunto que algo assim pudesse estar
rolando diante de nosso olhar. Melhor expressando, longe dos nossos olhos.
A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu laudo proibindo a
comercialização e a distribuição de lotes de extrato de tomate de um sem número
de marcas tradicionais. A decisão punitiva deu-se com base em perícias técnicas
que detectaram matéria estranha indicativa de risco à saúde humana acima do
limite máximo de tolerância fixado pelas normas. A matéria nociva apontada –
pasmo dos pasmos! – é pelo de roedor. Isso mesmo,
distinto leitor, que você acaba de ler, tomado obviamente de santa estupefação:
pelo
de
roedor. O parecer do órgão de fiscalização sanitária coloca-nos a par ainda
de que os derivados de tomate podem conter “até um fragmento de pelo
de
roedor para cada 100 gramas do produto”. Quer dizer, mais de um
fragmento de pelo de roedor no alimento
industrializado que chega à sua mesa de refeição pode representar ameaça à sua
saúde. Um, apenas 1, vale. Mais do que 1 já não pode, tá bom?
Enquanto
as empresas intimadas a recolher os lotes dos produtos contaminados asseguravam
ser zelosas quanto ao controle de qualidade, “presente em todas as etapas,
desde o cultivo da lavoura até a saída da mercadoria”, ou que nunca, jamais, em
tempo algum, abriram mão de seu compromisso “com o cumprimento rigoroso de
todas as normas de segurança dos alimentos e padrões de higiene”, a Anvisa tratava
de por os indefesos consumidores a corrente dos limites de “porcarias
aceitáveis” na elaboração dos produtos. A “tabela” apresentada provavelmente nocauteará
pessoas de estômagos sensíveis.
Queiram,
por gentileza, anotar alguns exemplos liberados de “limites toleráveis (exceto
ácaros)” aplicáveis a alimentos: frutas desidratadas (exceto uva passa) – 25
fragmentos de inseto em 225 gramas; uva passa – 25 fragmentos de insetos em 225
gramas e 1 pelo de roedor também em 225 gramas; doce em pasta e geleia de
frutas – 25 fragmentos de insetos em 100 gramas; farinha de trigo – 75 em 50
gramas; farinha de milho e fubá – 50 em 50 gramas; massas alimentícias,
biscoitos, produtos de panificação e de confeitaria – 225 em 225 gramas; café
torrado e moído – 60 em 25 gramas; canela em pó – 100 fragmentos de insetos em
50 gramas e 1 fragmento de pelo de roedor em 50 gramas; orégano – 20 fragmentos
de insetos em 10 gramas, 1 fragmento de pelo de roedor em 10 gramas e 20 insetos
inteiros em 10 gramas; pimenta do reino moída – 60 fragmentos de insetos em 50
gramas e 1 fragmento de pelo de roedor em 50 gramas; chocolates e produtos
achocolatados – 10 fragmentos de insetos em 100 gramas e 1 de pelo de roedor em
100 gramas; molhos, purê, polpa, extrato, tomate seco, tomate inteiro enlatado,
catchup e outros derivados do tomate, 10 fragmentos de insetos em 100 gramas e
1 de pelo de roedor em 100 gramas.
Tá
danado. Dá procês? Cotas de insetos e roedores por alimentos, soda cáustica em
leite, anabolizante na carne, partículas de estrôncio na atmosfera...
Valha-nos
Nossa Senhora da Abadia da Água Suja!
2 comentários:
"Credo quia absurdum est" Creio porque absurdo é.
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