Celebração do “Dia da Pátria”
Palestra
de Rogério Faria Tavares
A Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais (Amulmig) tem imenso prazer em convidá-lo a participar da sessão cívica em comemoração ao “Dia da Pátria”, programada para o próximo dia 6 (seis) de setembro, terça-feira, às 15 (quinze) horas, em sua sede à rua Agripa de Vasconcelos, nº 81, alto das Mangabeiras.
O jornalista e escritor Rogério Faria Tavares, membro da
Academia Mineira de Letras, proferirá na oportunidade palestra subordinada ao
tema “A proclamação da Independência na visão dos historiadores brasileiros”.
Rogamos, por gentileza,
estenda esse convite a outras pessoas interessadas em compartilhar com a
Amulmig as gratificantes emoções deste evento cívico cultural.
Algo mais a dizer sobre os Jogos
Cesar
Vanucci
“As
marcas da Olimpíada perdurarão por muito tempo na memória popular.”
(Antônio Luiz da Costa, educador)
Na
fase anterior à Rio 2016 ouvimos aquele mesmo ribombar derrotista detectado em
tudo quanto é canto à época dos preparativos da Copa Mundial de Futebol em
2014. Vociferou-se à larga um amontoado de sandices. Balelas desse tipo: não
vai dar certo. O país não está capacitado para tocar empreitada de tamanha
envergadura. Nossas estruturas de serviços e nosso suporte logístico revelam-se
extremamente precários. É certo como dois e dois são quatro que a segurança
ineficiente vai arranhar, inapelavelmente, a imagem brasileira no exterior. A
zika, a chikungunya, a dengue afugentarão
os turistas. Os aeroportos e hotéis não oferecem condições de conforto
compatíveis com aquilo que existe por aí afora, nos invejáveis redutos do
“primeiro mundo”... O sistema de transportes vai provocar transtornos, que
arruinarão, pra todo sempre, a reputação hospitaleira dos brasileiros.
Alegações desse teor foram disparadas à pamparra. Nas redes sociais e noutros meios de
circulação de notícias, acenou-se insistentemente para a “hecatombe iminente”.
Isso sem falar nos tremendos riscos representados por possíveis atentados terroristas
orquestrados por grupos fanáticos, ou cometidos por lobos solitários; ações
tresloucadas para cujo enfrentamento as forças de segurança disponíveis não se
mostrariam, de modo algum, suficientemente adestradas... As bestagens
apregoadas seguiram essa toada.
E
agora, José? Concluídos os Jogos, o que acaba sobrando mesmo, silenciado o
coral de negativismo indigesto, é a sonora constatação de que existem soltos na
praça, devidamente articulados, núcleos que se especializaram em oferecer à
mancheia, por ignorância ou má-fé, suas interpretações distorcidas, equivocadas
da vida brasileira, da cultura brasileira.
Detentores
de combalida autoestima e nocivo baixo astral, esses setores revelam-se
divorciados do sentimento nacional. As legiões de brasileiros que se regozijam
com nosso desempenho impecável na promoção das Olimpíadas passam a torcer,
daqui pra frente, para que, algum dia, um sopro de lucidez atinja os
“catastrofistas de plantão”, de maneira a que possam aprender que este seu
país, o país de todos nós, constitui exemplo eloquente de uma concepção
poética, alegre, imaginosa e solidária da vida. Algo que nos torna muito
especiais, propensos a responder positivamente aos desafios perturbadores do
mundo contemporâneo.
Há
mais a dizer sobre as Olimpíadas.
Temos
aqui amostra do que, vez por outra, costuma acontecer nos vastos e instigantes
domínios dos acontecimentos transcendentes, batizada de sincronicidade por
estudiosos da temática. Naquela empolgante festa de abertura dos Jogos
Olímpicos, como já cantado em verso e prosa, irradiou-se para o mundo mensagem
de pujante simbolismo humanístico e espiritual. A diversidade, nos múltiplos
planos do labor humano e convivência comunitária, viu-se enaltecida como valor
essencial para a celebração da vida. Pois bem, e não é que a primeira medalha
de ouro conquistada por atleta brasileiro nas eletrizantes competições colocou
em destaque justamente personagem que encarna magistralmente o sentido da
mensagem propagada? O aplaudido feito esportivo teve como autora uma mulher
humilde. Uma moradora de aglomerado habitacional inclementemente alvejado pelas
desigualdades sociais. Uma jovem negra, da imensa família Silva, que não
vacilou em declinar publicamente seu direito de opção por gênero sexual.
A
rica crônica dos Jogos assinalou, ainda, entre outros registros merecedores de
louvor, as edificantes histórias de superação social de três outros atletas
brasileiros, até indoutrodia ilustres desconhecidos, que subiram aos pódios,
universalmente consagrados, por suas performances nas provas de canoagem e
salto com vara. Isso é que é!
Falando de livros
Cesar
Vanucci
“Benditos
os que semeiam livros.”
(Castro Alves, poeta)
1. “O
espião subversivo”. Bem concluída a leitura de “O espião
subversivo”, cuidei de contatar via telefônica o autor, Paulo Fernando
Silveira. Disse-lhe, tomado de sincero entusiasmo, que o excelente romance, de
lançamento recente, tem o mérito de reunir, em meu modo de entender, todos
aqueles ingredientes sonhados por algum cineasta de categoria capacitado a
fazer adaptações cinematográficas, confiado em êxito retumbante, de produções
literárias do gênero policial.
A
trama concebida na empolgante narrativa, elaborada em linguagem esmerada, com
lances engenhosos que aprisionam o fôlego dos leitores, deixa-nos de frente a
um escritor que detém pleno domínio da criação literária. O dom da escrita, já
evidenciado em obras anteriores, mescla-se no enredo com o sabor jurídico
acumulado na vida profissional de Paulo Fernando. No encadeamento das ações
descritas, diálogos e situações fazem prova do desembaraço do autor na urdidura
de uma história policial carregada de suspense e mistério, que guarda, apesar
do tom ficcional, uma certa sintonia com episódios transcorridos na atualidade,
dos quais o autor se mostra também profundo conhecedor.
Paulo
Fernando Silveira, advogado, professor universitário, ex-magistrado federal, é
membro da respeitável Academia de Letras do Triângulo Mineiro, sediada em
Uberaba, à qual este escriba amigo de vocês se orgulha de também pertencer como
sócio fundador.
Recomendo
aos apreciadores de romances a leitura de “O espião subversivo”, lançamento da
“Juruá Editorial”.
2.
“A origem – uma visão cósmica da psicopatia”. A inquietude intelectual do Marcelo S. Amaral, expressa com
solar transparência nas páginas deste livro delgado na formatação e
substancioso nas ideias, onde as perguntas, como sói sempre acontecer, são mais
abundantes do que as respostas, revela a atração irresistível do autor pelos
inesgotáveis enigmas do jogo da vida. São reflexões que acicatam a imaginação.
E que põem à prova a condição do ser humano de perpétuo aprendiz. Convida-nos
ao exercício da curiosidade, da busca, algo que ajuda a libertar-nos das
armadilhas criadas por rançosos paradigmas culturais que alicerçam o imobilismo
social.
O
que Marcelo repete com seu posicionamento é o que Jacques Bergier e Louis
Pauwells, grandes mestres dos saberes transcendentes, propõem: a abertura da
consciência. “O espírito humano é que nem o paraquedas, só funciona aberto”,
anotam eles.
Continuamos falando dos Jogos
Cesar
Vanucci
“Os
Jogos foram uma recarga fundamental de bateria para todos os brasileiros.”
(Rosiska Darcy de Oliveira, membro da
Academia Brasileira de Letras)
No
videocassete da memória continua o desfile das cenas olímpicas.
- Não sabemos dizer se todo mundo se inteirou da comovente história, reveladora de edificante gesto de solidariedade humana. A origem de tudo foi um acidente automobilístico que enlutou a delegação alemã presente às Olimpíadas. O coração, o fígado e os rins de Stefan Henze, técnico da equipe de canoagem germânica, vítima fatal de lamentável desastre ocorrido no Rio no período das competições, foram doados pelos familiares a brasileiros que, há bom tempo, esperavam por chances de transplante de órgãos em tensionantes filas. O Consulado da Alemanha atuou eficientemente no sentido de facilitar contatos dos beneficiários com pessoas ligadas ao técnico falecido.
- Certo: o número de medalhas conquistadas por brasileiros na Rio 2016 aumentou em relação às Olimpíadas anteriores. Sinal positivo. Mas, falando com franqueza, nosso desempenho técnico no plano global das disputas, por infinidade de razões, deixa ainda algo a desejar. Sobretudo se levado em conta o respeitável potencial humano de que dispomos, representado por população predominantemente jovem, propensa a práticas esportivas e com razoável acesso a redes do ensino superior e médio dotadas de apreciável estrutura. O sistema educacional não pode continuar sendo deixado de lado no esforço de composição das equipes convocadas a defenderem as cores verde e amarela nas competições internacionais. Em países considerados potências olímpicas o setor de ensino responde por boa parte da formação dos quadros aptos a concorrerem nos certames esportivos. Aproveitando o mundão de dicas inspiradas pelo legado de esperanças deixado pelos Jogos Olímpicos, os dirigentes do desporto nacional bem que poderiam enfatizar a inserção incisiva da escola nos estudos e debates sobre os caminhos a serem daqui pra frente trilhados objetivando a preparação das equipes competidoras.
- Embora das 19 medalhas conseguidas pelo Brasil, 11 delas (englobando 15 competidores) tenham sido atribuídas a atletas pertencentes às fileiras militares, a mídia nativa revelou-se um tanto quanto reticente em exaltar a participação das Forças Armadas nos resultados por nós alcançados nos Jogos recém-findos. Na excelente cobertura jornalística oferecida ficaram faltando dados minuciosos a respeito da valiosa contribuição ao trabalho do Comitê Olímpico Nacional oferecida pelo Exército, Aeronáutica e Marinha.
- Conhecemos muito bem o tratamento que, nos Estados Unidos, os órgãos de segurança dispensam, amiúde, a latino-americanos flagrados em atos que atentem contra as leis e a reputação do país. Assim sendo, pomo-nos a imaginar qual poderia vir a ser a reação da polícia daquele país irmão diante, hipoteticamente, de uma farsa com a gravidade da que foi cometida pelos nadadores americanos, caso um incidente idêntico, envolvendo atletas brasileiros, houvesse ocorrido em Washington, Nova Iorque, Chicago ou outra grande cidade americana. Será que um mero e tardio pedido de desculpas seria suficiente para assegurar aos autores da pilantragem, depois da enxurrada de manchetes depreciativas suscitadas pela versão mentirosa por eles transmitida, rápido desembaraço em seu envolvimento com as malhas da lei? A propósito, vejam só o que está acontecendo, neste preciso instante, com a jovem brasileira, menor de idade, detida pelos fiscais aduaneiros no aeroporto de Detroit!
- Nunca, como nos Jogos do Rio, as demonstrações de tolerância com a orientação sexual dos atletas se fizeram tão enfáticas. Entre os competidores, em número superior a 11 mil, 51 esportistas fizeram questão de anunciar publicamente sua condição homossexual.
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