sábado, 3 de setembro de 2016

 Celebração do “Dia da Pátria”
Palestra de Rogério Faria Tavares




CONVITE DA AMULMIG


A Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais (Amulmig) tem imenso prazer em convidá-lo a participar da sessão cívica em comemoração ao “Dia da Pátria”, programada para o próximo dia 6 (seis) de setembro, terça-feira, às 15 (quinze) horas, em sua sede à rua Agripa de Vasconcelos, nº 81, alto das Mangabeiras.

O jornalista e escritor Rogério Faria Tavares, membro da Academia Mineira de Letras, proferirá na oportunidade palestra subordinada ao tema “A proclamação da Independência na visão dos historiadores brasileiros”.



Rogamos, por gentileza, estenda esse convite a outras pessoas interessadas em compartilhar com a Amulmig as gratificantes emoções deste evento cívico cultural.


Algo mais a dizer sobre os Jogos

Cesar Vanucci

“As marcas da Olimpíada perdurarão por muito tempo na memória popular.”
(Antônio Luiz da Costa, educador)

Na fase anterior à Rio 2016 ouvimos aquele mesmo ribombar derrotista detectado em tudo quanto é canto à época dos preparativos da Copa Mundial de Futebol em 2014. Vociferou-se à larga um amontoado de sandices. Balelas desse tipo: não vai dar certo. O país não está capacitado para tocar empreitada de tamanha envergadura. Nossas estruturas de serviços e nosso suporte logístico revelam-se extremamente precários. É certo como dois e dois são quatro que a segurança ineficiente vai arranhar, inapelavelmente, a imagem brasileira no exterior. A zika, a chikungunya, a dengue afugentarão os turistas. Os aeroportos e hotéis não oferecem condições de conforto compatíveis com aquilo que existe por aí afora, nos invejáveis redutos do “primeiro mundo”... O sistema de transportes vai provocar transtornos, que arruinarão, pra todo sempre, a reputação hospitaleira dos brasileiros. Alegações desse teor foram disparadas à pamparra.  Nas redes sociais e noutros meios de circulação de notícias, acenou-se insistentemente para a “hecatombe iminente”. Isso sem falar nos tremendos riscos representados por possíveis atentados terroristas orquestrados por grupos fanáticos, ou cometidos por lobos solitários; ações tresloucadas para cujo enfrentamento as forças de segurança disponíveis não se mostrariam, de modo algum, suficientemente adestradas... As bestagens apregoadas seguiram essa toada.

E agora, José? Concluídos os Jogos, o que acaba sobrando mesmo, silenciado o coral de negativismo indigesto, é a sonora constatação de que existem soltos na praça, devidamente articulados, núcleos que se especializaram em oferecer à mancheia, por ignorância ou má-fé, suas interpretações distorcidas, equivocadas da vida brasileira, da cultura brasileira.

Detentores de combalida autoestima e nocivo baixo astral, esses setores revelam-se divorciados do sentimento nacional. As legiões de brasileiros que se regozijam com nosso desempenho impecável na promoção das Olimpíadas passam a torcer, daqui pra frente, para que, algum dia, um sopro de lucidez atinja os “catastrofistas de plantão”, de maneira a que possam aprender que este seu país, o país de todos nós, constitui exemplo eloquente de uma concepção poética, alegre, imaginosa e solidária da vida. Algo que nos torna muito especiais, propensos a responder positivamente aos desafios perturbadores do mundo contemporâneo.

Há mais a dizer sobre as Olimpíadas.

Temos aqui amostra do que, vez por outra, costuma acontecer nos vastos e instigantes domínios dos acontecimentos transcendentes, batizada de sincronicidade por estudiosos da temática. Naquela empolgante festa de abertura dos Jogos Olímpicos, como já cantado em verso e prosa, irradiou-se para o mundo mensagem de pujante simbolismo humanístico e espiritual. A diversidade, nos múltiplos planos do labor humano e convivência comunitária, viu-se enaltecida como valor essencial para a celebração da vida. Pois bem, e não é que a primeira medalha de ouro conquistada por atleta brasileiro nas eletrizantes competições colocou em destaque justamente personagem que encarna magistralmente o sentido da mensagem propagada? O aplaudido feito esportivo teve como autora uma mulher humilde. Uma moradora de aglomerado habitacional inclementemente alvejado pelas desigualdades sociais. Uma jovem negra, da imensa família Silva, que não vacilou em declinar publicamente seu direito de opção por gênero sexual.

A rica crônica dos Jogos assinalou, ainda, entre outros registros merecedores de louvor, as edificantes histórias de superação social de três outros atletas brasileiros, até indoutrodia ilustres desconhecidos, que subiram aos pódios, universalmente consagrados, por suas performances nas provas de canoagem e salto com vara. Isso é que é!

Falando de livros

Cesar Vanucci

“Benditos os que semeiam livros.”
(Castro Alves, poeta)


 1.   “O espião subversivo”. Bem concluída a leitura de “O espião subversivo”, cuidei de contatar via telefônica o autor, Paulo Fernando Silveira. Disse-lhe, tomado de sincero entusiasmo, que o excelente romance, de lançamento recente, tem o mérito de reunir, em meu modo de entender, todos aqueles ingredientes sonhados por algum cineasta de categoria capacitado a fazer adaptações cinematográficas, confiado em êxito retumbante, de produções literárias do gênero policial.

A trama concebida na empolgante narrativa, elaborada em linguagem esmerada, com lances engenhosos que aprisionam o fôlego dos leitores, deixa-nos de frente a um escritor que detém pleno domínio da criação literária. O dom da escrita, já evidenciado em obras anteriores, mescla-se no enredo com o sabor jurídico acumulado na vida profissional de Paulo Fernando. No encadeamento das ações descritas, diálogos e situações fazem prova do desembaraço do autor na urdidura de uma história policial carregada de suspense e mistério, que guarda, apesar do tom ficcional, uma certa sintonia com episódios transcorridos na atualidade, dos quais o autor se mostra também profundo conhecedor.

Paulo Fernando Silveira, advogado, professor universitário, ex-magistrado federal, é membro da respeitável Academia de Letras do Triângulo Mineiro, sediada em Uberaba, à qual este escriba amigo de vocês se orgulha de também pertencer como sócio fundador.

Recomendo aos apreciadores de romances a leitura de “O espião subversivo”, lançamento da “Juruá Editorial”.

2.   “A origem – uma visão cósmica da psicopatia”. A inquietude intelectual do Marcelo S. Amaral, expressa com solar transparência nas páginas deste livro delgado na formatação e substancioso nas ideias, onde as perguntas, como sói sempre acontecer, são mais abundantes do que as respostas, revela a atração irresistível do autor pelos inesgotáveis enigmas do jogo da vida. São reflexões que acicatam a imaginação. E que põem à prova a condição do ser humano de perpétuo aprendiz. Convida-nos ao exercício da curiosidade, da busca, algo que ajuda a libertar-nos das armadilhas criadas por rançosos paradigmas culturais que alicerçam o imobilismo social.

O que Marcelo repete com seu posicionamento é o que Jacques Bergier e Louis Pauwells, grandes mestres dos saberes transcendentes, propõem: a abertura da consciência. “O espírito humano é que nem o paraquedas, só funciona aberto”, anotam eles.


Continuamos falando dos Jogos

Cesar Vanucci

“Os Jogos foram uma recarga fundamental de bateria para todos os brasileiros.”
(Rosiska Darcy de Oliveira, membro da Academia Brasileira de Letras)


No videocassete da memória continua o desfile das cenas olímpicas.

  • Não sabemos dizer se todo mundo se inteirou da comovente história, reveladora de edificante gesto de solidariedade humana. A origem de tudo foi um acidente automobilístico que enlutou a delegação alemã presente às Olimpíadas. O coração, o fígado e os rins de Stefan Henze, técnico da equipe de canoagem germânica, vítima fatal de lamentável desastre ocorrido no Rio no período das competições, foram doados pelos familiares a brasileiros que, há bom tempo, esperavam por chances de transplante de órgãos em tensionantes filas. O Consulado da Alemanha atuou eficientemente no sentido de facilitar contatos dos beneficiários com pessoas ligadas ao técnico falecido.


  • Certo: o número de medalhas conquistadas por brasileiros na Rio 2016 aumentou em relação às Olimpíadas anteriores. Sinal positivo. Mas, falando com franqueza, nosso desempenho técnico no plano global das disputas, por infinidade de razões, deixa ainda algo a desejar. Sobretudo se levado em conta o respeitável potencial humano de que dispomos, representado por população predominantemente jovem, propensa a práticas esportivas e com razoável acesso a redes do ensino superior e médio dotadas de apreciável estrutura. O sistema educacional não pode continuar sendo deixado de lado no esforço de composição das equipes convocadas a defenderem as cores verde e amarela nas competições internacionais. Em países considerados potências olímpicas o setor de ensino responde por boa parte da formação dos quadros aptos a concorrerem nos certames esportivos. Aproveitando o mundão de dicas inspiradas pelo legado de esperanças deixado pelos Jogos Olímpicos, os dirigentes do desporto nacional bem que poderiam enfatizar a inserção incisiva da escola nos estudos e debates sobre os caminhos a serem daqui pra frente trilhados objetivando a preparação das equipes competidoras.


  • Embora das 19 medalhas conseguidas pelo Brasil, 11 delas (englobando 15 competidores) tenham sido atribuídas a atletas pertencentes às fileiras militares, a mídia nativa revelou-se um tanto quanto reticente em exaltar a participação das Forças Armadas nos resultados por nós alcançados nos Jogos recém-findos. Na excelente cobertura jornalística oferecida ficaram faltando dados minuciosos a respeito da valiosa contribuição ao trabalho do Comitê Olímpico Nacional oferecida pelo Exército, Aeronáutica e Marinha.


  • Conhecemos muito bem o tratamento que, nos Estados Unidos, os órgãos de segurança dispensam, amiúde, a latino-americanos flagrados em atos que atentem contra as leis e a reputação do país. Assim sendo, pomo-nos a imaginar qual poderia vir a ser a reação da polícia daquele país irmão diante, hipoteticamente, de uma farsa com a gravidade da que foi cometida pelos nadadores americanos, caso um incidente idêntico, envolvendo atletas brasileiros, houvesse ocorrido em Washington, Nova Iorque, Chicago ou outra grande cidade americana. Será que um mero e tardio pedido de desculpas seria suficiente para assegurar aos autores da pilantragem, depois da enxurrada de manchetes depreciativas suscitadas pela versão mentirosa por eles transmitida, rápido desembaraço em seu envolvimento com as malhas da lei? A propósito, vejam só o que está acontecendo, neste preciso instante, com a jovem brasileira, menor de idade, detida pelos fiscais aduaneiros no aeroporto de Detroit!


  • Nunca, como nos Jogos do Rio, as demonstrações de tolerância com a orientação sexual dos atletas se fizeram tão enfáticas. Entre os competidores, em número superior a 11 mil, 51 esportistas fizeram questão de anunciar publicamente sua condição homossexual.



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