Com a palavra o biógrafo
de Landell
Cesar Vanucci
“Padre Landell foi pioneiro mundial na radiofonia.”
(Hamilton Almeida, biógrafo)
O jornalista e
escritor Hamilton Almeida é o autor do livro “Padre Landell de Moura – um herói
sem glória”. De leitura envolvente, texto primoroso escorado em pesquisa
aprofundada, a obra é prefaciada pelo cientista Ronaldo Rogério de Freitas
Mourão. Depois de exaltar o biógrafo pela “proeza difícil”, Mourão define o
trabalho como a mais completa documentação e a mais valiosa biografia já feita
a respeito do padre gaúcho inventor do radio, da televisão e do teletipo.
Do aclamado biógrafo
recebo, com compreensível satisfação, um exemplar do livro e uma simpática
mensagem. Reproduzo a mensagem: “Caro Cesar, muito interessante e VALIOSA (assim mesmo, em caixa alta) a série de
artigos que você escreveu. É, sem dúvida, uma excelente contribuição para a
divulgação dos fantásticos feitos do padre Landell de Moura. Parabéns pela
iniciativa! Estamos juntos nesta causa!” Após
referir-se aos artigos publicados no DC, Hamilton Almeida faz comentário
que tomo a liberdade de reproduzir na sequência. Reputo da maior importância as
considerações alinhadas, tendo em vista a qualificada procedência. Ao ilustre
leitor são transmitidas informações que permitem conhecimento ainda mais
completo e preciso da fascinante saga do genial padre-inventor, nosso
injustiçado e esquecido patrício Roberto Landell de Moura. Suas as palavras
abaixo.
Natural de Porto Alegre,
Roberto Landell de Moura, o Padre Landell (21/1/1861 – 30/6/1928), foi
precursor do rádio, da televisão e do teletipo, entre outras notáveis
descobertas na área de telecomunicações. Foi ele quem transmitiu, pela primeira
vez no mundo, no final do século XIX (com registros da imprensa em 1899 e
1900), a voz humana à distância através de uma onda eletromagnética, em
experiências realizadas na cidade de São Paulo, entre a Avenida Paulista e o
alto de Santana, numa distância de oito quilômetros. Assim nasceu o rádio.
Tal fato aconteceu antes
das transmissões de voz humana do canadense Reginald Fessenden (dezembro de
1900) e do italiano Guglielmo Marconi (1914). Também há indicativos de
que Padre Landell realizou experiências de comunicação sem fio entre os anos de
1893 e 1894, o que teria acontecido antes da experiência pioneira de Marconi,
em 1895.
É importante frisar que
Marconi tornou-se célebre pela transmissão de sinais telegráficos (em Código
Morse) à distância, sem fios, ou seja, a radiotelegrafia. Padre Landell foi
mais longe, pois, além de sinais, seus aparelhos transmitiam a voz humana e
sons musicais. Ele foi, portanto, o pioneiro mundial na chamada radiofonia.
Patenteou os inventos no
Brasil e nos EUA e realizou experimentos. Mesmo assim, não foi reconhecido em
sua época. Quis unir a religião à ciência e acabou acusado de ter pacto com o
diabo. Os seus aparelhos chegaram a ser destruídos e ele foi forçado a
abandonar os estudos científicos. Apesar da evidente genialidade, não recebeu
apoio de ninguém, foi ignorado e perseguido.
Padre Landell aperfeiçoou o
sistema de telegrafia sem fio existente na época e transmitiu pela primeira vez
no mundo em ondas contínuas, que eram superiores às ondas amortecidas
utilizadas nos primeiros tempos das radiocomunicações por outros cientistas.
Também recomendou o emprego das ondas curtas para aumentar a distâncias das
transmissões, quando elas não eram sequer cogitadas pelos outros cientistas.
Para a transmissão de mensagens, o padre-cientista também se utilizava da luz,
o mesmo princípio que aperfeiçoou as comunicações modernas, empregando-se o
laser e as fibras ópticas.
Numa época em que as
telecomunicações eram precárias até mesmo entre cidades vizinhas, ele já
acreditava na possibilidade das comunicações interplanetárias. Projetou a
televisão e o teletipo em 1904, décadas antes das invenções oficiais. Também
descobriu e fotografou a aura humana, décadas antes dos soviéticos.
Padre Landell morreu no
anonimato e sua obra até hoje é pouco conhecida. Com o tempo, as suas invenções
acabaram sendo inventadas por outros cientistas. Na história oficial, o mérito
da descoberta do rádio é concedido ao italiano Guglielmo Marconi. É um
equívoco: ele inventou o telégrafo sem fio e não o rádio tal como o conhecemos.
A história do Padre Landell
derruba este e outros mitos da história das telecomunicações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário