Resgatar a memória de
Landell é preciso
“Aquele momento
festivo cristalizou (...)
a funcionalidade do
invento do padre Landell”.
(Jornalista Hamilton
Almeida, biógrafo)
Estudiosos da
fabulosa obra do padre Roberto Landell de Moura não vacilam, um instante
sequer, no reconhecimento de seu pioneirismo como inventor. Incluem-no, sem
titubeios, na galeria dos mais geniais criadores de instrumentos agregados ao bem-estar e conforto da humanidade. Deploram, naturalmente, que o obscurantismo
cultural oposto ao portentoso trabalho haja impedido a utilização, em dimensão
planetária, de seus engenhos vanguardeiros. A indesejável circunstância concedeu a outros personagens obstinados e talentosos a chance de despontarem
como pioneiros, em seu lugar, na área das descobertas tecnológicas importantes.
Está positivado que Landell chegou primeiro até em inventos que garantiram
Nobel para cientistas detentores de renome que ele, Landell, viu-se
impossibilitado de alcançar.
Elucidativo documentário
levado ao ar pela TV Senado divulga informações preciosas sobre a saga Landell
Moura. No citado trabalho acham-se enfileirados depoimentos de esplêndido
conteúdo. São jornalistas, biógrafos e historiadores contando o que sabem,
empenhados num acerto de contas indispensável com a história. Entre outros:
Hamilton Almeida, Heródoto Barbeiro, Ivan Dorneles Rodrigues, Daltro D’Arisbo,
Reinaldo Tavares, Francisco Assis de Queiroz, Vânia Abatte, Etevaldo Siqueira,
José Marques de Melo, Ana Amélia Lemos e Sérgio Zambiasi, os dois últimos com
presença no Senado.
Na “Wikipédia”,
colhemos breve descrição, de autoria do padre-inventor, sobre as propriedades
de suas invenções precursoras. Aqui está: “O aparelho Telauxiofono é última palavra, sobre telefonia com
fio, não só pelo vigor e inteligibilidade com que transmite a palavra, mas
também porque, com ele, se obtêm todos os efeitos do telefone alto-parlatore e
do teatrofono. Com esta notável diferença, que se tratando da teatrofonia, é
suficiente um só transmissor, por maior que seja o número dos concertantes.
Além disso, com o Telauxiofono, o problema da telefonia ilimitada tornar-se-á
uma realidade prática e econômica. O Caleofono, como o precedente, trabalha
também com fio, e é original porque, em vez de tocar a campainha para chamar,
faz ouvir o som articulado ou instrumental. É muito apropriado para
escritórios. O Anematofono, com o qual, sem fio, obtêm-se todos os efeitos da
telefonia comum, porém com muito mais nitidez e segurança, visto funcionar
ainda mesmo com vento e mau tempo. É admirável este aparelho, pelas leis
inteiramente novas que revela. O Teletiton, espécie de telegrafia fonética com
o qual, sem fio, duas pessoas podem-se comunicar, sem que sejam ouvidas por
outra. Creio que com este sistema poder-se-á transmitir por meio da energia
elétrica a grandes distâncias e com muita economia, sem que seja preciso
usar-se de fio ou cabo condutor. O Edifono finalmente serve para dulcificar e
depurar as vibrações parasitas da voz fonografada, reproduzindo-a ao natural.
Este aparelho tornar-se-á o amigo inseparável dos músicos compositores e dos
oradores".
No memorial elaborado para obtenção, em março de 1901, da patente
brasileira de um aparelho destinado à transmissão fonética à distância, com fio
ou sem fio, Landell anotou que o invento permite “projetar pelo espaço a voz a
distâncias bem regulares. Funciona com sol, chuva, tempo úmido e forte
cerração, como também com vento contrário se usarmos de placas automáticas e,
nestes dois últimos casos, a distância a que se pode chegar é verdadeiramente
prodigiosa. No mar, quando há cerração, e nas regiões calmas, esse aparelho
pode prestar muito bons serviços”.
Analisando
recentemente as propostas científicas do sacerdote, o engenheiro Carlos Guerra
Lima emitiu parecer salientando que, sem sombra de dúvidas, o equipamento
concebido para transmissões revelou-se “muito mais complexo tecnicamente do que
os desenvolvidos por Marconi e Rhumer”.
Em 1984, a Fundação
de Ciência e Tecnologia de Porto Alegre reconstruiu o transmissor de ondas
patenteado por Landell em 1904 nos Estados Unidos. Os testes foram muito bem sucedidos.
Hamilton Almeida, biógrafo, conta que o aparelho foi exibido, pela primeira
vez, em 1984, num ato comemorativo da Semana da Pátria. “Aquele momento festivo
cristalizou de maneira incontestável a funcionalidade do invento do padre
Landell”, registrou.
O leitor já percebeu claramente que a obra do padre
Moura possui uma amplitude tal que se configura impraticável descrevê-la
satisfatoriamente numa mera sequência de despretensiosos artigos. O que
essencialmente importa, todavia, é chamar a atenção das pessoas para o
indeclinável dever cívico que se impõe, perante a história, de se fazer o
resgate da memória deste sábio, autêntico contemporâneo do futuro. Alguém, de
fulgurância invulgar, injustamente encoberto pelas espessas brumas do
esquecimento. No comentário vindouro, concluiremos nossa modesta participação
no elogiável esforço em que se acham empenhados ilustres patrícios, no sentido
de inserir o rico legado do padre-inventor no acervo oficial dos mais notáveis
avanços científicos da civilização.
Acerto de contas
histórico
Cesar Vanucci
“Roberto Landell de
Moura foi o protagonista dessa façanha e pouca
gente sabe disso.”
(Hamilton Almeida,
biógrafo de Landell, sobre a invenção do rádio)
2019 assinalará o
transcurso dos 120 anos da primeira transmissão mundial da voz humana por ondas
radiofônicas. O sitio “Jornalistas&Cia”, engajado em campanha de
mobilização de segmentos representativos da Nação brasileira com vistas ao
reconhecimento dos extraordinários feitos científicos do padre Roberto Landell
de Moura, está anunciando a disposição de intensificar o trabalho de divulgação
da obra do genial inventor. Esclarece, a propósito, que muitas foram as
conquistas na primeira fase da campanha, em 2010, ao ensejo da celebração do
sesquicentenário do nascimento de Landell. Mas, mesmo assim, a fascinante saga
do inventor do rádio e de outros instrumentos eletrônicos incorporados ao
bem-estar humano continua ignorada pela grande maioria das pessoas. Anota alguns
resultados expressivos já alcançados: o lançamento do selo comemorativo pelos
Correios; a inclusão do nome de Landell no panteão dos Heróis da Pátria; a
introdução da história padre-inventor no currículo escolar do ensino
fundamental em Porto Alegre; a instituição do Prêmio Landell de Moura de
Jornalismo, em São Paulo.
O jornalista Hamilton de Almeida, biógrafo de Roberto Landell de Moura,
em depoimento ao “Jornalistas&Cia”, explica, com detalhes, porque considera
2019 importante na história radiofônica. Frisa: “Será ocasião para lembrar dois
marcos do rádio no país. Em 16 de julho se completarão 120 anos da mais antiga
experiência documentada de transmissão de voz humana por ondas de rádio. O
padre Roberto Landell de Moura foi o protagonista dessa façanha e pouca gente
sabe disso, infelizmente. Outro fato marcante será o centenário da
radiodifusão. A Rádio Clube de Pernambuco foi fundada em 6 de abril de 1919 por
um grupo que, na época, intitulava-se “amadores de telegrafia sem fio”.
Hamilton Almeida
conta, na sequência, lances da primeira transmissão mundial da voz humana,
produzida graças ao engenho criativo de Landell de Moura, marco histórico da
invenção do rádio. “Se estivéssemos agora na São Paulo de 1899, a mídia se
resumiria a jornais e revistas, cujo noticiário do exterior chegava por meio de
cabos submarinos. Para as comunicações pessoais e empresariais teríamos apenas
o telefone com fio e o telégrafo sem fio. Pesquisava-se, mas nenhum cientista
em qualquer lugar do mundo havia tido êxito na transmissão da voz sem fio. A
chamada radiotelefonia era um sonho dourado. Mas eis que surge um brasileiro,
padre, com sólidos conhecimentos de física e uma dose considerável de
genialidade, que acreditou que aquele sonho poderia tornar-se realidade. Após
muitos estudos e testes ele convidou diversas autoridades públicas, empresários
e jornalistas, e exibiu o inovador aparelho de rádio. Isso aconteceu nas
dependências do Colégio Santana, na zona norte da capital paulista. Para fazer
uma transmissão wireless da voz humana, com muitas testemunhas, Padre
Landell construiu o mais primitivo aparelho de rádio do mundo de que se tem
registro.”
“Jornalistas&Cia” interroga o biógrafo do sacerdote-cientista:“Qual
a diferença básica das experiências de Landell e de Marconi, a quem hoje,
inclusive em grande parte do Brasil, se atribui a invenção desse veículo de
comunicação?” Resposta: “A grande diferença é a voz; e os sons musicais. Enquanto
o brasileiro mostrava que era possível fazer transmissões de rádio ponto a ponto
e de radiodifusão, o italiano usava as ondas de rádio para transmitir sinais em
código Morse. Portanto, quando se cogita da invenção de um veículo de
comunicação como o rádio, em que escutamos vozes e músicas, quaisquer sons, não
há como tirar o mérito do padre Landell. Os dois souberam empregar as ondas de
rádio para enviar e receber mensagens. Foram grandes conquistas da humanidade.
Mas um inventou o rádio e o outro, o telégrafo sem fio. Ambos foram pioneiros
da era “wireless”, que tem pouco mais de um século, assim como
(Nikola)Tesla, com o controle remoto.”
Cabe registrar que
muitas outras louváveis iniciativas têm sido promovidas, de tempos a esta
parte, no sentido de assegurar a Landell a glória que lhe foi negada em vida. O
“Movimento Landell de Moura”, que batalha incansavelmente pelo reconhecimento
de seu nome em larga escala, propôs ao Governo que reivindique
internacionalmente o pioneirismo do brasileiro na invenção do rádio. Os
radioamadores brasileiros têm Landell como patrono. Porta-vozes da Igreja
Católica deixaram consignada, em mais de uma ocasião, chegando até mesmo a
formularem pedido de perdão, sua fabulosa contribuição para o progresso da
ciência, para os avanços civilizatórios e para a conciliação dos valores
esposados pela ciência e pela fé.
Configura-se assim,
de forma estrondosa, a justiça, que outra coisa não representa a verdade em
ação, de toda esta acumulação de esforços em torno da ideia de um resgate, à
altura de sua grandeza como ser humano, da memória do genial brasileiro. O
Brasil não pode furtar-se ao dever de promover este acerto de contas com a
história em torno da vida e obra do padre-inventor. Por força de numerosos
fatores adversos, entre eles o obscurantismo cultural, várias invenções de
Landell, apontadas em nossas singelas narrativas, acabaram sendo “inventadas”
por outros cientistas, como salienta o biógrafo Hamilton de Almeida.
Gentilmente enviado pelo amigo Silviano Cançado Azevedo, belo texto de
autoria de Bruno Pitanga, doutor em neuroimunologia, neurocientista, professor
universitário e palestrante.
"ORE
Pra viver
melhor, não se preocupe, *se ocupe.* Ocupe seu tempo, ocupe seu espaço, ocupe
sua mente. Não se desespere, *espere.* Espere a poeira baixar, espere o tempo
passar, espere a raiva desmanchar. Não se indisponha, *disponha.* Disponha boas
palavras, disponha boas vibrações, disponha sempre. Não se canse, *descanse.*
Descanse sua mente, descanse suas pernas, descanse de tudo. Não menospreze,
*preze.* Preze por qualidade, preze por valores, preze por virtudes. Não se
incomode, *acomode.* Acomode seu corpo, acomode seu espírito, acomode sua vida.
Não desconfie, *confie.* Confie no seu sexto sentido, confie em você, confie em
Deus. Não se torture, *ature.* Ature com paciência, ature com resignação, ature
com tolerância. Não pressione, *impressione.* Impressione pela humildade,
impressione pela simplicidade, impressione pela elegância. Não crie discórdia,
*crie concórdia.* Concórdia entre nações, concórdia entre pessoas, concórdia
pessoal. Não maltrate, *trate bem.* Trate bem as pessoas, trate bem os animais,
trate bem o planeta. Não se sobrecarregue, *recarregue.* Recarregue suas
forças, recarregue sua coragem, recarregue sua esperança. Não atrapalhe,
*trabalhe.* Trabalhe sua humanidade, trabalhe suas frustrações, trabalhe suas
virtudes. Não conspire, *inspire.* Inspire pessoas, inspire talentos, inspire
saúde. Não se apavore, *ore.* Ore a Deus! Somente assim viveremos dias
melhores.”
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