Klinger Sobreira de Almeida
Mil Ref/Membro ALJGR/PMMG
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MALEDICÊNCIA →Efeito Boomerang
“Calarei os maldizentes continuando a
viver bem;
eis o melhor uso que podemos fazer da
maledicência.”
(Platão)
“Maledicência
– semeadura de dúvida e discórdia – consiste no hábito, cultivado por indivíduos
de baixo nível consciencial, de “enxergar” o próximo pela viseira do mal. A
inveja, uma das características do egoísta, é sua fonte primária.
O
maledicente, ou maldizente, satisfaz-se, tal qual o urubu ao devorar carniças,
intrigando, injuriando, caluniando, difamando... Via de regra, não assiste aprática
do suposto mal que, em surdina ou ostensivamente, propaga. Apanha e deglute boatos por “ouvir dizer.
Tira ilações levianas de comportamentos que lhe parecem anômalos. Inventa,
fantasia ou engendra situações mentais hipotéticas em relação ao outro. Acresce
e agiganta fatos difusos para detratar. Adora
factoides que possam destruir o semelhante. É uma mente doentia, às vezes afetada
por ideologia fanatizadora.
A
maledicência prospera tanto nas camadas sociais inferiores como nas chamadas
elites. Possui nichos na família, vizinhança, escola, trabalho, igreja,
caserna, partidos políticos, associações etc... Emerge e expande-se em
ambientes turbados pela ausência de amor, coesão e harmonia, agudizando
desconfiança, rivalidades estéreis e desequilíbrio psíquico em indivíduos
emocionalmente frágeis.
A
tessitura de maledicência pode infernizar vidas; provocar separações conjugais,
conflito de vizinhos, depressão em pessoas atingidas, suicídios e malefícios de
toda ordem. Dos tempos de polícia, muitas lembranças de problemas que
desaguavam nas Delegacias, e a origem: maledicência. Uma delas: o marido
enciumado matou a esposa honesta, uma bela mulher,julgando-ainfiel; tudo
nascera da inveja em rodas de boteco, quando alguns ébrios habituais atribuíram-lhe
a condição de “corno”.
Hodiernamente,
acompanha-se um festival de maledicência que vem do “alto escalão da pseudointelectualidade”,
ora ultraesquerda, ora ultradireita.Neste viés, certo“escritor/fantoche”, brasileiro residente nos EEUU, que se reputa filósofo e
guru dos atuais detentores de poder, baseia seu discurso em ofensas gratuitas a
autoridades e personalidades que não se alinham à sua “cartilha”.No polo
oposto, a Presidente de determinado partido faz da maledicência seu ritual de
ataque aos opositores.
A
história e a própria experiência de vida evidenciam que os semeadores
demaledicência podem alcançar objetivos destruidores imediatos. Podem
regozijar-se em assistir o efeito do mal que causaram. Porém, a vida é um enigma
decifrável. Quem faz o mal recebe o mal. Todos os maledicentes que se altearam
na história, tiveram problemas terríveis ou fim melancólico. Também, aqueles,
que conhecemos, obtiveram retorno pessoal ou familiar indesejável. A
maledicência foi, raspou o alvo e retornou, fuzilante,ao ponto de origem
(efeito boomerang).
O
maldizentes, na linha de Platão, sempre tiveram o repúdio dos homens de bem. O
Escritor e Médico Neurologista Antônio Austregésilo – 1876/1960 – estudioso da
mente humana, retratou-os nesta síntese: “Os
maledicentes pensam envenenar a humanidade: envenenam-se a si mesmos. A inveja
aflige-lhes os dias, o desânimo completa-lhes a existência. Por fim, eles é que
se tornam sofredores.”
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