sexta-feira, 28 de junho de 2019

Klinger Sobreira de Almeida
Mil Ref/Membro ALJGR/PMMG




MALEDICÊNCIA →Efeito Boomerang


“Calarei os maldizentes continuando a viver bem;
eis o melhor uso que podemos fazer da maledicência.”
(Platão)

Maledicência – semeadura de dúvida e discórdia – consiste no hábito, cultivado por indivíduos de baixo nível consciencial, de “enxergar” o próximo pela viseira do mal. A inveja, uma das características do egoísta, é sua fonte primária.

O maledicente, ou maldizente, satisfaz-se, tal qual o urubu ao devorar carniças, intrigando, injuriando, caluniando, difamando... Via de regra, não assiste aprática do suposto mal que, em surdina ou ostensivamente, propaga.  Apanha e deglute boatos por “ouvir dizer. Tira ilações levianas de comportamentos que lhe parecem anômalos. Inventa, fantasia ou engendra situações mentais hipotéticas em relação ao outro. Acresce e agiganta  fatos difusos para detratar. Adora factoides que possam destruir o semelhante. É uma mente doentia, às vezes afetada por ideologia fanatizadora.

A maledicência prospera tanto nas camadas sociais inferiores como nas chamadas elites. Possui nichos na família, vizinhança, escola, trabalho, igreja, caserna, partidos políticos, associações etc... Emerge e expande-se em ambientes turbados pela ausência de amor, coesão e harmonia, agudizando desconfiança, rivalidades estéreis e desequilíbrio psíquico em indivíduos emocionalmente frágeis.

A tessitura de maledicência pode infernizar vidas; provocar separações conjugais, conflito de vizinhos, depressão em pessoas atingidas, suicídios e malefícios de toda ordem. Dos tempos de polícia, muitas lembranças de problemas que desaguavam nas Delegacias, e a origem: maledicência. Uma delas: o marido enciumado matou a esposa honesta, uma bela mulher,julgando-ainfiel; tudo nascera da inveja em rodas de boteco, quando alguns ébrios habituais atribuíram-lhe a condição de “corno”.
Hodiernamente, acompanha-se um festival de maledicência que vem do “alto escalão da pseudointelectualidade”, ora ultraesquerda, ora ultradireita.Neste viés, certo“escritor/fantoche”, brasileiro residente nos EEUU, que se reputa filósofo e guru dos atuais detentores de poder, baseia seu discurso em ofensas gratuitas a autoridades e personalidades que não se alinham à sua “cartilha”.No polo oposto, a Presidente de determinado partido faz da maledicência seu ritual de ataque aos opositores.

A história e a própria experiência de vida evidenciam que os semeadores demaledicência podem alcançar objetivos destruidores imediatos. Podem regozijar-se em assistir o efeito do mal que causaram. Porém, a vida é um enigma decifrável. Quem faz o mal recebe o mal. Todos os maledicentes que se altearam na história, tiveram problemas terríveis ou fim melancólico. Também, aqueles, que conhecemos, obtiveram retorno pessoal ou familiar indesejável. A maledicência foi, raspou o alvo e retornou, fuzilante,ao ponto de origem (efeito boomerang).

O maldizentes, na linha de Platão, sempre tiveram o repúdio dos homens de bem. O Escritor e Médico Neurologista Antônio Austregésilo – 1876/1960 – estudioso da mente humana, retratou-os nesta síntese: “Os maledicentes pensam envenenar a humanidade: envenenam-se a si mesmos. A inveja aflige-lhes os dias, o desânimo completa-lhes a existência. Por fim, eles é que se tornam sofredores.”

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