IRA →Trilha do Caos
“Deixa a ira, e abandona o furor, não te indignes para fazer o
mal.” Sl 37:8
No
quadro da geografia psíquica do Ser, as emoções constituem o balizador das
atitudes nos relacionamentos e diante de todas às circunstâncias ao longo da
travessia.
Em
linguagem metafórica, diríamos que as emoções, no amplo espectro dos
sentimentos, são “bússolas” que podem indicar rumos certos ou caminhos
equivocados. Quem maneja a bússola e regula
o azimute, buscando a rota desejada? O portador! Este definirá rumo e
operacionalizará o instrumento. Se algo der errado, a rota se perde.
As
emoções existem para a dinâmica dos sentimentos. Regula-os em conformidade aos caminhos
desejados pelo homem. Este é o senhor, o dono. Todos têm consciência dessa
supremacia? Não! Muitos, ao invés de senhores, são dominados – autênticos
escravos das emoções. Preferem, noimpériodo livre-arbítrio, ceder.Autômatos,
curvam-se ao turbilhão interior.
A Ira,
nos primórdios da Igreja Católica, entrou na composição dos sete pecados
capitais: Orgulho, Inveja, Avareza, Luxúria, Gula, Preguiça e... Ira. Ou seja, segundo os teólogos, vícios
matriciais que os cristãos deviam combater para evitar a perda da vida.
A Ira, sentimento
inato (não há como extingui-lo!), quando emerge em voragem emocional, sem
controle, pode causar grandes estragos, pois seus derivados têm o poder do
ataque repentino, ou a permanência para engendrar o mal: mágoa, raiva, ódio,
ressentimento, fúria, cólera, vingança... São variantes que desembocam, de
imediato ou na preparação temporal e oportuna, em atos de ofensas morais ou
físicas, perseguições, traições, injúrias, calúnias, difamações e até
assassinatos.
Via de
regra, e isto é inexorável, a Ira descontrolada, que pode atingir o “outro”, retorna
em efeito boomerang. Os Irados sofrem
o abandono dos bons; costumam cair em sérias dificuldades ou mesmo na miséria
material e/ou moral; não raras vezes, a violência também os encontra; morrem
cedo ou acabam na prisão...
Não
havendo como extinguir o sentimento de Ira, cabe ao indivíduo manifestá-lo, sob
controle, quando conveniente, em situações que exigem coragem, indignação... Por
exemplo: a corrupção que se alastrou nas camadas dirigentes (políticos,
empresários etc), exige a indignação do cidadão de bem; escrever, difundir
protestos, participar de movimentos legais que exijam perda de mandato,
modificação das leis casuístas...
Como
controlar a Ira? Como utilizá-la tão somente para situações construtivas? Primeiro,
ter consciência de que é um frágil diante desse sentimento. Segundo,
entender seu efeito destrutivo. Terceiro, saber de seu retorno nocivo e
querer elevar-se.
Nesse
tríplice entendimento, o Indivíduo Irado (alguns se gabam de “não levar
desaforos”, “ser estopim curto”, “impiedoso na vingança” etc), deverá buscar os
ambientes de calma, o convívio com a natureza; habituar-se a leituras amenas e
instrutivas; dedicar um tempo a ouvir músicas suaves; evitar a agitação das
rodas do álcool e outras drogas; selecionar um círculo de amizades que agregam no
bem.
Em suma,
vamos manejar a “bússola das emoções” para direcionar a travessia humana no
rumo certo. Domar a IRA! Evitar a “Trilha do Caos”!
* Militar Reformado/Membro ALJGR/PMMG
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