PÁSCOA (AT)
versus NOVA ALIANÇA (NT)
Jair
Barbosa da Costa*
Bom-dia sob as misericordiosas bênçãos do Pai,
o amor do Filho e a luz do Espírito Santo. Já se vive ambiência pascal, ou seja,
a partir do Domingo de Ramos, no plano da espiritualidade cristã, é do que se
fala e cuida. O 1º domingo da Semana Santa, prenúncio da Páscoa, foi também
escolhido para “O dia de jejum nacional”,
iniciativa oficial do Planalto, sugerida por evangélicos e católicos. Baixaram
diretrizes especiais visando ao seguinte objetivo: refletir o ideal de
fraternidade predominante neste período, no momento em que o país vive grande
turbulência – a pandemia viral e a epidemia política, focos centrais, esses, que
abarcam as principais inquietudes de nossa gente. Por essas questões, Deus, socorro
bem presente, foi buscado e clamado em todos os quadrantes desta terra por
aqueles que nEle creem.
O crente em Jesus e cultor da Palavra está
habituado a programar seu jejum, sempre precedido do louvor ao pai e sucedido,
na entrega, do agradecimento, vale dizer, tem a própria orientação e objetivo
para essa intimidade com Deus. Como a meta era amenizar o sufoco político e
sanitário jamais experimentado neste país, e quiçá no mundo, o clima espiritual
propiciou sensibilizar a população aflita a se posicionar, mente e coração,
para o Alto e clamar piedade ao Senhor dos Senhores.
Tudo isso é válido diante do Criador, único capaz
de sondar o coração e pesar o propósito de quem busca refúgio e solução. Por
esse motivo, não importa se quem pede é católico ou evangélico, espírita ou
maçon. Deus, acima de denominações e doutrinas, tradicionais ou renovadas, faz
vista grossa para todas as convenções humanas, porque Ele apenas quer que
manifestemos nossa dependência de Sua vontade e poder.
A despeito de se proclamar a Páscoa, ritual do Antigo Testamento, é oportuno dizer que Jesus ministrou a seus discípulos a última Páscoa, como bom judeu e seguidor da lei e dos rituais
cultivados por seu povo ... “Na noite em que foi traído – diz a Bíblia Sagrada:
“tomou o pão e, tendo dado graças, o partiu e disse: isto é o meu corpo que é
dado por vós; fazei isso em memória de mim”... depois de haver ceado, tomou também
o cálice dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue: “Fazei isso em
memória de mim” Esse memorial corresponde à ordenança da Páscoa dos judeus e
sua ritualística.
A tipologia desse ritual cristão está em Êxodo 29 que trata do sacrifício e consagração. Aí um longo
processo para imolar o carneiro: “tomarás então, do sangue e do óleo de
unção... e o aspergirás sobre o altar... depois tomarás do carneiro a
gordura...” Seguia a consagração: “Isto será a obrigação perpétua dos filhos de Israel, devida a Aarão e seus
filhos por ser a porção dos sacerdotes, oferecida, da parte dos filhos de Israel...;
é a sua oferta ao Senhor em gratidão
pela passagem (páscoa) da escravidão egípcia à liberdade”. Em alguns
recortes do cap.1 a 27 podemos ter uma ideia dessa transição festiva. Vejamos
os ingredientes: um novilho, dois carneiros sem defeito, os pães asmos, bolos
asmos amassados com azeite...
A partir da Ressurreição de Cristo, passamos a
viver sob a Nova Aliança, por ele
mesmo estabelecida, sempre comemorada na Ceia
do Senhor, quando o pão e o vinho
simbolizam corpo e sangue de Jesus,
o Cordeiro imaculado (isto é, sem mácula, sem pecado) em sua memória, mas ministrados separadamente. O próprio Jesus é que diz ao tomar o pão: ₋ “Isto
é o meu corpo”, depois, o cálice, e diz: este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue.
Ora, o sangue da ovelha, do cabrito, de Êxodo 29, todo seu ritual, para se
comemorar a Páscoa dos Judeus, não faz o menor sentido para os cristãos, a não
ser como tipologia (o novilho sem manchas e os carneiros sem defeito) está
no sangue de Jesus, que se entregou em sacrifício para nos salvar. “Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo”. Quando o crente aceita a
transubstanciação do pão e vinho em hóstia, ele não está a discernir que a Nova Aliança em Jesus foi desfeita
nesse ritual. Na verdade, foi ignorada, porque o ministro dessa liturgia não
permitiu aos fiéis beberem do vinho, (sangue) que ele consagrou e sorveu
sozinho, mas só do pão (corpo). Dessa forma, ficou anulada a Nova Aliança por meio do sangue do Cordeiro.
A rigor,
como se observa, a própria tipologia do ritual judaico da Páscoa deixa de
ser referência para essa celebração cristã do ponto de vista bíblico. (1ª Carta aos Coríntios 11: 23 a 26.)
Ó Espírito Santo, dá-nos luz, sabedoria e
vontade para o culto racional mediante o conhecimento de Tua Palavra, em nome e
por amor de Jesus. Amém!
*Evangelista capelão internacional, autor de Ide... primeiros passos de missões.
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