Barganha,
vírus, estufa, óvnis
Cesar Vanucci
“E dando que se recebe”.
(Belo e sugestivo
preceito franciscano utilizado
indevida e hipocritamente
em barganhas de bastidores políticos)
· Vivendo e aprendendo.
Quer dizer, então, que existem dois tipos diferenciados do inextinguível “toma
lá, dá cá” político? Um deles voltado
para o bem, o outro inteiramente voltado para o mal? É a dedução a extrair do
comportamento dos atuais detentores do poder político, em seu manifesto
pragmatismo revisionista das coisas na vida pública. Ao que se é dado a ver,
com solar clareza, a manjadíssima barganha de cargos com fitos de conquista de
apoio político, quando praticada pelos adversários, é uma situação abominável.
Desrespeita a ética e a moral, favorecendo a corrupção. Ao reverso, quando o
mesmíssimo procedimento envolve abnegados partidários e leais cupinchas
palacianos, as motivações, já aí, são sempre nobres e edificantes.
Saudavelmente regidas por princípios e valores irrepreensíveis. Valha-nos Deus,
Nossa Senhora!
· Com cifras macabras, o
“resfriadozinho mixuruca” da retórica e conduta oficial irresponsáveis, acena
para este nosso país tropical, bonito por natureza, tomado de perplexidade e
amargura, com a indesejável perspectiva, logo ali na frente, de assumir um
lugar no “pódio” na desconfortável “disputa mundial” por recordes na maratona
do flagelo. A Organização Mundial de Saúde diz que a união nacional e a
solidariedade internacional são imprescindíveis no enfrentamento adequado da
crise humanitária. O óbvio ululante, diria Nelson Rodrigues. “Estamos, então,
mal-arranjados pacas!” – cabe-nos reconhecer, em nossa vez de dizer alguma
coisa, ao contemplar o que anda rolando no pedaço político brasileiro. A
conjugação de forças e vontades políticas, tão necessária, tão essencial, no
combate à pandemia que, diariamente, amplia a capacidade dos cemitérios, com a
abertura de covas em ritmo de mutirão, vem passando, insolentemente, ao largo
das cogitações prioritárias das lideranças munidas de canetas para a tomada de
decisões. Ou seja, de cidadãos aos quais se acham afetas indeclináveis
obrigações legais de coordenar as ações exigidas para se encarar o dramático
problema em suas variadas facetas. Para a sociedade, que abriga as vítimas em
potencial da tragédia em marcha, fica sobrando o direito de recorrer a orações,
meditações, gestos e palavras de solidariedade, além do dever de guardar
respeito rigoroso às recomendações da ciência no tocante a cuidados individuais
e coletivos que ajudem a refrear a proliferação da enfermidade. Até que o surto
infeccioso desapareça e apareça a vacina. Quanto ao mais, que os deuses de
todas as crenças não deixem de
acudir-nos em nossas aflições!
· O assim chamado
“efeito estufa”, categórica e histericamente negado por teóricos do
fundamentalismo político e religioso, gente solta na praça com retrógradas
reinterpretações da aventura humana, vem produzindo descomunais crateras na
camada de ozônio que protege a Terra. Falamos, está evidente, da “terra
redonda”, não da “terra plana” das delirantes elucubrações de um punhado de
viventes com válvulas de menos na cachola. Cientistas respeitados afiançam que
só uma das crateras é de dimensão equivalente a toda a América do Sul. Razoável
imaginar que pelas fendas o planeta esteja sendo bombardeado por partículas
microrgânicas vindas de pontos distantes do infinito espaço sideral. Faz
sentido, à vista disso, supor que uma ou outra substância assim chegada até nós
contenha elemento patogênico. Pergunta inevitável: será que a origem da
Covid-19 não poderia ser explicada com base na circunstância declinada?
· “Há algo no ar além
dos aviões de carreira”. Este dito, de autoria do irreverente Barão de Itararé,
foi vastamente empregado noutros tempos para medir as tensões políticas. A
frase bate-me à lembrança neste instante por uma outra intrigante razão. Inteiro-me,
por intermédio de conhecidos empenhados no estudo dos chamados fenômenos
transcendentes, que os óvnis, estes erráticos e misteriosos “vagalumes do
espaço”, responsáveis por espantosas coreografias nos céus, estão sendo
avistados, num volume inusitado, na hora atual, em tudo quanto é parte do
mundo. As informações falam de naves gigantescas e de artefatos menores. Os
especialistas assinalam que essa revoada dos enigmáticos objetos sempre ocorre
em ocasiões de efervescência histórica, sabe-se lá porque cargas d’agua! A
pandemia do coronavírus talvez possa explicar. Olhar, de vez em quando, a
imensidão azul do firmamento é algo recomendado pelos ufólogos àqueles que se
interessem pela captação de imagens dos instigantes voos desses aparelhos não
classificados, definitivamente, como “aviões de carreira”...
2 comentários:
À Metáfora, a estrofe... "Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)"
Composução: Lenine
Música: Paciência
À Metáfora, a estrofe... "Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)"
Composição: Lenine
Música: Paciência
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