Giro
por um mundo de inexplicabilidades
Cesar
Vanucci
“A
respeito das coisas deste mundo confuso,
as pessoas normais sabem que nada sabem.”
(Antônio Luiz da Costa, educador)
Aconteceu
em janeiro, antes um pouco da angustiante crise humanitária desencadeada pelo
coronavirus. Os ponteiros do famoso “Relógio do Juízo Final” foram adiantados
mais 20 segundos. Ficaram posicionados a 1 minuto e 40 segundos das fatídicas
badaladas das 24 horas. Trata-se – é bom saber – do “momento” mais próximo, até
aqui atingido, das apavorantes “trombetas apocalípticas” prenunciadas pelos
cientistas. Como é do conhecimento de muitos, mas do desconhecimento da grande
maioria, figuras altamente qualificadas na seara científica criaram esse
instrumento simbólico para avaliação das tensões mundiais. Décadas atrás, à
época em que John Kennedy, Nikita Krushev e Fidel Castro governavam,
respectivamente, os Estados Unidos, Rússia e Cuba, ocorreu a chamada “crise dos
mísseis”. O planeta foi colocado à beira da terceira e, provavelmente, última
guerra mundial. Negociações processadas na 25ª hora evitaram a catástrofe.
Naquele recuado instante – é oportuno anotar – os ponteiros do “Relógio”
estiveram posicionados a “apenas” 2 minutos da hora crucial.
Faz
sentido supor, por mais desagradável pareça a ideia, que as turbulências
vividas presentemente são de molde a acionar, agora mesmo, de novo, o “tic-tac”
do relógio. Deus nos livre e guarde!
As
atenções (e preocupações) globais estão centradas, como fácil deduzir, na
colossal encrenca gerada pela Covid-19. Por essa forte razão passou um tanto
quanto desapercebido - aos olhares demasiadamente carregados de ansiedade das
pessoas - inquietante incidente internacional, de dias recentes. Foi
protagonizado pelos supremos dirigentes de duas grandes potências, com decisiva
influência na cena mundial, sobretudo por conta de seu poderio militar. O
assunto rendeu naturalmente manchetes. Mas elas acabaram sendo obscurecidas pelos
infortúnios e estatísticas resultantes da pandemia. Seguinte: o Presidente
Donald Trump anunciou, pomposa e inopinadamente, que os Estados Unidos estão
preparados para levar avante, bem proximamente, um exercício militar de
envergadura. O proposito é testar, no oceano, um super míssil, sem similares no
estoque bélico conhecido. O artefato seria lançado por submarinos nucleares.
Pouco depois do anúncio da Casa Branca, por meio de nota oficial da chancelaria
russa, o Presidente Vladimir Putin, em tom irritado, tornou pública a
disposição de ordenar, em caráter imediato e retaliativo, um maciço ataque a
alvos estadunidenses com armas de seu arsenal atômico, caso a ação preconizada
viesse a se concretizar. Os incômodos avisos de ambos os lados permaneciam suspensos
no ar, ameaçadoramente, à hora em que estas considerações estavam sendo
datilografadas. Durma-se com um barulhão desses! Mais uma da inesgotável lista
das vicissitudes, nascidas da prepotência e arrogância dos “senhores do mundo”,
impingidas aos pobres mortais desta nossa ilhota perdida nas distâncias
infindáveis de um oceano composto de inexplicabilidades e infortúnios, sabe-se
lá por quais insondáveis desígnios!
E
com essa, sinceramente, ninguém contava! No meio do turbilhão das informações
concernentes ao sufocante flagelo que martiriza a sociedade, chega da França
informação desnorteante. Pode alterar por inteiro a cronologia dos
acontecimentos ligados à pandemia. Cientistas do país asseveram que num povoado
francês foram detectados, antes do surto irrompido na província chinesa, casos
letais de coronavírus. Pelo surpreendente relato que as vítimas não tiveram, a
qualquer tempo, contatos exteriores que expliquem como a contaminação se teria
dado. Tal notícia adiciona novo argumento às versões propaladas acerca da
origem misteriosa da enfermidade.
Uma
coisa puxa outra. Quando surgirá explicação razoável acerca da circunstância de
que muitas pessoas infectadas jamais tiveram contato com outras pessoas
procedentes de áreas de contaminação maciça? Recorramos a um intrigante
exemplo. O corona atingiu moradores de povoados remotos, distanciados do resto
do mundo. Alguns deles na selva amazônica, à beira do rio-mar. O acesso a tais
locais só é possível por barco, em viagens que se alongam pela “eternidade” de
10 ou mais dias. E agora, José? Será legítimo pensar, dando rédeas à
imaginação, que a contaminação possa derivar de microrganismos patogênicos de
trânsito livre na atmosfera? Alargando a hipótese: poderiam ser partículas
brotadas de hipotética reação de elementos da Natureza, tão alvejada pelo
chamado efeito estufa? Ou seria alguma substância trazida por meteoritos que,
de quando em vez, colidem com a crosta terrestre?
Ficam
estas interrogações. São formuladas, obviamente, por alguém, um desajeitado
escriba, detentor de uma única certeza: a de saber, a propósito das coisas, que
nada sabe.
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