Anestésicos,
desembargador, Trump e estátuas
Cesar
Vanucci
“Cê sabe
com quem está falando?”
(Indagou insolentemente o magistrado ao ser
alertado
pelo guarda sobre o uso da máscara)
· A balbúrdia é tamanha
que, talvez, a gente esteja até interpretando equivocadamente o que leu ou
ouviu. A inverossímil resenha dos fatos mostra que, nos hospitais e demais
unidades de atendimento aos cidadãos atacados pela “gripezinha”, andam
faltando, de forma mais que preocupante – diríamos, calamitosa -, medicamentos
essenciais para salvar vidas preciosas. Tipo, por exemplo, sedativos,
anestésicos, oxigênio, produtos indispensáveis para amenizar padecimentos de
enfermos em estado crítico. A aquisição de tais insumos, conforme denúncias de
médicos e enfermeiros que atuam na linha de frente no tratamento aos pacientes,
vem sendo colocada em segundo plano. Enquanto isso, a compra de cloroquina,
remédio de eficácia questionada pela OMS e entidades médicas, acusa
quantitativos exagerados, gerando desnecessários estoques nos almoxarifados da
saúde pública. Como dito no preâmbulo: difícil pacas compreender as razões
desse tão inusitado procedimento das autoridades competentes.
· S.Exa., o desembargador,
foi pego em flagrante, numa praia do litoral paulista, a arrotar prepotência.
Despejou “em riba” de um guarda municipal, ao ser alertado sobre o uso
obrigatório de máscara protetora em via pública, o célebre “Cê sabe com quem
está falando?” Como se diz no popular, “soltou os cachorros” numa tentativa de
intimidar alguém que, em ação profissional e pedagógica, apontou-lhe obrigação
de cidadania. A ocorrência, mostrada na televisão, chamou a atenção da
corregedoria do Judiciário. Consulta aos arquivos do Tribunal de Justiça de São
Paulo revelou que a folha corrida do dito cujo acusa 41 infrações
disciplinares. Dá pra imaginar as “aprontações” desse cara nas decisões
proferidas ao longo de extensa carreira como magistrado?
· O livro de uma
sobrinha rebelde está colocando a família de Donald Trump em polvorosa. “Trump
é incapaz de crescer, aprender ou evoluir, incapaz de moderar suas emoções e
suas reações”, anota, ferina, Mary Trump. A autora, 55 anos, traz a público
revelações chocantes, apresentando-as como memorias de sua convivência com o
tio, sobretudo ligadas aos tempos da infância e adolescência passados na
residência em que Donald cresceu, no bairro Queen, Nova Iorque. O título da
obra resume o conceito que a sobrinha tem de seu famoso parente: “Demais e
nunca o bastante – como minha família criou o homem mais perigoso do mundo”.
Segundo noticiário, a família tentou bloquear a publicação, com base na
alegação de que havia um acordo de confidencialidade. Mas o argumento não
colou. Em curto espaço de tempo, o dirigente do mais poderoso país do mundo
conseguiu a “façanha” de se ver retratado pejorativamente por duas testemunhas
oculares bem próximas de sua trajetória pública e privada. Antes da sobrinha
quem andou lançando livro, relatando as entranhas da controvertida política externa
conduzida por Trump, foi seu ex-assessor de segurança nacional, John Polton.
· No auge das recentes
manifestações de rua, de repúdio ao racismo, ocorreu, em vários lugares, a
derrubada de estátuas erguidas, no passado, com o intuito de enaltecer
personagens históricos. No alvo dos ativistas foram colocadas esculturas
representativas dos tempos da escravidão e das descobertas marítimas
colonizadoras. Além daquele episódio, que absorveu vistosas manchetes, do busto
de um mercador de escravos inglês retirado do pedestal, posto a rolar rua
abaixo e lançado no fundo do rio, numa cidade próxima a Londres, foram
registrados, nessa onda de reações populares, mais esses incidentes, dignos de
nota, abaixo sublinhados.
Em
Washington, Estados Unidos, a estátua do general confederado Albert Pike ficou
inteiramente destruída. Em Watesbury, Connecticut, também nos Estados Unidos, a
estátua de Cristóvão Colombo foi decepada. Aconteceu a mesma coisa em Boston. Na
Inglaterra, outra vez, a escultura de Robert Mulligan, figura ligada a
atividades escravagistas, foi retirada de um parque público. Noutros lugares –
Bélgica, Groelândia, França, para nos limitarmos a poucos exemplos -, em
cidades americanas de forma mais pronunciada, marcos de registros variados, afixados
para celebrar pessoas e acontecimentos de outras épocas, foram pichados ou
danificados. Pelo visto, as manifestações antirracistas fizeram com que algumas
estátuas, projetadas com fitos comemorativos, perdessem sua majestade...
Um comentário:
Boa tarde caro mestre e amigo
Mais um brilhante texto no seu blog, desta vez sobre o apavorante nos úmero de vitimas da covid, que ultrpassa 114 mil. Opinião que resume bem a indignação de todos que desde o primeiro registro de contaminaçao, em marco,acompanha estarrecido o agravamento da pandemia por culpa do pandemonio em que o desgoverno transformou este país.Parabéns e um grande abraco.
Orlando de Almeida
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