Aceleradores de transformação
Cesar Vanucci
“Se forem bem compreendidos (...), o país tem
grande chance de retomar uma rota saudável de recuperação sustentada.”
(Jornalista
Merval Pereira)
1)
O endividamento público
e privado.
Até 2030 a dívida bruta do Governo Federal (em 2020 pouco superior a 90% do
PIB) alcançará a proporção de 112% no cenário base ou 156% no pessimista,
segundo projeções do IFI/Senado.
2)
O desemprego e a
pobreza no país.
Mantidas as condições que prevaleceram nos últimos cinco anos e nos dias de
hoje (14,4% desempregados), para o decênio de 2020-2030, a taxa média de
desemprego provavelmente será maior do que na década passada. Para que a média
seja similar à do período 2020-2019, será preciso que a taxa caia em torno de
5% ao ano até 2030 – o que não se dará naturalmente.
3)
A segurança sanitária. Há indícios de uma
crescente valorização das medidas sanitárias e da saúde pública por parte da
população, o que pode favorecer a ampliação de investimentos e a performance do
Sistema Único de Saúde (SUS). Um sinal relevante foi o bom desempenho eleitoral
dos governantes e candidatos que mostraram melhor dedicação na prevenção ou
mitigação da Covid-19 nos seus espaços administrativos, confirmando que a boa
oferta de saúde pública gera votos.
4)
A evolução da Educação. Até 2030, o modelo educacional
brasileiro será mais diverso e integrado devido às inovações tecnológicas. O
ensino à distância (ou semipresencial) deve consolidar-se. Desde 2010, o EAD
vem crescendo a taxas de 20% ao ano sinalizando uma oportunidade pra acelerar o
passo e reduzir o enorme atraso do país neste campo.
5)
Os investimentos em
dados, Big-Data e Analytics. Para 2020-2022, estima-se um investimento de R$142,7 bilhões
(23% a.a) em computação em nuvem e R$68,8 bilhões (13% a.a) em Big Data e
Analytics. O digital se consolidará como a plataforma dominante, mesmo com
todas as nossas precariedades.
6)
O trabalho remoto. Até setores com
trabalho humano intensivo, como o agrícola, aderiram ao novo modelo. A
tendência mais provável é que o “modelo home office” reflua em um modelo
híbrido passe a se constituir um novo padrão.
7)
Os negócios digitais no
país.
O acesso à internet do Brasil já alcançou 70% da população em 2020, e irá ampliar
o alcance dos negócios digitais principalmente fintechs, streamings e marketing
de conteúdo.
8)
Os investimentos em
automação e robotização. Internet 5G e impressoras 3D serão comuns até 2030. E robôs
vêm sendo utilizados em trabalhos anteriormente feitos por humanos, sobretudo
nas indústrias.
9)
A aceleração do
comércio eletrônico.
Até 2030, o faturamento do comercio eletrônico no Brasil alcançará a marca de
R$315 bilhões, mantida a taxa média de 16% no crescimento anual entre 2011 e
2019.
10)
Os impactos das
conexões virtuais e das redes sociais na sociedade. Os brasileiros estão entre
as populações mais conectadas do mundo (mais de nove horas por dia), e nas
primeiras colocações entre os que mais usam plataformas de mídia social. Um
fato portador de futuro que está emergindo é a aceleração da melhoria dos
filtros críticos da sociedade em relação às chamadas “fake news”. Neste
terreno, a mídia convencional está sendo revalorizada e tem desempenhado um
papel educacional de massa muito construtivo e decisivo.
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