Aglomerações
e vacinação
Cesar Vanucci
“Aglomeração em clima festivo, em tempo de
coronavírus,
não deixa de ser uma calamidade menor dentro da
calamidade maior.”
(Antônio
Luiz da Costa, educador)
Cientistas, infectologistas, profissionais de saúde da linha de frente no combate ao flagelo esforçaram-se, à exaustão, em divulgar alertas sobre as danosas consequências que poderiam advir, a curto e médio prazos, de ações irrefletidas e levianas que fragilizassem os esquemas de proteção à saúde montados com base em recomendações razoavelmente eficazes, amplamente alardeadas.
Muita gente não se tocou nadica de nada. Não deu a mínima atenção às prudentes advertências. Procedeu, irresponsavelmente, como se à sua volta nada de extremamente grave, ameaçando vidas preciosas, estivesse acontecendo. As arrasadoras imagens de hospitais abarrotados de pacientes, das angustiantes filas de espera nas UPAs, da sobrecarga de trabalho jogada implacavelmente nos ombros de extenuados profissionais da saúde não conseguiram sensibilizar, comover, conscientizar os infratores das regras. O que eles fizeram foi mandar as cautelas, as reclusões sociais, tanto quanto possível menosprezadas, às urtigas.
Algum preço, com certeira certeza elevado, será cobrado de todos nós, pelos imprudentes procedimentos, por conta dessas transgressões gratuitamente hostis ao bom senso e à boa convivência comunitária.
A opinião pública, aturdida, coloca-se agora na desassossegante expectativa do que está por suceder, como fruto danoso dos abusos flagrados, neste começo de 2021 que chega trazendo um verão maroto, de sol tórrido, sujeito a chuvas e trovoadas, deslizamentos e inundações.
As estatísticas impactantes, abeirando dos 200 mil óbitos e dos 8 milhões de casos de contaminação, nos arremessam, a contragosto, a lugar de destaque no “pódio” entre os países alvejados pela enfermidade impiedosa. Paralelamente a tal calamidade, defrontamo-nos, ainda, com o imenso desprazer de agregar às preocupações e infortúnios da atualidade essa novela da aplicação da vacina, de infindáveis e tormentosos capítulos. Nos outros países afetados, os entraves burocráticos, as questiúnculas políticas já foram resolvidos e as populações começaram a receber as doses de imunização, de diferentes procedências. Aqui, por estas bandas sacudidas por controvérsias, bate-papos improdutivos, debates inócuos, o martelo da decisão sobre a hora e vez da aplicação da vacina, está demorando a ser batido. E tudo em razão do andar vagaroso da carruagem conduzida pelos detentores dos poderes de definição.
Como se já não bastassem as acesas polêmicas abertas em torno da incandescente questão da vacinação massiva e, obviamente, gratuita, um novo flanco de discussão desaconselhável está aberto. Deriva da notícia de que clínicas particulares estariam se movimentando no sentido de se anteciparem aos órgãos oficiais competentes no fornecimento do produto medicamentoso almejado pela população. Estariam negociando, para pronta entrega, doses de uma vacina produzida na Índia para aplicações que envolveriam, além do atendimento rápido dos interessados, objetivos naturalmente comerciais. Da parte do Ministério da Saúde ouviu-se, a propósito, a “explicação” de que as clínicas particulares, na ação pretendida, serão obrigadas a seguir ordem de prioridades, seja lá o que isso possa representar.
Um comentário:
Boa tarde amigo e mestre
Parabéns pelos comentário no seu último blog sobre a situação caótica que o Brasil enfrenta por causa do desrespeito da população quanto as recomendações dos cientistas para evitar o agravamento dos problemas causados pela Covid 19, além do contínuo[negativismo do Governo Federal, que culminou com a falta de oxigênio nos hospitais de Manaus com as pessoas morrendo sufocadas. Também digna de aplausos sua indignação sobre o comportamento do fascista Trump que instigou seus partidários a invadir o Capitolio porque ele não aceita ter perdido a eleição.
Abraco fraterno
Orlando de Almeida
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