sexta-feira, 12 de março de 2021

 

Nazca, uma charada

 

Cesar Vanucci


“Nazca e seus extraordinários enigmas.”

(Simone Waisbard, escritora)

Amigos que estiveram no Peru e se encantaram com Nazca pedem-me uma palavra sobre o extraordinário enigma das linhas geométricas.

Visto do alto, do bimotor no sobrevoo turístico, o imponente “candelabro dos Andes”, incrustado no imenso tabuleiro de granito da baia de Paracas, parece ser uma sinalização com o intuito de chamar a atenção de supostos “espaçonautas”. Próximas, com seus incríveis bordejos pontilhados, espalhadas por 500 quilômetros dos pampas desérticos, voltadas para os céus, ficam as enigmáticas linhas geométricas de Nazca. Uma charada a ser decifrada.

Ninguém que passe pela experiência de contemplar as pistas existentes no gigantesco sitio arqueológico consegue conter a emoção que tudo aquilo provoca. O estado de espírito habitual dos espectadores é de puro êxtase. A visão provoca lágrimas.

Comovidas e perplexas, as pessoas se interrogam: mas, afinal de contas, o que foi mesmo que os geniais e ignotos construtores das pistas de Nazca e do “Tridente dos Andes” pretenderam registrar com essa colossal “tapeçaria de pedras”, de sinalização copiosa?

O ciclópico quebra-cabeças, montado há milênios, foi produzido como? Com qual tipo de instrumentos mecânicos? Para quê? Por quem? A ideia de que representa algo correspondente a um cabo Canaveral da antiguidade remota faz sentido para muitos. Essa conjectura remete a especulações infindáveis a respeito da suposta existência de uma astronáutica, talvez extraterrena, anterior à tecnologia espacial dos tempos de agora. Mais uma fantástica ocorrência, de origem milenar, envolta nas brumas espessas do mistério.

Essas gigantescas figuras estilizadas de pássaros, plantas, seres envergando roupagens de astronauta levantam interrogações sem conta. Alguns cientistas, como a arqueóloga francesa Maria Reiche, já falecida, com quem mantive agradável papo há 30 anos, procuram encaminhar respostas convincentes às perguntas que pipocam sem cessar, a respeito dos enigmas de Nazca. O que não é nada fácil.

O escritor J.J.Benitez (autor da fascinante saga “O cavalo de Tróia”) é de parecer que o mistério de Nazca continua de pé, desafiante. As teorias aventadas coincidem num ponto: as figuras teriam sido executadas “para alguém que voava.”

Quanto ao “candelabro de Paracas”, a antropóloga Maria Belli de Leon parece estar com a razão quando sustenta que o desenho gravado na rocha direciona “viajantes aéreos”, para as pistas de Nazca.

Uma coisa é absolutamente certa. A resposta definitiva para o insondável mistério das linhas geométricas ainda está para ser dada. Se é que vai poder ser dada algum dia.

● Tirante o ruidoso desagrado, nas redes sociais, de manjada minoria fundamentalista, a configuração ecumênica da Campanha da Fraternidade, patrocinada pela Igreja Católica e outras Igrejas cristãs, está sendo recebida com total simpatia pela sociedade. A opinião pública considera oportunos os temas trazidos à reflexão dos homens e mulheres de boa-vontade que não esmorecem no afã de criar condições propicias para que o mundo se identifique melhor com valores que protejam a dignidade humana.

Muita gente torce para que a Campanha alargue ainda mais, na busca da unidade e da paz, os horizontes ecumênicos. Ou seja, atraia outras correntes religiosas, além dos limites cristãos. O budismo, o judaísmo, o hinduísmo, o islamismo, para ficar em alguns exemplos significativos.

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