Supersalários, vacinação, carestia
Cesar Vanucci
“Isso tem que acabar!”
(Deputado
Rubens Bueno, sobre
os
salários acima do teto constitucional)
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“Isso tem que acabar”! A afirmação é do deputado federal Rubens Bueno (Cidadania).
Foi feita em palestra virtual promovida pela Associação Comercial de Minas. O
parlamentar se referia aos supersalários que privilegiam milhares de agentes
públicos nas diferentes esferas do Poder. Os holerites do pessoal superam, em
muito, o teto atribuído aos servidores pela Constituição. Os exemplos apontados
são de estarrecer um frade de pedra. Vencimentos situados em altitudes
everestianas, de 70 mil, 80 mil, 100 mil, 200 mil, 500 mil e até um milhão. O
parlamentar está coberto de razão. Isso tem que acabar! Mas não se pode
ignorar, de forma alguma, que essa inacreditável e indecente situação vem sendo
denunciada há muitos anos. É tão velha quanto a Serra da Canastra, como se
costuma dizer no linguajar das ruas, sem que qualquer decisão saneadora seja
tomada por quem de direito. Salário de um milhão, praticamente mil salários
mínimos! A constatação, pelo IBGE e pela Fundação Getulio Vargas, de que somam
milhões os brasileiros que sobrevivem(?) com renda mensal inferior ao salário
mínimo leva-nos a dizer que essa abissal diferença brada aos céus, deixa as
pessoas providas de bom-senso em estado de santa ira. Valha-nos Deus, Nossa
Senhora!
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A aritmética da vacinação é amedrontadora. Até aqui o país só conseguiu aplicar
a primeira dose em menos de três por cento da população. Neste andar da
carruagem, para se cumprir a meta da imunização global vão ser necessários uns três
anos, mais ou menos. Nesse decurso de tempo haverá, fatalmente, a necessidade
de renovação das aplicações em multidões de cidadãos, tendo em vista ser de um
ano a durabilidade dos efeitos do medicamento. Tal como ocorre, aliás, com a
vacina antigripal. E então? Calamidade! Existirá no dicionário expressão mais
adequada para definir a inimaginável perspectiva que se desenha, à conta da
falta de planejamento detectada no enfrentamento da pandemia?
● Um nunca acabar de reajustes de preços vem tirando o sono
dos chefes de família e donas de casa. Combustíveis, gás de cozinha, planos de
saúde, produtos da cesta básica, remédios são alguns dos itens constantes dessa
escalada vertiginosa no custo de vida. Apelar pra quem? – pergunta-se, atônito,
o indefeso consumidor. Mas, seja como for, alguém nas grimpas do poder precisa
movimentar-se, confabular com os estrategistas das políticas públicas voltadas
para objetivos econômicos e sociais, de modo a suscitar ações capazes de abrandarem
os contundentes impactos dessa alucinante espiral altista.
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