Ártico,
Biden, Salles
Cesar Vanucci
“O Ártico é um ponto-chave do aquecimento
global.”
(Jason
Box, cientista)
Com
o olhar fixo na martirizante pandemia, o mundo está deixando passar ao largo
das preocupações mais prementes algumas situações com claros prenúncios de
futuras calamidades. É o caso do aquecimento do polo norte, derivado do “efeito
estufa” produzido pela insanidade humana, embora negado pelo talebanismo que
grassa solto na praça. Cientistas renomados emitiram um alerta inquietante. O
Ártico aqueceu três vezes mais rápido do que o planeta entre 1971 e 2019, uma
elevação de temperatura mais acelerada do que se acreditava. Foi o que informou
o Conselho do Ártico, em relatório recentemente vindo a lume. O Ártico é
realmente um ponto-chave do aquecimento global, acentuou Jason Box,
especialista em geleiras Dinamarquês. Segundo ele, em menos de meio século, a
temperatura média anual da calota subiu 3,1°C, contra 1°C da Terra. Esse estado
de coisas gera impacto planetário com ocorrências dramáticas. A temperatura num
trecho do Ártico acusou pouco tempo atrás 30°C, índice equivalente a clima
tropical no verão. Um dos efeitos atemorizantes da mudança climática no Ártico,
de acordo com os pesquisadores, é o derretimento das geleiras que contribui
para a elevação do nível das águas oceânicas, com a catastrófica perspectiva de
alcançar regiões densamente povoadas, nas faixas litorâneas em diferentes
partes do mundo.
Uma
outra informação relevante, relativa à Antártica e não ao Ártico, igualmente
recente, é também indicativa das graves consequências do aquecimento global.
Satélite do programa Europeu Copérnico constatou que o maior iceberg do mundo
desprendeu-se de uma colossal plataforma de gelo. O iceberg em questão com
quase 170 km de comprimento por 25 km de largura e uma superfície total de
4.320 quilômetros quadrados, está à deriva no mar de Weddell. Não é necessário
nenhum conhecimento técnico para prever o que um incidente dessa natureza
acarreta: o gelo se transforma em água elevando o nível do mar. Imaginem só o
que não poderá acontecer com eventos desse gênero continuados.
●
O presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, criou força-tarefa, composta de
eminentes cientistas, com a incumbência de averiguar as origens da praga da
Covid-19. Instituiu o prazo de 90 dias para que um relatório conclusivo seja
trazido ao conhecimento da opinião pública. Ao que está sendo divulgado pelos
veículos de comunicação a pesquisa se orientará, num primeiro instante, por
dois pressupostos volta e meia lançados como hipóteses capazes de decifrar a
questão. O coronavírus resultaria de um relacionamento promíscuo entre humanos
e animais. Na outra vertente seria consequência de uma experiência
bacteriológica desastrada, provavelmente ocorrida num laboratório chinês. Oportuno
anotar que, cientistas designados pela Organização Mundial de Saúde descartaram
a segunda hipótese. Outra anotação pertinente: conjecturas assemelhadas foram
formuladas também à época do surgimento da AIDS. Falava-se, igualmente, em
manipulações científicas que escaparam ao controle nalgum laboratório americano
ou europeu.
●
Ao atirar-se com ardorosa disposição à labuta de “fazer passar a boiada”, o
Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, complicou-se de tal modo que a esta
altura, parece estar, fatalmente, com os dias contados no exercício da Pasta.
As investigações da Polícia Federal, complementadas por decisões judiciais
emanadas do STF, e as pesadas denúncias do Departamento de Estado dos EUA,
acerca da mercantilização clandestina de madeira extraída de devastações
florestais deixaram-no numa posição muito delicada. Sua saída do Ministério é
vista com bons olhos por muitos setores, que em sua atuação, respaldada pelo
presidente Jair Bolsonaro, identificam constantes demonstrações de desapreço à
causa ambientalista, com reflexos negativos na imagem que se tem lá fora de
nosso país.
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