sexta-feira, 2 de julho de 2021

 

Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais

empossa quatro novos acadêmicos


Flagrantes da cerimônia de posse
(Fotos  colhidas por Alvimar Peres)

 

Em sessão solene realizada no dia 26 de junho, sábado, às 10 horas, em sua sede, a Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais empossou quatro novos acadêmicos. São eles: Ângela Rodrigues Laguardia (representante de Barbacena), que foi saudada pela acadêmica Elizabeth Rennó, representada pela acadêmica Maria Inês Marreco, presidente eleita a ser empossada no cargo em julho;  Marzo Sette Torres (representante de Belo Horizonte), saudado pela acadêmica Ângela Togeiro Torres; Maria Goretti de Freitas Oliveira (Ipatinga) e Nilze Monteiro Batista (Belo Horizonte), que foram saudadas pelo acadêmico Cesar Vanucci.

Ângela Togeiro atuou como Mestre de Cerimônia. Os empossados receberam os diplomas e distintivos protocolares, à hora do juramento e assinaturas do termo de posse.

 

Saudação às acadêmicas

Maria Goretti de Freitas Oliveira e Nilze Monteiro Batista

 

Cesar Vanucci, presidente da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais fez, na ocasião, o pronunciamento abaixo reproduzido.

Sinto-me profundamente lisonjeado com o convite para proferir uma palavra de saudação, nesta cerimônia cheia de amorosidade, às novas acadêmicas Nilze Monteiro Batista e Maria Goretti de Freitas Oliveira. Comprometo-me a não utilizar nem quinze minutos dos dez minutos estipulados pelo protocolo para este honroso procedimento.

A pandemia manteve-nos distanciados fisicamente por largo espaço de tempo. O reencontro de hoje reafirma a constancia de nossa aproximação em torno dos valores do espírito humano. Vale dizer: elos poderosos mantêm-nos juntos, não importam quaisquer circunstâncias adversas, na celebração da inteligência, da arte, da criatividade, enfim, da cultura, razão de ser de nossa presença neste sodalício de enriquecedoras tradições. Sob a inspiração de São Francisco, temos aqui um abençoado repositório de ideias generosas. A Amulmig é guardiã serena de saberes acumulados, por força de nossa integração. E a serenidade de Deus está sempre presente nas coisas que fazemos juntos.

 Maria Goretti de Freitas Oliveira e Nilze Monteiro Batista chegam a esta Casa portando invejáveis troféus conquistados em suas realizações como arautos da cultura. Conhecem muito da lida cultural. É só atentar para seus cintilantes currículos. Entendem, como todo intelectual identificado com as coisas de seu tempo e de sua gente, que o espírito humano é que nem o paraquedas, só funciona aberto.

Por essa razão colocam ardor singular, sensibilidade social em ditos e feitos. Isto está abundantemente comprovado nos atos de Nilze, graduada em Ciência da Informação pela UFMG, dona de valiosa bagagem de títulos em extenso labor profissional e cultural que não conhece fronteiras. Isto vem também vastamente evidenciado nas ações de Maria Goretti, nas coruscantes atividades abraçadas em áreas pedagógica e da criação literária. Ambas as duas fazem jus, por sobejos motivos – e a leitura de seus currículos traz todos os argumentos necessários para legitimar a afirmação – às louvações, aplausos, apreço que as envolvem nos meios em que tão proficuamente atuam. Entendo que uma posse acadêmica mereça ser enxergada por todos como um ato sacramental.

Ao serem investidas na condição de acadêmicas em nossa gloriosa Amulmig – Casa de São Francisco que também é Casa de JK – Goretti e Nilze veem-se rodeadas pela sublimidade que emana de todo evento sacramental. As acadêmicas Nilze e Goretti agregam ao quadro de associados da instituição os dons e predicados de criaturas magnificamente identificadas com a causa da construção humana. Ao mesmo tempo, elas duas, Goretti e Nilze, passam a haurir fluidos positivos da poderosa egrégora, carregada de energia, aqui reinante, ganhando estímulos renovados para suas vivências e crenças humanísticas e espirituais.

Se perguntarmos a Nilze ou Goretti qual o papel das pessoas providas de inteligência e criatividade – como elas o são -, na aventura humana elas responderão, com a certeza de qualificados porta vozes das coisas culturais, que o papel do intelectual é o de semear a palavra social. A palavra social pode ser explicada assim: as ideias antecedem as palavras e as palavras antecedem as ações. A ideia fecunda impulsiona a palavra fecunda e a palavra fecunda proporciona ações importantes e decisivas no processo dos avanços civilizatórios. À sua maneira, ministro da palavra social, o intelectual não pode se omitir diante de situações que agridem a consciência humana e a dignidade da vida.

Isso remete, na hora presente, a uma indagação tormentosa da sociedade como um todo e das elites pensantes em especial, diante da crise humanitária que aí está: - até quando vamos morrer? Quinto mais populoso, com 2,7 por cento da população mundial, nosso país, chocantemente, está no topo da lista dos atingidos pelo flagelo, com 14 por cento dos casos registrados mundialmente. Meio milhão de vidas perdidas. Mais hoje do que ontem. Mais amanhã do que hoje. Mais depois de amanhã do que amanhã.

Não há como ocultar que este cenário desconcertante e doloroso foi composto em grande parte pela condução institucionalmente inepta dos esquemas de prevenção e combate à pandemia, colocados em execução pelas autoridades competentes.  E não se pode desconhecer também que o rançoso negacionismo científico contribuiu para decisões equivocadas e atitudes desastradas.

Os intelectuais brasileiros precisam ajudar o país a encontrar saídas para seus cruciais problemas e desafios. Precisam buscar inspiração em suas crenças humanísticas e espirituais, em suas convicções democráticas para a retomada da marcha nacional nos rumos da vocação de grandeza do país. Um encontro cultural como o de hoje, com suas enlevantes e duradouras emoções, valendo como celebração da inteligência e da vida, estimula, encoraja reflexões, meditações e também, – como não? – orações.

Queridas acadêmicas Maria Goretti de Freitas Oliveira e Nilze Monteiro Batista, saudando-as efusivamente pelo seu ingresso, juntamente com os outros empossados, Ângela Rodrigues Laguardia e Marzo Sette Torres, personagens de presença realçante na cena cultural, queremos dizer-lhes que aqui as recebemos com enorme apreço e carinho. Estamos confiantes e seguros de que será extremamente preciosa a sua contribuição, como ministras da palavra social, às causas da construção humana e da expansão consciencial do mundo, valores muito caros à diligente e amorosa comunidade literária da Amulmig. Sejam bem vindas! Um abraço caloroso e um beijo na face de cada uma, em termos virtuais, sem necessidade, obviamente, de explicar as razões.”


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