O voo do besouro
Cesar Vanucci
“Estou
convencido de que dentro das próximas décadas haverá um contato entre nossa
Humanidade e alguma civilização extraterrestre”.
(Brigadeiro Moreira Lima, ex-ministro)
Como prometido, trago hoje, em versão resumida, a história do besouro, invocada de maneira bem instigante pelo brigadeiro Guedes Muniz no fecho da conferência sobre “discos voadores” do então coronel Adil de Oliveira, na Escola Superior de Guerra, no dia 2 de novembro de 1954.
Aludindo às dificuldades que os engenheiros militares teriam que forçosamente enfrentar no afã de explicar alguma coisa acerca da viabilidade científica dos óvnis, o brigadeiro recorreu metaforicamente a uma anedota. “A anedota do besouro, muito velha, mas muito oportuna de ser lembrada aqui.” Caso é que os melhores especialistas em aeronáutica no mundo inteiro foram convocados a participar de um encontro com o fito de estudar a complexidade do sistema de voo do besouro. Examinaram com afinco a forma aerodinâmica do inseto, considerada tremendamente errada; sua superfície alar, espantosamente deficiente; sua potência para decolagem, reconhecidamente impossível. Depois de infinitos cálculos e demonstrações científicas exaustivas, chegaram à inabalável conclusão de que o besouro não tem condições, definitivamente, de voar. Mas como não se interessasse pelo conclave, não se inteirasse de suas doutas conclusões e nem, tampouco, esteja atento às notícias do Jornal Nacional, o besouro continuou imperturbavelmente a voar.
Com os “discos voadores” as coisas se passam, mais ou menos, como nessa anedota com feição de fábula. “Eles não existem coisíssima nenhuma”, asseveram alguns. “Mera ilusão de ótica, fruto de cabeças ruins, de charlatanice pura e simples”, garantem outros, envoltos em embriagadora certeza. “A ciência refuta a hipótese”, bradam, às vezes coléricas, figuras respeitáveis em conceituados redutos do conhecimento humano consolidado. Indiferentes, porém, à artilharia pesada das contestações infrenes ou da negação sistemática e preconceituosa praticada por atacado por incrédulos, os óvnis não param de dar o ar da graça nos céus, nos mares, na terra. E isso ocorre, segundo asseguram renomados pesquisadores, desde tempos imemoriais.
Exemplo frisante dessa notável incidência casuística, para lembrar um caso de repercussão na esfera militar entre milhares de ocorrências devidamente documentadas, é a célebre “revoada dos ufos” acontecida na madrugada de 19 de maio de 1986 no espaço aéreo brasileiro, entre Brasília, Belo Horizonte e São Paulo. Pilotos das esquadrilhas de interceptação da Defesa Aérea, comandantes de aviões de carreira, um Ministro de Estado, especialista em aviação, aviadores civis a bordo de aeronaves de pequeno porte, técnicos do Sistema de Controle do Tráfego Aéreo compõem o respeitável elenco de testemunhas das desnorteantes aparições. Os fatos ganharam estrondosa divulgação e o comando da FAB sentiu-se na obrigação de emitir comunicado, prometendo explicações detalhadas para outro momento. As explicações demoraram vir a público. Mas a declaração enfática dada tempos depois pelo brigadeiro Moreira Lima, à época do incidente Ministro da Aeronáutica, revigorou a certeza de que, conforme anos antes sustentado por um outro Brigadeiro, João Adil de Oliveira, “disco voador é assunto que merece ser tratado com a máxima seriedade.” Entrevistado no programa “Mistério”, da extinta Rede Manchete, pela jornalista Rejane Schumann, na presença do estudioso do fenômeno dos discos voadores Marco Antônio Petit, Moreira Lima assinalou, ao lado de outras surpreendentes revelações, estar “convencido de que dentro das próximas décadas haverá um contato entre nossa Humanidade e alguma civilização extraterrestre.”
Qualquer hora dessas, voltarei a relatar casos ufológicos famosos baseados em testemunho militar.
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