Pandemia, desemprego, Copa
Cesar
Vanucci
“Programa
oficializa corte de salários e jornadas.”
(Noticiário dos jornais)
•
Oferecemos abaixo uma resenha fidedigna dos traumatizantes acontecimentos vividos
pela Nação em consequência da pandemia. Algo fadado a ser uma dolorida tragédia,
com considerável número de vítimas, acabou se tornando uma catástrofe de
medonhas proporções, com inimaginável volume de vidas ceifadas, sendo que parte
delas, segundo avaliações de acatados cientistas, poderia, perfeitamente, ter
sido poupada. E tudo isso - minha Nossa! - por conta de erros crassos,
verdadeira lambança cometidos pelos setores competentes na esfera oficial. Na
lida da questão faltou liderança, faltou coordenação, faltou planejamento.
Sobrou despreparo gerencial. Sobraram ações e omissões clamorosas. O combate ao
flagelo, notoriamente deficiente, revelador de despreparo gerencial, começou
tarde demais. A vacinação, vagarosa, também começou muito depois da hora
recomendada. O negacionismo científico levou a estripulias sem conta nas
decisões relevantes no combate ao mal. A ausência de bom senso e as
interpretações equivocadas de fatos sociais e políticos, por parte de grupos
ideológicos de feição radical, com influência descabida nas definições sobre as
diretrizes a serem seguidas, representam outros sinais perturbadores
identificados na condução do processo de combate ao coronavírus. A CPI do
Senado está trazendo a lume estarrecedoras revelações. Até mesmo indícios chocantes
de corrupção na compra de vacinas.
Enquanto
tudo isso se desenrola, milhares de famílias pranteiam seus mortos queridos e assistem
com cuidados especiais seus enfermos sequelados. Tudo isso brada aos céus!
• O IBGE aponta um novo (indesejável) recorde
brasileiro: o desemprego chegou a quase 15 por cento da população ativa. Empregando
expressão repleta de significados no linguajar das ruas, nutro temores de que o
buraco seja ainda mais embaixo... O atordoante índice contempla pessoal que
deixou de fazer jus, como comumente se diz, a “carteira assinada”. A esse expressivo
contingente há que se agregar a multidão dos que atuavam, até bem pouco tempo,
na informalidade e que perderam, nesta hora sombria, sua capacidade aquisitiva.
Tem mais: e a rapaziada que, deixando os estudos básicos, emerge para o mercado
de trabalho e que experimenta malogro na conquista do primeiro emprego? A
dramaticidade da situação social, vigorante neste país das oportunidades
desperdiçadas, toma extensão ainda mais avultada quando se tem em mira a injustificável
ausência de projetos de desenvolvimento capazes de absorver parcelas
significantes da mão de obra disponível. E, além do mais, pra piorar as coisas,
quando surge desassossegante anúncio acerca da disposição governamental em
tornar definitiva a política de redução de salários e de jornada. E o que não
dizer, dentro dessa mesma linha de raciocínio, das aflições geradas nos lares pela
incessante (e incontrolável) alta dos preços de produtos de consumo, processada
debaixo da indiferença glacial dos órgãos oficiais reguladores?
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