O
protagonismo do Senador
Cesar Vanucci
“Não admitiremos qualquer retrocesso”.
(Rodrigo Pacheco,
Presidente do Senado)
Constatação feita do posto de observação solitário deste escriba, louvado apenas naquilo que percebe no noticiário de cada dia e não em acesso privilegiado a “fontes bem informadas” que abastecem de pistas valiosas a comunicação social.
A
atuação do Senador Rodrigo Pacheco vem sendo acompanhada com crescente simpatia
pela opinião pública. O presidente do Senado, brasileiro de Porto Velho,
Rondônia, representante de Minas Gerais, está adquirindo, de algum tempo a esta
parte, singular protagonismo no incandescente enredo político-administrativo.
Suas intervenções comedidas, fala serena e polida, têm contribuído para o
apaziguamento dos espíritos em horas de exacerbação, provocadas, predominantemente,
por gestos e palavreado turbulento e dissonante, originários dos arraiais
palacianos.
São
reveladoras da chegada ao primeiro plano do cenário político, de alguém
possuído da firme disposição de influir nos debates travados pelas lideranças
de todas as áreas em torno das magnas questões enfrentadas pelo país. As
declarações reiteradas que tem formulado, na tribuna e em abordagens da
imprensa deixam à mostra seu perfil conciliador e seu apego aos valores
democráticos. “Não admitiremos qualquer retrocesso”. A frase sintetiza sua
opinião sobre o momento político. Repelindo quaisquer propostas, insinuações,
gestos, manifestações, que sugiram ruptura com as instituições democráticas e
republicanas que nos regem, ele afirma, categoricamente, que “O Brasil não
precisa de candidatos, mas de presidente para unificar o país”. A postura
lúcida do Senador sobre candentes temas da pauta está documentada em entrevista
ao “O Globo”, (ed.29.8). Tomamos a liberdade de reproduzir alguns trechos do
pronunciamento, formulado na base de perguntas e respostas.
P. “Os ataques
constantes do Presidente ao sistema eleitoral podem colocar as eleições em 2022
sob algum risco? R. Os ataques ao
sistema eleitoral, sem fundamentos, são muito ruins, porque jogam em descrédito
um sistema que, até pouco tempo atrás, era dado por nós como um orgulho
nacional. Mas não considero que isso seja capaz de deslegitimar o resultado
eleitoral. As eleições de 2022 vão acontecer, porque elas são fundamentais para
a democracia.”
P. “O senhor disse que a
rejeição do pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes seria
um “marco de restabelecimento da relação entre os Poderes. No dia seguinte,
Bolsonaro criticou a sua decisão e atacou Moraes. Como será possível retomar a
harmonia? R. São duas situações. Primeiro, a crítica do Presidente da
República à decisão de arquivamento do processo de impeachment é natural. Ele
teve uma pretensão resistida e indeferida. A segunda parte, que é a manutenção
de críticas muito ostensivas à Suprema Corte e aos seus integrantes, realmente
não contribuem. Isso dificulta o processo de pacificação institucional que buscamos.”
P. “Acha que está
isolado ao insistir em uma nova reunião entre os Poderes? R. Não. Tenho absoluta certeza de que o pensamento do Deputado
Arthur Lira (Presidente da Câmara) é o mesmo, de apaziguar. Sei também da
disposição do Ministro Luiz Fux (Presidente do STF) de fazer o mesmo. Há uma
comunhão de vontades nesse sentido.”
P. “Por que não citou o
residente Bolsonaro entre as autoridades dispostas ao diálogo? R. O Presidente Bolsonaro tem falado e
agido no sentido de afirmar suas próprias convicções. Espero que ele possa
contribuir para esse processo de pacificação, porque há inimigos batendo à
nossa porta, que não somos nós mesmos, mas a inflação, o aumento do dólar, o
desemprego, o aumento da taxa de juros e a crise hídrica e energética, que pode
ser avassaladora. É importante que tenhamos um freio naquilo que não interessa
para cuidar do que importa ao Brasil.”
O
Presidente do Senado procura interpretar o sentimento nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário