A vastidão cósmica e a pretensão humana no processo negacionista da vida extraterrestre
Marco Antônio Petit *
Na imagem que ilustra essa postagem uma diminuta área da esfera celeste equivalente a 1/10 do tamanho aparente médio da Lua Cheia pelo telescópio Hubble. O que vemos nessa foto?
Galáxias, galáxias em todos
os lugares – até onde o telescópio espacial da NASA pode ver. Essa pequena área
do céu comporta quase 10.000 galáxias. É uma das imagens de luz visível mais
profundas do cosmos. Chamado de Hubble Ultra Deep Field, esta visão repleta de
galáxias representa uma amostra “profunda” do núcleo do universo, cortando
bilhões de anos-luz.
Á área focada fica na
constelação de Fornax, e nela não existem praticamente estrelas da Via-Láctea
(a nossa galáxia), ou seja, a quase totalidade dos “pontos” de luz nessa imagem
são realmente galáxias e a maioria possui cerca de centenas de bilhões de sóis
ou estrelas, e provavelmente um número maior ainda de planetas, se usarmos como
parâmetro os números que possuímos hoje de exoplanetas em nossa região cósmica.
O instantâneo inclui galáxias
de várias idades, tamanhos, formas e cores. As menores galáxias, mais
vermelhas, cerca de 100, podem estar entre as mais distantes conhecidas,
existindo quando o universo tinha apenas 800 milhões de anos. As galáxias mais
próximas – as espirais e elípticas maiores, mais brilhantes e bem definidas –
prosperaram a cerca de 1 bilhão de anos atrás, quando o cosmos tinha 13 bilhões
de anos.
Em contraste vibrante com a
rica colheita de galáxias espirais e elípticas clássicas, há um “zoológico” de
galáxias estranhas espalhadas pelo campo. Alguns desses representantes parecem
palitos de dente; outros parecem estar interagindo. Essas galáxias excêntricas
narram um período em que o universo era mais jovem e caótico, quando sua
estruturação estava apenas começando a emergir.
As observações do Ultra Deep
Field, feitas pela Advanced Camera for Surveys, representam uma visão estreita
e profunda do cosmos, mas que revela a grandiosidade do existir e do próprio
universo e ao mesmo tempo diante dessa realidade e olhando para mente de alguns
que habitam esse planeta como pode ser limitada ainda a mente humana, que não
percebe que as possibilidades de vida e sua interação direta com a própria
evolução do cosmos pode e parece ser sua maior inspiração.
As noções sobre a pluralidade
dos mundos habitados não estão baseadas apenas na grandeza do universo como
alguns imaginam, mas em sua constituição UNA, em todos os sentidos possíveis.
Desde que começamos a decompor a luz das estrelas nas análises espectrais e,
portanto, das galáxias, que sabemos que os mesmos átomos, ou elementos químicos
que conhecemos na Terra, incluindo aqueles relacionados diretamente a
existência de vida estão em cada ponto de luz dessa mesma imagem.
E a questão dos UFOs, e das
ideias ligadas a presença extraplanetária ou dos extraterrestres chegando a
Terra? Para alguns isso simplesmente é um absurdo, pois “não existe tecnologia
para vencer os abismos cósmicos entre as estrelas por conta do limite da
velocidade da luz”. Supostamente nossa ciência não teria encontrado ainda uma
explicação para vencer esta dificuldade. Mas de que tecnologia estamos falando?
Nosso desenvolvimento tecnológico possui pouco mais de 100 anos e sabemos que
são bilhões de anos mais velhos que o nosso sol e a própria Terra onde a vida
teve certamente muito mais tempo para surgir e evoluir. E não existiria mesmo
uma prova de vida extraterrestre ou da presença de civilizações avançadas
chegando ao nosso sistema solar, ou à Terra? Uma das respostas que gosto de dar
é que a maior prova de vida extraterrestre é nossa própria presença no planeta.
Issó para alguns que certamente ainda se questionam se estão sozinhos no
universo certamente não é sério, mas isso não me preocupa.
O que na verdade causa
preocupação é o que inúmeras vezes me foi perguntado, inclusive em programas da
televisão brasileira. Existe Vida Inteligente mesmo fora da Terra? A referida
pergunta feita em um tom que revelava, que uma resposta positiva minha seria
considerada algo plenamente questionável. Na última dessas oportunidades não
resisti a esse exemplo de ignorância no sentido literal do termo e preferi
responder a jornalista com outra pergunta, que seria considerada pelos
negacionistas também algo reprovável:
EXISTE MESMO VIDA INTELIGENTE
NA TERRA?
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