Amazônia
ameaçada
Cesar Vanucci
“Em 33 anos, a área devastada foi do tamanho do
Chile.”
(Estudo
do MapBiomas Amazônia)
Por mais que, em falas
oficiais, se insista na negação da realidade dos fatos, o bioma amazônico
acha-se sob grave ameaça, não é de agora. Informe recente registra que a
chamada “Pam-Amazônica” perdeu 724 mil km2 de cobertura florestal e vegetal,
entre os anos de 1985 e 2018.
A
área mencionada equivale a todo o território do Chile. Mais: aos territórios
somados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A divulgação desses chocantes dados foi feita pelo “MapBiomas Amazônia”. 61,8%
do bioma Pan-Amazônico acham-se localizados no Brasil, país que se viu
desprovido, com a devastação, de 624 mil km2 da cobertura florestal no período,
sendo de longe o mais prejudicado no tocante à questão. Os outros países
afetados são Bolívia, Peru e Colômbia. Segundo a mesma fonte, a maior parte do
desmatamento decorre do avanço das atividades agrícolas e pastoris. O aumento
das atividades, no curso de tempo mencionado, foi de 172%. No Brasil, a área
destinada a práticas agrícolas passou de 319 mil Km2, em 1985 para 960 mil km2,
em 2018.
No
dia anterior ao pronunciamento do Presidente da República Jair Bolsonaro, na
sessão de abertura dos trabalhos da ONU, o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) assinalou que o volume de queimadas na Amazônia havia sido de
19,6%, o maior já observado, desde 2007, em um mês de junho. O registro do
órgão técnico contrastou, de alguma maneira, com as declarações do supremo
mandatário brasileiro ao frisar, durante a reunião de cúpula dos Chefes de
Estado, seu intento de “desfazer opiniões distorcidas” sobre a atuação oficial
na proteção do bioma amazônico e dos povos indígenas da floresta.
. Talibanistas. O talibanismo é, na
essência, igual em todas as partes do mundo onde possui aguerridos adeptos. As
extravagâncias cometidas podem, todavia, às vezes, variar de um lugar para
outro. Talibanistas do Afeganistão expediram ordem de proibição, anunciando
severa punição para quem ouse desrespeitá-la, aos cidadãos do país, para que
não mais aparem os fios de barba. Os do Brasil continuam a propagar, sobretudo
nas redes sociais, que a vacina contra a Covid-19 adoece, mutila, mata, quando
não provoca o aparecimento de escamas no cotovelo, no joelho, no tornozelo, nas
orelhas e nas chamadas partes pudendas, minha nossa!...
Imigrantes. O presidente Joe Biden, dos Estados Unidos,
está anunciando medidas substanciais de abrandamento na política de imigração
vigentes no país. Promessas nesse sentido haviam sido formuladas no curso da
campanha que o conduziu à Casa Branca. Críticas contundentes ao tratamento
dispensado, no governo Donald Trump aos imigrantes representaram prenúncio
dessas alterações. As cenas chocantes registradas no aeroporto de Cabul e,
pouco tempo depois, as imagens impactantes da repressão aos haitianos no Texas
reforçaram a disposição de se partir logo para as mudanças. A presunção é de
que, daqui pra frente, a situação dos imigrantes seja enxergada com olhares
mais benevolentes, sem ocorrências que agridam a dignidade humana, como tantas
vezes já aconteceu.
Denúncias. As denúncias contra a “Prevent Sênior”,
levadas por um grupo de médicos à CPI do Senado, são de estarrecer um frade de
pedra, como era de costume dizer-se em tempos de antigamente. A manifestação
deixa evidente o posicionamento escancarado dos mentores da organização
favorável ao negacionismo científico, inconcebível numa organização de presença
realçante na assistência à saúde. Além disso, revela disposição descabida da
empresa em obter lucratividade bem mais elevada com a substituição dos
medicamentos recomendados pelos protocolos médicos ministrados aos pacientes
sob seus cuidados. Essa questão vai render ainda muito pano pra manga.
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