Vem vindo aí o 5G
Cesar Vanucci
“Os avanços
tecnológicos tornam o fantástico real”.
(Antônio Luiz da Costa, educador)
O leilão para a exploração do chamado sistema 5G suscita uma torrente
de lembranças marcantes alojadas nas ladeiras da memória, bem como um
efervescente exercício de imaginação referente as prodigiosas projeções
futurológicas da comunicação digital.
O que vem vindo aí é uma revolução tecnológica incrível, fantástica,
extraordinária. Chega às raias do inimaginável. Acode-me incontrolável tentação
de sair dizendo por aí que são coisas que parecem extraídas de historietas de
quadrinhos. Ou de filmes de ficção científica de alucinante concepção. Mas esse
tipo de reação leva a uma indagação perturbadora, digo mais, tremendamente
instigante para a qual parece não existir, de imediato, uma pronta resposta
convincente. Esta a indagação. Como é que os autores dos quadrinhos e da ficção
cinematográfica ficam sabendo, antes de todo mundo, dessas inovações técnicas
assombrosas que lançam em suas narrativas para mero entretenimento e lazer dos
leitores e espectadores? Seja lembrado que Flash Gordon e Buck Rogers
exploraram o espaço sideral muito antes do voo orbital de Yuri Gagarin ou da
criação da Nasa. O arguto detetive Dick Tracy já nos idos dos anos trinta fazia
uso do relógio de pulso para transmitir e receber chamadas a longa distância.
Du-vi-de-o-dó que naquela quadra da história humana, houvesse em qualquer
parte, algum grupo de elevada capacitação científica engajado ou empenhado em
pesquisas, experiências, capazes de permitir, punhado de décadas depois, o
surgimento de um aparelho ao alcance hoje de qualquer garoto, conhecido por
celular.
À parte estas ruminações, puxando ainda pela memória, relembro cenas
na recuada infância dos serviços de telefonia utilizados pelas pessoas
financeiramente mais abonadas da comunidade. As ligações de um ponto a outro
passavam forçosamente por diligentes funcionárias do posto telefônico central.
As telefonistas desfrutavam de notoriedade e respeito no seio comunitário.
Havia quem as imaginasse, com algum receio quanto ao fato, detentoras de
informações sigilosas, face ao acesso que tinham aos contatos interpessoais. Lá
pelos anos quarenta, a chegada do chamado telefone automático ampliou
consideravelmente o alcance da comunicação telefônica.
Num trabalho sobre o desenvolvimento da telefonia no Brasil, saído na internet, Guilherme Pereira,
Henrique de Oliveira e Rubens Marangom, do Instituto Superior de
Ciências Aplicadas, de Limeira, (SP),
explicam o seguinte: “Com o surgimento das centrais automáticas os telefones
passaram a ser providos de “discos” para envio da sinalização.” (...) “Esta
tecnologia prevaleceu até o final da década de 60 quando começaram a surgir os
telefones com teclado eletrônico. Os telefones com teclado facilitavam a
“discagem”, pois demorava menos para registrar um número. Foram desenvolvidos
teclados que enviavam os pulsos de sinalização decádica conforme a tecla
acionada.” (...) “Atualmente vem crescendo o uso da telefonia pela internet.”
O sistema da comunicação
telefônica, a partir desse ponto, como sabido, passou a oferecer assombrosas
facilidades ao usuário. Novidades incessantes inseriram as pessoas num cenário
tecnológico que descortina possibilidades de acesso a fatos e informações
impensáveis até bem pouco tempo.
Especialistas esclarecem, ser o 5G uma
novíssima geração de internet móvel. Uma evolução da
conexão 4G. Agora, quando 5G começar a operar em plenitude, provavelmente por
volta de meados de 2022, outras situações incríveis começarão a ser
vivenciadas. As melhorias de velocidade, tempo
de resposta e confiança na rede prometem abrir leque de aplicações. Tecnologias
como os carros autônomos e a telemedicina devem avançar com o 5G,
bem como a chamada "indústria 4.0" com toda a linha de produção
automatizada. Cirurgias feitas remotamente, por exemplo, serão mais confiáveis.
E por aí vai...
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