Revoada de óvnis na Amazônia
Cesar Vanucci
“Depois de algumas semanas (...),
não tive mais dúvida alguma.”
(Coronel-aviador Uyrangé Hollanda)
Como sabido, o vasto e dadivoso território amazônico, pedaço de chão da soberania brasileira, atrai permanentemente as atenções da humanidade, sob as mais variadas motivações. O que não é de todos sabido é que a mesma região é enxergada com interesse por ocupantes dos chamados objetos voadores não identificados, em suas enigmáticas incursões pelo planeta, com objetivos que escapam à nossa capacidade de entendimento.
Uma investigação da FAB comprovou o fato e adicionou à crônica ufológica mais uma amostra significativa de que não estamos, mesmo, sós no cosmos. Em 1977, a Força Aérea desenvolveu na Amazônia uma operação sigilosa ligada aos óvnis. Pelos incríveis resultados alcançados, a denominada “Operação Prato” é considerada um dos mais extraordinários feitos na área da investigação desse inusitado fenômeno. A história, recheada de pormenores instigantes, só veio a lume vinte anos depois, graças à atitude intrépida do oficial-aviador que comandou os trabalhos. Já na reserva, como coronel, ele quebrou o sepulcral silêncio, guardado pelo tempo que durou sua presença na ativa.
Uyrangé Bolivar Soares de Nogueira Hollanda, o seu nome. Capitão paraquedista, conhecedor dos segredos da selva, ele organizou, por determinação do Comando Aéreo em Belém, uma investigação com inimagináveis desdobramentos. Dele a iniciativa, sem precedentes, de contatar representantes da comunidade ufológica para contar o que sabia. “Estou na reserva, cumpri lealmente minha missão para com a Aeronáutica. O que eles podem me fazer?” Foi o que disse, com seu jeito franco de expressar, ao ser questionado sobre a eventualidade de tornar-se alvo de sanções. Revelações de fortíssimo impacto. Criaram condições alentadoras para uma ação de pesquisa mais desenvolta em torno dos incidentes, reportados por centenas de pessoas, ocorridos numa parte de apreciável dimensão da Amazônia, envolvendo naves e seres estranhos, com comportamento até certo ponto assustador. Amedrontados nativos asseguravam que as naves emitiam jatos de luz ofuscante, com “propósitos vampirescos”. A intensidade dos relatos levou a formação do grupo-tarefa liderado pelo experiente Hollanda.
Uyrangé foi sabatinado por dois ufólogos e jornalistas de alto nível, Ademar Gevaerd e Marco Antônio Petit, da apreciada “Ufo”. Seu depoimento, em parte acompanhado pelos conhecidos jornalistas Luiz Petry, da Rede Globo, e Bim Cardoso, da extinta Rede Manchete, arrastou-se por 48 horas, em clima de espanto e embevecimento. O coronel não relutou confessar que, de princípio, “a operação alimentava o objetivo de desmitificar os fenômenos.” Afiançou que, ele próprio, mostrava-se bastante “cético a respeito.” Informou, também, que sua designação derivara da circunstância de conhecer, como poucos, a zona das aparições. “Mas depois de algumas semanas, quando os discos começaram a aparecer de todos os lados, enormes ou pequenos, perto ou longe, não tive mais dúvida alguma” – desabafou o militar.
Os habitantes dos lugares visitados pelos discos apelidaram o fenômeno de “chupa-chupa”. Em evoluções geralmente noturnas, aparelhos de diferentes formatos, sobrevoavam pequenas comunidades rurais e ribeirinhas, emitindo projeções luminosas de efeito paralisante sobre as pessoas, mulheres na maioria. As vítimas se queixavam de vertigens, dores no corpo, tremores, sonolência, fraqueza, rouquidão, descarnação da pele lesada, queda de pelos. Tais sintomas foram registrados em numerosos laudos médicos.
O
grupo-tarefa, como é óbvio, não conseguiu desvendar o imperscrutável enigma dos
óvnis, recoberto, como sabido, de peculiaridades situadas acima da compreensão
humana. Mas, com certeza, em rolos e mais rolos de filmes, centenas de fotos e
testemunhos oculares à margem de suspeitas, coletou uma documentação de
inestimável valia na busca, que mantém tanta gente empenhada, de respostas
racionais para as infindáveis interrogações suscitadas pelo momentoso tema.
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