A polêmica em torno dos discos
Cesar Vanucci
“Os discos são uma fé e a dúvida é herética.”
(Raymond Cartier, pensador francês)
Damos continuidade a resenha pertinente ao histórico documento divulgado, em 1954, por João Adil de Oliveira, oficial graduado da FAB na Escola Superior de Guerra. Ele com a palavra: “O que convém fixar é que esses fatos estavam acontecendo muito antes dos Irmãos Wright e de Santos Dumont terem ensaiado os tímidos saltinhos que deram em seus aeroplanos, em 1.903 e 1.906.” Enfatiza o coronel Adil: “Esses fatos, desde aquela época, fins do Século XIX e começo do XX, aconteciam em todo o mundo, desde as Índias Orientais Holandesas (1.890) até aos Estados Unidos. Fixemos o fato singular de que a aviação nem existia e a aerostação somente começou a ser usada com relativa eficiência no correr da guerra 1.914/18”.
“O homem – diz ele - tem uma tremenda vontade de explicar tudo o que lhe impressiona os sentidos e raramente tem a coragem moral de confessar sua fraqueza mental, apesar de fingir acreditar que possa haver no céu e na terra mais coisas que as que possa sonhar sua vã filosofia, como dizia Hamlet a Horácio, no drama de Shakespeare, representado em 1.602. Tem vontade de explicar e, de qualquer modo, ensaia explicar seja lá o que for. E essas explicações vão desde o ridículo dos cientistas, explicando a impossibilidade do voo do mais pesado que o ar, e a impossibilidade de transporte simultâneo de energia e calor, até ao trágico de um velhinho de 70 anos, grande matemático, físico e astrônomo, quase ser jogado na fogueira porque não aceitava as explicações que lhe pretendiam impingir, em 1.633, depois de um julgamento de 20 dias. O que é curioso, também, é o considerável retardo que se nota no homem para assinalar a experiência de seus antepassados”. (...). “Somos, realmente, tardos, mas, pensando bem, devíamos contar com esse retardo também. Ora, o homem precisou usar o cavalo mil anos para então desconfiar que talvez fosse melhor usar estribos quando montado. Mas, seja como for, a intolerância no debate do apaixonante tema é generalizada. De um lado, o cientista Doutor Menzel, de Harvard, com toda a sua responsabilidade de cientista, afirma, pura e simplesmente, que as histórias de “Discos Voadores” procedem da mesma fonte de que surgem as lendas de assombrações e duendes. E afirma mais: Que as causas mais comuns desse engano são as sementes de serralha, a teia de certas aranhas, as bolhas de sabão, os balões meteorológicos e os meteoros. De outro lado, os que não concordam com as explicações do Doutor Menzel, (cientista contratado pela Força Aérea Americana para investigar o fenômeno óvni) enchem-no, não de argumentos, mas de insultos pesados, acusando-o de ser um falso sábio, um universitário em busca de reputação e dinheiro, um agente dos narcotizadores da opinião, embuçado na autoridade de uma toga de Harvard, truncando e deformando grosseiramente os testemunhos. Recebe ele cartas com ameaças de represália que serão tomadas pelos marcianos e venusianos que o Doutor Menzel nega existirem. Se a polícia permitisse, teríamos novamente, como em 1.633, fogueiras acesas para torrar muita gente de um lado e de outro. Um comentarista francês de renome, Raymond Cartier, frente à exacerbação de paixões, que observou nesse caso, a propósito das conclusões do Doutor Menzel, observou com muito espírito: Compreendo bem tudo isso, os “Discos Voadores” são uma fé e a dúvida é herética.”
A exposição do coronel Adil envereda, adiante, para considerações referentes a “fatos atuais, interpretação e dúvidas que persistem.” São relacionados eventos inusitados, ocorridos em diferentes partes do mundo, do Tibete aos Estados Unidos. Menção especial é feita aos “inexplicáveis aparecimentos dos falados “foo-fighters”, vistos pelos aviadores durante a 2ª guerra mundial”.
As explosões nucleares no Japão, em 1954, fizeram recrudescer a aparição de óvnis.
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