Cesar Vanucci
“O povo rechaçou o fascismo”.
(Emmanuel Macron, presidente reeleito da França)
· Confusão. A baita confusão política e jurídica entre os Poderes da República em torno das malfeitorias cometidas por Daniel Silveira, concede a este escriba o direito de compor o seguinte entendimento: 1º - Pelos ditos e feitos, ameaças de violência documentadas em vídeos, outras execráveis posturas, típicas de fundamentalistas em estado exacerbado de ira, ficou provado que o cidadão em foco não reúne as mínimas qualificações exigidas para o exercício das elevadas funções parlamentares; 2
º - De
conseguinte, fez tudo para merecer severa punição; 3º - O foro competente para
a análise dos fatos e julgamento é a Câmara dos Deputados, que, atropelada pelas pressões do Judiciário, omitiu-se
lamentavelmente, no episódio; 4º - O Supremo Tribunal Federal extrapolou os
limites de sua alçada; 5º - Talqualmente fez o Executivo, concedendo o descabido
indulto. Vai ser uma “parada torta” desemaranhar tudo isso.
· Fascismo. Nas eleições
presidenciais francesas, o eleitorado deu, novamente, como diz o outro “um
chega pra lá” no movimento fascista de Le Pen. O próprio vencedor da disputa,
Emmanuel Macron, em pronunciamento que se seguiu aos resultados, reconheceu que
os votantes, mais do que apoio às suas propostas como candidato, expressaram
nas urnas repúdio vigoroso às ideias e posicionamentos radicais impregnados de
rançoso fundamentalismo, dos ultra extremistas de direita aspirantes ao comando
do Champs-Élysées. Percorrendo a mesma trilha do pai, Marine Le Pen cultiva na
ação política uma fanatice ideológica amedrontadora. Xenófoba, racista,
islamofóbica, mostra-se contrária às políticas de acolhimento de refugiados
chegando ao extremo de defender um esquema perverso de deportação das levas de
imigrantes espalhados nos países da comunidade europeia. Partilha de conceitos e de ações práticas
que muito se assemelham aos pregados pelo hitlerismo. Sua derrota, mais uma
vez, ao cargo de suprema mandatária da França, traz de certo modo, uma sensação
de alívio em círculos democráticos europeus. Esses setores têm demonstrado
preocupação com o relativo crescimento de aguerridos grupos de extrema-direita
em vários pontos do continente, que pregam abertamente ódio irracional aos milhões
de refugiados espalhados pela Europa graças aos programas de ajuda humanitária
promovidos por governos e instituições da região.
· Academias. As
Academias de Letras são guardiãs serenas de saberes acumulados. Os quadros
acadêmicos acolhem pensadores, prosadores, poetas, personagens de realce no
cenário intelectual que, em diversificadas modalidades de comunicação, se
notabilizaram por saber fazer uso da palavra requintada. Três aquisições
recentes da Academia Brasileira de Letras expandiram sobremaneira o seu
potencial criativo no campo das ideias. Fernanda Montenegro, atriz consagrada,
tida como a primeira dama do teatro brasileiro, Gilberto Gil, compositor
talentoso, intérprete aclamado da arte brasileira com raízes na ancestralidade
africana e Eduardo Giannetti, economista renomado. São
celebridades que identificam momentos pujantes da cultura brasileira e do
sentimento nacional.
· Relógio. No dia 23 de abril de 2022, sábado, o “Relógio do Juízo Final”
, criado
por cientistas atômicos em 1947 para avaliação do grau das tensões
internacionais geradas por conflitos bélicos e outros flagelos registrava
faltarem apenas 100 segundos para as badaladas fatídicas das 24 horas. Entre a
data que marcou o início das hostilidades na Ucrânia e o dia acima mencionado
já foram consumidos 40 preciosos segundos. A marcação anterior do “relógio” era
de 140 segundos, até então a mais próxima atingida desde 47, nas avaliações e
temores dos cientistas do horário fatal. E olhe que no curso dos anos
transcorridos, o que não faltou foi crise de graves proporções!
Nenhum comentário:
Postar um comentário