sábado, 23 de abril de 2022

 

Um segundo lar para a humanidade

 Cesar Vanucci

 

"O fracasso humano que eu mais gostaria de corrigir é a agressão".

 (Stephen Hawking)

 

Na constelação científica Stephen Hawking foi astro de grande fulgor. A trajetória deste sábio inglês foi marcada por enorme adversidade, incrivelmente sobrepujada pela sua genialidade e força de vontade. Acometido por uma doença degenerativa que o levou, num processo gradativo de padecimentos, à paralização quase total de seus controles motores, adquiriu, mesmo assim, conhecimentos extraordinários, que lhe permitiram repassar ao mundo informações e orientações de grande significado para os avanços científicos e tecnológicos registrados em seu tempo. Seus feitos alçaram-no, no reconhecimento de seus pares, à condição de celebridade a altura dos maiores nomes da ciência de todos os tempos. É considerado como um dos responsáveis por boa parte das eletrizantes descobertas da astrofísica moderna.

Estudiosos da obra de Hawking identificam revelações de algum modo proféticas, em suas análises, entrevistas, palestras e outras manifestações.

 

“Profecias de Hawking: 6 coisas que podem causar catástrofes e fim do mundo.” Este o sugestivo título de um excelente trabalho que tem como autora a jornalista Camila Mazzotto, repórter colaboradora de ciência, saúde e tecnologia do UOL.

 

Vale a pena conhecer o pensamento do cientista a respeito de questões magnas vinculadas ao destino humano.  "O fracasso humano que eu mais gostaria de corrigir é a agressão". A frase, dita em 2015 pelo físico Stephen Hawking, soa cirúrgica em meio à guerra na Ucrânia. Um grande conflito mundial era uma das preocupações que povoavam a mente do cientista britânico pouco antes dele falecer, em 2018, como mostram suas últimas declarações à imprensa.” A explicação acima, da jornalista Camila Mazzotto é acrescida da observação de que, além de uma conflagração bélica mundial, o cientista expôs muitas vezes receios quanto à utilização imprópria da chamada inteligência artificial. Outro motivo de grande preocupação externada por ele, quanto ao destino humano, são as mudanças climáticas. Seis elementos são apontados por Hawking como detentores de potencialidade para desencadear catástrofes. A falta de um segundo lar para a civilização terrena é um deles. O astrofísico argumentava que a Terra, em dado momento, não seria suficiente para abrigar os seres humanos.

 

 Na verdade – registra a jornalista – “o cientista temia que, se a humanidade não se tornar uma "espécie espacial" nos próximos cinco séculos, talvez seja extinta. Isso porque o crescimento populacional e o aumento do consumo de energia transformarão a Terra em "uma bola de fogo" até 2600. A sobrevivência da raça humana "dependeria de sua capacidade para encontrar novos lares em outros lugares do universo, pois o risco de que um desastre destrua a Terra é cada vez maior", disse o astrofísico ao jornal El Pais, em 2015. Hawking incentivou pesquisas em torno de tecnologias que possibilitassem a colonização de um outro planeta habitável com a maior urgência possível.  A reportagem menciona que Stephen sugeriu no documentário "The Search for a New Earth" (A Busca por uma Nova Terra, em tradução livre), o planeta conhecido pela denominação de Ross 128 b como ideal para ser nosso segundo lar.

É interessante frisar que, nada obstante a opinião emitida sobre a busca de um novo astro que pudesse ser nosso segundo lar, Hawking, conforme sublinhado na reportagem, não incentivava a procura de contato com possíveis civilizações extraterrestres. Admitia ser pouco provável que qualquer forma de vida alienígena ficasse satisfeita ao saber da nossa existência. Palavras textuais suas: "Se os extraterrestres nos visitarem, o resultado será muito parecido com o que aconteceu quando Colombo desembarcou na América: não foi uma coisa boa para os nativos americanos".

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