Meio ambiente, Ambar, Trump
Cesar Vanucci
“A Terra não precisa de nós –
somos nós que precisamos dela”.
(Dal Marcondes, jornalista)
· O Dia
Mundial do Meio Ambiente, celebrado na semana passada suscitou por algum tempo,
como sempre acontece, debates e a circulação mais intensa de informações acerca
das ações agressivas continuamente praticadas, em todas as partes, em prejuízo
da vida pela insensatez do ser humano.
Soam oportunas, a propósito da candente temática essas reflexões do Dal Marcondes, jornalista, diretor da Agência Envolverde, especialista em
meio ambiente, mestre em modelagem de negócios digitais e conselheiro do ICLEI América do
Sul:
“O planeta não precisa ser salvo, o que precisamos salvar é sua capacidade de seguir resiliente frente aos desatinos e desmandos da humanidade.
Desde
os anos 1960 os sinais de que o meio ambiente está em perigo começaram a soar.
Em 1962 Rachel Carson publica “Primavera Silenciosa”, sobre os efeitos dos
agroquímicos, em especial o DDT, sobre a fauna e os seres humanos. É
considerado uma das pedras fundamentais do ambientalismo. Em 1972 os
especialistas do Clube de Roma publicam “Os limites do crescimento”, uma
modelagem do impacto do rápido crescimento populacional sobre os recursos
naturais da Terra.
Os diagnósticos de que algo não vai bem no terceiro planeta seguiram dando alertas. Em 1987 a médica e ex-primeira ministra da Noruega, Gro Brundtland publica o relatório “Nosso Futuro Comum”, que explicita a necessidade de uma solidariedade intergeracional. Que as atuais gerações devem garantir que as pessoas do futuro tenham também os recursos necessários para sua sobrevivência na Terra. Em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ou Eco-92), representantes de 179 países assinaram a Agenda 21, um documento que aponta para a necessidade de cooperação global para a construção de uma sociedade planetária sustentável”.
· O bom
senso prevaleceu e a Universidade Federal de Ouro Preto acabou voltando atrás
na decisão que molestou interesses respeitáveis da bióloga Ambar Soldevila
Cordoba. O título de mestre que lhe havia sido arrebatado por uma decisão
infeliz do colegiado da UFOP, em consequência de protocolo burocrático
despojado de sensibilidade social, vai ser-lhe restituído. A deliberação
tomada, com relativa rapidez, evitou demanda judicial e uma série de
transtornos derivados de uma resolução que com toda certeza atentava contra
sagrados direitos femininos. Ambar logrou, com a bandeira de luta que levantou,
mobilizar, em poucas horas, pelas redes sociais, milhares de pessoas em torno
de sua justa causa, criando condições para revogação de um ato burocrático que
até aqui vem prejudicando mães acadêmicas em sua carreira profissional na área
do ensino. Boas falas.
· Desde
que deixou a Casa Branca, após a tentativa golpista frustrada com a invasão do
Capitólio, o ex-presidente estadunidense Donald Trump vem dando demonstrações
contínuas de ser mesmo “lelé da cuca” conforme, aliás, é taxativamente
reconhecido pela Associação Médica de Psiquiatria dos Estados Unidos. Ainda
outro dia compareceu a uma convenção da poderosa associação dos fabricantes de
armas de seu país para proclamar a necessidade de que cada americano tenha
acesso a armas. Em sua delirante fala, deixou subentendido que o ideal é todo
mundo proceder como nos filmes de faroeste deslocando-se de um lugar para outro
com um cinturão de balas e um trinta e oito. O insensato pronunciamento foi
feito poucos dias depois de uma tragédia envolvendo um jovem insano. Na
comemoração de seu décimo oitavo aniversário adquiriu um rifle potente,
dirigiu-se, a uma escola trucidando vinte e uma pessoas entre estudantes e
professores antes de ser abatido pela polícia. O episódio como esperado, causou
imensa consternação e revolta, levando influentes vozes da cúpula governamental
estadunidense a bradarem por uma legislação que restrinja a comercialização
aberta de armas, fato motivador de chacinas periódicas.
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