Giro pelo noticiário
*Cesar
Vanucci
“Mulheres
iranianas saem às ruas em protesto contra a repressão aos seus direitos,
imposta pelos Aiatolás” (Do Noticiário nosso de cada dia).
1)
Direitos femininos espezinhados.
Discursando
na ONU, o Presidente Joe Biben, dos Estados Unidos verberou com palavras cáusticas,
apoderado de justa indignação, a atuação dos aiatolás do Irã pela virulenta
opressão aos direitos femininos. Tomou por base, entre outras situações
gravosas, a ação truculenta da policia de costumes daquele país que resultou na
morte de uma jovem de 22 anos pelo “crime” de uso inadequado do véu para cobrir
o rosto. Como amplamente noticiado a brutal ocorrência deflagrou reações no
citado país com grupos significativos de mulheres bradando nas ruas seu
inconformismo, despojando-se dos véus, cortando os cabelos num desafio aberto
aos “guardiões da moral” responsáveis pelo “recato e pureza” de hábitos de suas
subjulgadas compatriotas.
Até
a semana passada a ação policial iraniana já contabilizava vinte seis mortos e
centenas de prisões. Em numerosos países, por sinal, vem sendo
registradas tempestivas reações contra os abusos praticados em terras iranianas
por conta da fanatice machista religiosa. Com relação a esse fato há um
registro a mais a deplorar: a situação de submissão imposta às mulheres na Arábia
Saudita (e também no Paquistão, para citar mais um exemplo) é tão ou mais
revoltante do que daquilo que acontece no Irã. Causa espécie a circunstancia
dessas violações a direitos tão legítimos não serem, hora alguma, igualmente
criticadas, como aconteceu agora no tocante ao Irã, na mesma tribuna da ONU. A clamorosa
omissão pode ser “explicada” por espúrias conveniências geopolíticas e
econômicas. A Arábia Saudita, país de feição medieval, como alguns outros da
orbita islâmica, desponta do cenário internacional como detentora de
imensuráveis reservas petrolíferas exploradas em consórcios com as grandes
companhias ocidentais que atuam nesse rendoso setor.
O
secretario Geral da ONU, Antônio Guterrez vem advertindo seguidamente os países
membros da entidade acerca dos riscos progressivos na escalada, até aqui sem
controle, do aquecimento global. Tem explicado, valendo-se de pesquisas idôneas
que o adelgaçamento da camada de ozônio, a devastação florestal, os degelos, as
diversas modalidades de crimes ambientais detectados mundo afora são fontes
geradoras de pandemias, de escassez de alimentos, de condições climáticas desfavoráveis
à saúde e, por conseguinte de pobreza aguda, desnutrição e fome, desigualdades
sociais gritantes, ameaças de toda ordem à sobrevivência humana. As sensatas
advertências ao que tudo parece não vêm sendo levadas a sério por boa parte das
lideranças. Um significativo exemplo desse interesse minguado pelas palpitantes
questões aventadas por Guterrez é dado aqui mesmo em nossos pagos, quando
porta-vozes governamentais asseguram, enfaticamente, que a devastação florestal
e a fome são pura falácia...
Fernando
Henrique Cardoso quebra o silêncio. Fala
pouco e diz tudo. Em curta, sensata e incisiva mensagem, sem citar nomes,
sequer o da candidata Simone Tebet, apoiada por seu partido (PSDB), conclama os
eleitores a votarem em 2 de outubro em pretendentes a cargos eletivos
compromissados com a democracia, com os direitos fundamentais e com disposição
para combater as desigualdades sociais, a miséria, a fome e os crimes
ambientais
Recado
para relientos de carteirinha de todos os matizes: aproveitem, restam poucos
dias pra vocês espinafrarem, discutir, produzir desavenças com familiares,
virar a cara para amigos, hostilizar desconhecidos, enfim promover fuzuê com xingamento
de mãe, entrar em briga aberta com o mundo por causa da política.
Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)
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