domingo, 20 de novembro de 2022

JK, maior governante de seu tempo.

                                                                                                                   *Cesar Vanucci

 

                                                      “Ele fez o brasileiro acreditar no Brasil!”(David Nasser)

   JK: procura-se outro. Como dizem eufóricos e saudosos os conterrâneos de Nono, grande estadista brasileiro, em cantorias que enchem de encanto as ladeiras de Diamantina, o Brasil sente saudades de JK. Anda à procura de alguém que percorra, na vida publica trajetória que lembre o construtor de Brasília, maior governante de seu tempo no cenário mundial, com as obras desenvolvimentistas que introduziu na geografia de seu país. Ele foi o um autentico “contemporâneo do futuro”. Seu olhar perscutante devassou promissores horizontes inatingíveis na visão estreita dos que o combatiam de forma ferina e injusta, conforme o mostruário da história, nos chamados “anos de chumbo” .

 A lucidez do cidadão Juscelino Kubitschek de Oliveira expunha com clarividência que uma sociedade verdadeiramente livre não pode deixar de ajudar os muitos que são pobres, até porque, não sendo assim, jamais conseguirá salvar os poucos que são ricos. O recado continha a pureza da água de regato de montanha, intocada pela poluição. A voz poderosa do líder ecoava por todos os quadrantes. Fora do desenvolvimento econômico global, que aproveite a todos como patrimônio comum da sociedade, não há salvação para ninguém. E o desenvolvimento é filho dileto do trabalho, da educação, da mobilização das virtudes humanas e capacidade criativa do povo. E mais: o objetivo do desenvolvimento é sempre social.

Quando Brasília foi anunciada e começou a ser construída, naquele estilo JK que encantaria o mundo, adversários rancorosos, atônitos com a nova ordem gerencial instalada na vida do país, perderam, de vez, como se dizia em tempos de antigamente, as estribeiras. Malsucedidos nas tentativas de impedir a posse de JK, de desalojá-lo do poder pela força, partiram para grosseiras e maledicentes violências verbais, diariamente difundidas.  A fúria adversária atingiu , em dados momento,  níveis tais de paroxismo que a sensação experimentada era de que o Brasil iria mesmo acabar. Tribunas e jornais deram curso a afirmações tão insanas e disparatadas que a gente se surpreende até no direito, tantos anos transcorridos, numa análise amadurecida e serena dos fatos, de supor que certos opositores foram recrutados na ala mais isolada e de maior risco de alguma clínica psiquiátrica de pacientes irrecuperáveis. Recorda-me o dito vociferante de alguém importante, o escritor Gustavo Corção, bradando do alto de embriagadora autossuficiência a disposição de beber, gota por gota, toda a água que viesse a jorrar no terreno sáfaro onde vinha sendo implantado o lago artificial. Outro cidadão, jornalista Carlos Lacerda, com sobrecarga de rancor no coração, acusou Juscelino, inopinadamente, pela morte num acidente de helicóptero do então governador fluminense Roberto Silveira, lançando mão de argumento inacreditável. O Presidente adotara, desde os tempos de governador de Minas, o “hábito irresponsável” de utilizar helicópteros nas incursões administrativas. Silveira resolveu imitá-lo, “num gesto de macaquice”. Conclusão lógica: o culpado da morte do governador que costumava andar de helicóptero tinha de ser “justamente ele”, Juscelino. Dá procês?

Sandices do gênero eram disparadas continuamente. Duas quarteladas (Aragarças e Jacareacanga) foram orquestradas no começo de sua gestão com o fito de desalojá-lo do poder. A consciência cívica nacional cuidou de rapidamente desbaratá-las. A volumosa quantidade de embaraços e obstáculos antepostos à sua trajetória não foi suficiente para deter a marcha das ideias, a conquista do Planalto Central, a interiorização do desenvolvimento, a industrialização acelerada da fecunda ação juscelinista.

Fica claro que a narrativa sobre JK vai ter continuidade.

 


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