domingo, 6 de novembro de 2022

Recortes pós-eleição

 


                                                                                                  *Cesar Vanucci

“Ninguém sabe Minas”(Carlos Drummond de Andrade)

1) O resultado da eleição presidencial deste ano tornou mais arraigada a crença dominante no meio político de que um candidato só consegue alcançar a presidência do país se obtiver vitória nas urnas em Minas Gerais. Contando, no 2 ° turno, com o apoio entusiástico do governador Romeu Zema, que havia declarado neutralidade na disputa do 1° turno, a campanha de Bolsonaro esperava reverter a vantagem alcançada pelo adversário por aqui . Afinal de contas, Zema reelegera-se com larga margem de votos já na primeira rodada da competição e se comprometeu a montar maciço apoio com arregimentação da maioria dos prefeitos. O esforço despendido resultou em alguma redução de sufrágios para o candidato da “Frente Ampla”, mas não foi de molde a garantir o almejado trinfo blsonarista. Oportuno, anotar, a propósito, circunstancia que passou um tanto despercebida no noticiário sobre a campanha eleitoral. O atual vice-governador Paulo Brant, ao contrario de Zema, hipotecou solidariedade a Lula. Considerado Estado-Sintaxe do Brasil, Minas Gerais guarda segredos de esfinge, desconcertando analistas que se propõe em decifra-los. Carlos Drummond de Andrade disse, de certa feita, o seguinte: “ Ninguém sabe Minas. Só o mineiro sabe, mas não conta.” Isso aí...

 

 2) A indicação feita pelo Presidente  Lula de seu Vice Geraldo Alckmin para coordenar a equipe de transição de governo é reveladora do  propósito do Presidente eleito em compor um ministério com base nas forças políticas da chamada “ Frente Ampla”. As especulações alusivas à escolha dos titulares das pastas ministeriais contemplam, da parte de diferentes observadores invariavelmente, a possibilidade da escolha de Simone Tebet para um dos cargos disponíveis. A Senadora, sem sombra de dúvida, é estrela em ascensão continua no firmamento político, desde memorável participação na CPI da COVID . O grupo de transição acha-se empenhado na tarefa de equacionar uma questão vital: Encaixar no fluxo das despesas orçamentárias do exercício fiscal de 2023 recursos que cubram os dispêndios com bolsa família, salário mínimo, merenda escolar, farmácia popular, vacinas entre outros benefícios sociais. No plano orçamentário elaborado pelo atual governo nada consta a respeito desses itens bem como de outras situações essenciais para que a economia volte a girar.

 

3) Designando o Ministro Ciro Nogueira, Chefe da Casa Civil, para coordenar o grupo do atual governo no processo de transição administrativa e recepcionando o Vice eleito Geraldo Alckmin, o Presidente Jair Messias Bolsonaro ajudou a distencionar o ambiente político nesta, de certo modo conturbada, fase pós eleitoral. A opinião pública vê com alívio as articulações processadas, convencida da necessidade de que a paz e a harmonia prevaleçam de maneira a permitir o andamento normal das atividades comunitárias. A eleição apontou o rumo a seguir. Acatar o resultado é prova de bom senso, discernimento e maturidade democrática. A consciência cívica nacional e o exercício da cidadania repelem, com firmeza, as ações desagregadoras de grupelhos antidemocráticos que imaginam possa, como já se disse, ganhar eleição em cabine de caminhão e não em cabine de votação.

 

4) A sociedade brasileira coloca-se na expectativa de que sejam devidamente identificados e punidos com vigor da lei os autores dos atentados  perpetrados contra a democracia assim que anunciados os resultados do 2° turno. A orquestração dos atos ilegais ficou claramente evidenciada. O aparato logístico para que os perturbadores da ordem agissem estava montado desde a noite de domingo. As multas arbitradas para caminhoneiros que desafiaram a democracia não bastam. É imprescindível enquadrar também os autores atrás da boleia da criminosa operação.

 

Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)

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