*Cesar Vanucci
“As pessoas não
morrem, ficam encantadas.” (Guimarães Rosa)
1)
A reeleição para cargos públicos executivos parece estar com os dias contados. Pessoas
familiarizadas com as engrenagens políticas, jornalistas que cobrem as
atividades parlamentares e das agremiações partidárias entre elas, dão conta de
reações contrárias ao dispositivo do
código eleitoral que faculta candidaturas de exercestes de cargos executivos a mandatos
sucessivos. Essas reações ganharam maior volume depois das eleições. O
despudorado uso da máquina Estatal na concessão de benesses pré-eleitorais, cumulativamente
com a mobilização das estruturas de serviços oficiais na campanha gerou
compreensíveis descontentamentos e protestos. É verdade que esse desrespeito às
regras, ocasionando desequilíbrio de forças entre os candidatos na disputa de
votos, não ocorreu apenas agora. Mas, com toda certeza os registros detectados,
na competição finda foram bem mais explícitos do que em outros momentos. Na
hipótese de que, por quaisquer conveniências oportunísticas, o dispositivo da
reeleição seja mantido, tem-se como certo que os candidatos se verão obrigados a
se licenciarem dos cargos em que se acham empoderados algum tempo antes da
eleição.
2)
Quem são eles? A opinião publica mostra-se ansiosa por saber os nomes dos
patrocinadores que, na clandestinidade, dos grupelhos de ativistas fanatizados
que deslocaram seus caminhões das rodovias para locais estratégicos em alguns
centros urbanos, em demonstrações antidemocráticas rechaçadas pela consciência
cívica da Nação. Quem, nos bastidores, garante a remuneração das horas roubadas
ao trabalho profissional dos perturbadores da ordem, garantindo-lhes todo o
suporte logístico para suas inaceitáveis “proezas”? Fatalmente, nas redes
sociais serão encontrados indícios veementes, pistas claras dos delinquentes de
casaca que conspiram contra os interesses superiores de um país ávido, como
expresso nas urnas, por retomar seu protagonismo nas veredas da harmonia
comunitária e da sustentabilidade desenvolvimentista. Procuradores-gerais da
Justiça em diversos Estados da Federação deram conhecimento, ao Tribunal
Superior Eleitoral que as manifestações antidemocráticas em questão vêm sendo
custeadas por indivíduos ligados a negócios rendosos e escusos.
3) .Sobejas razões acodem
à gente brasileira para se ufanar de seu modelar sistema eleitoral, no planeta
inteiro alvo de admiração e louvores. A democracia brasileira é a única a promover,
com absoluto sucesso, votação e apuração dos votos no mesmo dia, com
distanciamento entre um e outro procedimento de poucas horas. A lisura e
transparência do processo, idealizado e conduzido impecavelmente pelo Tribunal
Superior Eleitoral e TREs foram atestadas, mais uma vez, no Pleito que apontou
os novos dirigentes do país. O tribunal de Contas da União, o Ministério da Defesa,
a Ordem dos Advogados do Brasil, a Organização dos Estados Americanos e outros
órgãos de auditoria e fiscalização envolvidos no acompanhamento das competições
eletivas emitiram pareceres comprobatórios da confiabilidade rigorosa do método
de captação e apuração de votos.
4)
A cena cultural brasileira viu-se desfalcada, num mesmo dia, de duas figuras
exponenciais. O “encantamento”, como diria Guimarães Rosa, da soberba cantora
foi acompanhado pelo “encantamento” de um magnífico divulgador de nossas coisas
culturais de raiz. O nome dela: Gal Costa. O nome dele: Rolando Boldrin. Gal foi
uma das grandes interpretes de seu tempo, mesmo visualizando-a no contesto
mundial. Ganhou muito realce também pela atuação vanguardeira em posições
assumidas, por meio de gestos e palavras em favor de causas ligadas à
emancipação feminina. Boldrin, dedicou seu talento a propagação dos valores do
Brasil rico em colorido humano das bandas do sertão, com suas cantigas dolentes
e seu tagarelar saboroso.
Jornalista(cantonius1@yahoo.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário